quinta-feira, 26 de setembro de 2013

GERENCIAMENTO DE RISCOS NOS SEGUIMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR

GERENCIAMENTO DE RISCOS

RESUMO
A idéia de segurança faz parte de toda atividade, seja ela humana, profissional ou patrimonial.
Eu entendo que a vida, ou qualquer bem, se encontra em segurança, quando estiver fora do risco eminente de perigo.
Risco é uma situação ou evento que causa ameaça à vida, aos bens móveis, propriedades, infra-estrutura e operações, e que constitui situações de probabilidade de ocorrências potencial no dia-a-dia do seu negócio, o que pode causar impacto nos negócios, ou ocorrer um acidente e não poder dar continuidade nos negócios, como exemplo uma explosão ou um incêndio de grandes proporções.
Acidentes não acontecem por acaso, a não a ser aqueles originados por fenômenos da natureza como um tsunami, furação, raios, terremoto entre outros, logo qualquer sinistro pode e deve ser evitado, e para isto, existe a Ciência do Gerenciamento de Riscos, que está diretamente ligada a Seguros e Segurança do Trabalho.
Mas por que podemos afirmar que é uma Ciência? Porque utiliza de equipamentos, ferramentas de avaliação, metodologia, estatísticas, e relatórios de ocorrências, entre outros.
A prevenção de sinistros deve ser uma matéria constante a ser praticada em qualquer empresa, temos a ISO31000 que nos auxilia na implantação e procedimentos, onde avaliar risco e buscar ações para eliminar, minimizar, evitar ou controlar não é fácil, necessita de um amplo conhecimento de técnicas relacionadas ao sistema operacional de cada seguimento operacional
Gestão de sinistros é uma tarefa árdua, o tratamento de reclamações tem que ter o foco direcionado para medidas de controle que possam reduzir suas causas ou mesmo trazer a níveis aceitáveis.
Não trata apenas de aplicar ferramentas, e as diversas técnicas que circulam no mercado, medidas de controle devem ser aplicadas de acordo com o ambiente de trabalho, é a proposta para buscar um resultado que atenda a vulnerabilidade da empresa.
Em síntese, gerenciamento de risco, é um instrumento que é usado para avaliar os riscos , a fim de gerenciá-los adequadamente.


OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar a importância de programas de gerenciamentos de riscos em empresas que atuam com o Comércio Exterior e apresentar um modelo que pode aplicar em qualquer um dos seguimentos do Comércio Exterior.
O risco que ocorre em empresas que movimentam cargas, faz parte do cotidiano, está presente desde o momento que sai da fábrica até ser entregue ao importador ou consignatário, passando pelo transporte terrestre, transporte marítimo, operações de embarque e descarga em terminais portuários nos diversos modais de transporte, armazenamento e inspeções alfandegárias e outros seguimentos de vistoria.
Acidentes não são obras do acaso, são desafios para a convivência humana em todas as etapas do Comércio Exterior, nos dias atuais geram preocupações não somente para os vendedores e compradores, mas também para os seguradores onde estão sempre buscando a redução de prêmios de seguros.
Neste trabalho estaremos apresentando somente os riscos operacionais, ou seja, aqueles que só geram perdas que estão diretamente ligados ao ser humano, bens e o meio ambiente.

GERENCIAMENTO DE RISCOS É UMA CIÊNCIA

Podemos dizer que é uma Ciência porque tem a função de proteger os seres humanos, seus recursos materiais e o meio ambiente.  Os profissionais atuam buscando identificar as ameaças que ocorrem em três ambientes terrestre, marítimo e portuário, onde se busca identificar, analisar e avaliar os riscos existentes e promover soluções e decidir como serão tratados.
É um trabalho complexo, pois temos que atuar em todos os seguimentos operacionais, buscando identificar as ameaças mais prováveis de ocorrerem, analisar as vulnerabilidades encontradas e tomar decisões e propor ações.
Para auxiliar diretamente neste trabalho de gerenciar riscos, a ISO31000 e o mercado nos apresentam diversas ferramentas de controle, entre elas podemos citar:
- APR - Análise Preliminar de Riscos;
- TIC - Técnica de Incidentes Críticos;
- SR - Série de Riscos;
- HAZOPS - Estudo da Operacionalidade e Riscos;
- AE - Árvore de Causas;
- WIF - Check List - What If;
- HACCP - Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle
- AMFE - Análise de Modo de Falha e Efeitos;
- AAF - Análise de Árvore de Falhas;
- FMEA - Analise de Modo e Efeito de Falha
- FTA - Análise da Árvore de Falhas
- outros
O profissional de gerenciamento de riscos deve atuar como estimulador das ações frente aos riscos, logo determinar os pontos vulneráveis da empresa é fundamental para graduar os riscos e buscar soluções, portanto para que isto ocorra, a eficácia está diretamente ligada com a cultura interna de cada empresa, e sua integração em todos os níveis gerenciais.

TEMOS 4 FASES:
1ª) Avaliação de Riscos - mede os riscos dentro da organização, cria a matriz que será útil para a compreensão dos critérios de avaliação dos riscos.
2ª) Níveis de riscos - os efeitos dos riscos são classificados de acordo com os valores identificados na matriz.
3ª) Níveis de tolerância - a tolerância é aplicada de acordo com a graduação dos danos
4º) Efetivação do controle - ações são propostas de acordo com os níveis de tolerância.
5º) Monitoramento - deve ser implantada uma rotina de reavaliação periódica dos riscos.

1ª FASE - AVALIAÇÃO DO RISCO
Risco (R) sendo uma probabilidade de ocorrência de um sinistro, com potencial de causar danos, em decorrência de existir um perigo com uma exposição de ameaça durante um determinado espaço de tempo, logo ele é função da freqüência de ocorrência e a conseqüência de determinado perigo. Para a elaboração desta avaliação é importante criar um modelo que venha atender cada seguimento com foco nas características físicas, vulnerabilidade das instalações, meios humanos e materiais disponíveis, cooperação e entendimento contínuo gerencial, inclusive apoio de auditores, vistoriadores, seguradores, autoridades, etc.
Como sugestão para este trabalho, elaborei um exemplo com alicerce nas ferramentas, entre elas o FMEA, que pode ser aplicado em qualquer seguimento de Comércio Exterior, vejamos:

AMEAÇA ( A ) É o perigo que ocorre durante o fluxo operacional, de acordo com cada cenário.
1- desconhecida (ainda não ocorreu, mas existe relato que já ocorreu em outra empresa);
2- desprezível (insignificante os danos);
3- moderada ou marginal (provoca danos leves;
4- críticos ou significativos (danos são severos);
5- catrastróficos (danos são irreparáveis)

OCORRÊNCIA ( O ) É a probabilidade de gerar um sinistro, é a vulnerabilidade.
1- extremamente remota;
2- remoto;
3- improvável;
4- provável;
5- freqüente.

CONTROLE ( C )  É a eficiência ou mitigação adotada e colocada em prática, para evitar conseqüências.
5- irá impedir a ocorrência;
4- impede a ocorrência na maioria das vezes;
3- pode ou não impedir a ocorrência;
2- pouca chance de impedir a ocorrência;
1- não impede a ocorrência ou não há controle.

Aplicando a fórmula OCORRÊNCIA x AMEAÇA - CONTROLE encontramos o EFEITO

EFEITO ( E )
É a gravidade do risco, é a graduação conseguida através do cruzamento dos Anexos através da Matriz de Risco (Tabela abaixo).
-4 a 0 - sem lesão ou perda patrimonial ou ambiental
0 a 6 - incapacidade temporária (15 dias por conta do empregador), perda patrimonial ou desastre ecológico insignificativo.
6 a 12 - incapacidade temporária (acima de 15 dias afastados por conta do MPS, perda patrimonial ou desastre ecológico significativo mas neutralizado.
12 a 18 - incapacidade permanente, desastre ecológico significativo com destruição de parte do ecossistema.
24 - óbito, grande perda patrimonial, destruição de grande área do ecossistema.
Para chegarmos à graduação do risco, é necessário fazer o cruzamento entre Ocorrência x Controle x Efeito, que conseguimos através de uma Matriz de Risco, conforme abaixo.

MATRIZ DE RISCO
OCORRÊNCIA
(Probabilidade / Estatística)
AMEAÇA
(Perigo / Vulnerabilidade)
CONTROLE
(Eficiência / Mitigação)
5
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1
4
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1
3
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1
2
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1
1
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1

2ª FASE - IDENTIFICAR OS NÍVEIS DE RISCO
O trabalho com base no modelo de Matriz apresentado acima deve ser focado para uma melhor visão dos riscos englobando em categorias de impacto, avaliando a graduação e mudanças prováveis para a priorização a ser defendida.
Esta fase deve ser com base em conhecimento técnico, ou seja, seja capaz de boa elaboração de estatísticas e levantamento de ocorrência de sinistros que ocorrem em outras empresas, onde o profissional de gerenciamento possa apresentar opiniões qualificadas e dentro da realidade do mundo Securitário e suas devidas indenizações.
Para cada cenário é estimada a ameaça associada ao risco, para tal deve ser levado em consideração dados dignos de crédito, pois para estabelecer uma medida (valor) para o impacto onde sugiro trabalhar com valores segurados
EFEITO
(Impacto)
GRADUAÇÃO
DANO
(Conseqüência)
NÍVEIS DE TOLERÂNCIA
(Priorização)
SEM LESÃO, AVARIA OU IMPACTO AMBIENTAL
-4 a 0
NÃO EXISTE ANOMALIA
ACEITÁVEL - DEVE SER CONSIDERADO - MANTER EM MONITORAMENTO
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA < 15 DIAS - PERDA PATRIMONIAL OU DESASTRE ECOLÓGICO
1 a 6
1 A 100 MIL REAIS
TOLERÁVEL - DEVE SER INCLUÍDO EM PROGRAMAS DE REDUÇÃO (OU ADEQUAÇÃO) A VALORES ACEITÁVEIS 
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA > 15 DIAS - AFASTAMENTO POR CONTA DO INSS) PERDA PATRIMONIAL
7 a 12
100 MIL A 1 MILHÃO DE REAIS
INCLUIR EM PROGRAMAS CORRETIVOS A NÍVEIS DESEJÁVEIS
INCAPACIDADE PERMANENTE, DESASTRE ECOLÓGICO SIGNIFICATIVO COM DESTRUIÇÃO DE PARTE DO ECOSSISTEMA
13 a 18
1 A 10 MILHÕES DE REAIS
INCLUIR EM PROGRAMA PREFERENCIAL A NÍVEIS CORRETIVOS
ÓBITO, GRANDE PERDA PATRIMONIAL, DESTRUIÇÃO DO ECOSSISTEMA
24
ACIMA DE 10 MILHÕES DE REAIS
EMERGENCIAL, INACEITÁVEL - INCLUIR EM PROGRAMA IMEDIATO

3ª FASE - EFETIVAÇÃO DO CONTROLE (PLANO DE AÇÃO)
Cada ação deve ser planejada utilizando linhas de condutas com base em técnicas, e como exemplo o modelo que apresento abaixo:
1
Ação a ser tomada para minimizar, adequar a níveis aceitáveis, evitar os riscos
2
Quem será o responsável pela ação
3
Local ou equipamento onde será tomada a ação
Prazo para execução da ação
5
Contra proposta do gestor para ação a ser tomada
6
Prazo para execução de nova ação implantada pelo gestor
7
Cumprimento da ação
É importante que após a elaboração e aprovação do plano pelo gestor da área responsável, a ação deve ser divulgada em quadro de aviso, reuniões de segurança etc., no sentido de buscar um maior envolvimento de todos os colaboradores em cada faina operacional

4ª FASE - MONITORAMENTO
Nesta fase as ações devem ser acompanhadas e reavaliadas os riscos.
Em toda operação envolvendo manipulação e transporte de cargas (mercadorias) sempre existirão riscos, abaixo uma tabela de alguns riscos que podem servir de base para um gerenciamento de riscos:

CATEGORIAS DE RISCOS

1 - FÁBRICA OU INDÚSTRIA
1.1 - EMBALAGEM FRACA
1.2 - EMBALAGEM INAPROPRIADA
1.3 - ARMAZENAMENTO SEM PEAÇÃO OU ESCORAMENTO
1.4 - FALHA OU FALTA DE LACRES
1.5 - FALHA NO MONITORAMENTO DE TEMPERATURA
1.6 - MOLHADA POR CHUVA
1.7 - MOLHADA POR NEVE
1.8 - CONTAMINADA POR PRODUTO QUÍMICO
1.9 - CONTAMINADA POR OUTROS PRODUTOS NÃO QUÍMICOS
1.10 - CONTAMINADA POR CHEIRO / ODOR,
1.11 - AVARIA DEVIDO FALHA DURANTE A MANIPULAÇÃO POR EQUIPAMENTO
1.12 - AVARIA DEVIDO FALHA NA ESTIVAGEM EM PILHA NO ARMAZEM
1.12 - AVARIA DEVIDO FALHA NA RETIRADA DA PILHA NO ARMAZEM
1.13 - FALHA NO CONTROLE E CONFERÊNCIA DE EMBARQUE
1.15 - FURTO OU ROUBO
1.14 - OUTROS

2 - TRANSPORTES RODOVIÁRIO OU FERROVIÁRIO
2.1 - AVARIA NO EMBARQUE
2.2 - ROUBO OU FURTO
2.3 - MOLHADURA POR ÁGUA, CHUVA OU NEVE
2.4 - CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS PRÉVIOS DE CARGA
2.5 - CONTAMINAÇÃO POR ODOR OU CHEIRO
2.6 - TOMBAMENTO DEVIDO NÃO OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DE TRÂNSITO
2.7 - TOMBAMENTO DEVIDO FALHA MECÂNICA
2.8 - TOMBAMENTO DEVIDO FALHA HUMANA EM CONDUZIR O VEÍCULO
2.9 - AVARIA POR FALTA OU FALHA DE PEAÇÃO OU ESCORAMENTO
2.10 - FALTA OU FALHA NO MONITORAMENTO DE TEMPERATURA
2.11 - AVARIA POR FREADA FRUSCA CAUSANDO INÉRCIA DA CARGA
2.12 - AVARIA POR NÃO OBSERVAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES E CAUTELAS DE ESTIVAGEM
2.13 - AVARIA POR NÃO OBSERVAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DE MANIPULAÇÃO
2.14 - COLISÃO COM OUTROS VEÍCULOS DEVIDO DESORGANIZAÇÃO DE FLUXO.
2.15 - COLISÕES EM CANCELAS, TRAVESSIAS DE OUTROS VEÍCULOS
2.16 - TOMBAMENTO POR NÃO USAR TRAVAMENTO (LOCKERS)
2.17 - ATROPELAMENTOS
2.18 - COLISÃO COM PASSARELAS, TÚNEIS, FIAÇÃO, ETC.
2.19 - TRAFEGAR FORA DA FAIXA DE SEGURANÇA
2.20 - CARGA MOLHADA DEVIDO CHUVA SEM PROTEÇÃO DE LONAMENTO
2.21 - CARGA MOLHADA DEVIDO ALAGAMENTO DE PÁTIO
2.22 - CARGA MOLHADA DEVIDO RASGO NO CONTAINER
2.20 - OUTROS

3 - ÁREA DE ARMAZENAMENTO DE TERMINAL PORTUÁRIO
3.1 - COLISÃO DE CAMINHÃO COM EQUIPAMENTOS (EMPILHADEIRA, STACKER, TRANSTAINER, PORTAINER.
3.2 - COLISÃO DE EQUIPAMENTOS (ACIMA) COM CAMIHÃO.
3.3 - QUEDA DE CARGA DA PILHA DEVIDO FALHA HUMANA OU DE EQUIPAMENTO
3.4 - TOMBAMENTO DURANTE TRANSLADAR SOBRE PILHA DEVIDO FALHA HUMANA
3.5 - COLISÃO SEGUIDO DE TOMBAMENTO DA PILHA DEVIDO FALHA HUMANA
3.6 - TOMBAMENTO DEVIDO IMPACTO EM PILHA DESALINHADA OU COM ESPAÇOS VAZIOS
3.7 - IÇAMENTO DE CARGA JUNTO COM CAMINHÃO POR FALHA DESTRAVAMENTO LOCKER
3.8 - TOMBAMENTO CARGA DO CAMINHÃO DEVIDO FALHA HUMANA OU DE EQUIPAMENTO
3.9 - TOMBAMENTO CARGA DO CAMINHÃO DEVIDO DESALINHAMENTO DE PISO
3.10 - COLISÃO CAMINHÃO COM CARGAS ARMAZENADAS FALHA HUMANA
3.11 - COLISÃO EQUIPAMENTOS (ACIMA) COM CARGAS ARMAZENADAS
3.12 - COLISÃO CAMINHÕES OU EQUIPAMENTOS COM VEÍCULOS ESTACIONADOS COSTADO
3.13 - COLISÃO DE CAMINHÕES OU EQUIPAMENTOS COM TAMPAS PORÕES NO CAIS
3.14 - AVARIA DE CARGA DEVIDA FALHA OU FALTA DE ENERGIA NA OPERAÇÃO DE REEFER
3.15 - AVARIA DE CARGA DEVIDA FALHA NO MONITORAMENTO DE REEFER
3.16 - QUEDA OU TOMBAMENTO DE CARGA POR FALHA NO ENGATE NO GATO DE IÇAMENTO
3.17 - AVARIA DE CARGA DEVIDA USO INAPROPRIADO DE FITAS OU CABOS AÇO NA PEAÇÃO
3.18 - FALHA EM PESAGEM
3.19 - FALHAS NA VISTORIA DE RECEBIMENTO DA CARGA
3.20 - OUTROS

4 - ARMAZÉM
4.1 - QUEDA DE CARGA DO GARFO DA EMPILHADEIRA FALHA HUMANA
4.2 - QUEDA DE CARGA DO GARFO DA EMPILHADEIRA DESALINHAMENTO PISO
4.3 - QUEDA DE CARGA DO HACK FALHA HUMANA
4.4 - QUEDA DE CARGA DO CAMINHÃO FALHA HUMANA
4.5 - COLISÃO DE EMPILHADEIRA COM CAMINHÃO FALHA HUMANA
4.6 - COLISÃO EMPILHADEIRA COM CARGA FALHA HUMANA
4.7 - COLISÃO EMPILHADEIRA COM HACK FALHA HUMANA
4.8 - DESMORONAMENTO DE CARGA DO HACK
4.9 - DESMORONAMENTO DE PILHA DENTRO DO CONTAINER
4.10 - AVARIA DEVIDO USO INADEQUADO DE EQUIPAMENTO DE MANIPULAÇÃO DE CARGA
4.11 - FALTA DE CONTAGEM DE CARGA
4.12 - FALTA DE NOTIFICAÇÃO DE ACRÉSCIMOS
4.13 - FALTA NA QUANTIDADE DECLARADA
4.14 - ENCONTRADOS VOLUMES DIFERENTES DO MANIFESTADO
4.15 - VOLUMES ENCONTRADOS RASGADOS COM FALTA DE CONTEÚDO
4.16 - VOLUMES ENCONTRADOS MANCHADOS POR PRODUTOS QUÍMICOS
4.17 - INCÊNDIO DEVIDO IGNIÇÃO EXPONTÂNEA
4.18 - INCÊNDIO FALHA OU CURTO CIRCUITO CABEAMENTO
4.19 - EXPLOSÃO DE CARGA
4.20 - DEFORMAÇÃO DE CARGA POR EXTRAPOLÇAO DE LIMITAÇÕES DE PESO
4.21 - FURTO OU ROUBO
4.22 - AVARIAS DEVIDO MANUSEIO INADEQUADO NÃO OBSERVANDO MARCAS EMBALAGENS
4.23 - AVARIAS DEVIDO EXCEDER A CAPACIDADE DECLARADA NO APARELHO
4.24 - OUTROS

5 - MANOBRA DE ATRACAÇÃO OU DURANTE ATRACAÇÃO
5.1 - COLISÃO NAVIO CONTRA PIER FALHA HUMANA OU EQUIPAMENTO
5.2 - COLISÃO NAVIO CONTRA PORTAINER FALHA HUMANA OU EQUIPAMENTO
5.3 - ACIDENTE TRABALHO BOLADA DE RETINIDA
5.4 - ACIDENTE TRABALHO CHICOTADA DE CABO PARTIDO
5.5 - COLISÃO COM OUTRA EMBARCAÇÃO ATRACADA
5.6 - MOVIMENTO NAVIO CAUSANDO AVARIA ESCADA PORTALO OU PORTAINER
5.7 - C0LISÃO VEÍCULOS OU EQUIPAMENTOS CONTRA CAIXA CONTENDO TWISLOCKER
5.8 - OUTROS

6 - IMPACTO AO MEIO AMBIENTE
6.1 - VAZAMENTO DEVIDO ROMPIMENTO DE MANGOTE DE ABASTECIMENTO
6.2 - VAZAMENTO DE CONTAINER TANQUE
6.3 - VAZAMENTO DEVIDO COLISÃO DE CAMINHÃO CONTRA CONTAINER TANQUE
6.4 - VAZAMENTO DEVIDO COLISÃO DE EQUIPAMENTOS CONTRA CONTAINER TANQUE
6.5 - VAZAMENTO PRODUTOS QUIMICOS DEVIDO COLAPSO DE CONTAINER DA PILHA
6.6 - FURO OU RASGO CAUSANDO DERRAME DE TAMBORES DURANTE MANUSEIO
6.7 - VAZAMENTO DE ÓLEO DE EMPILHADEIRAS
6.8 - QUEDA DE DETRITOS POLUENTES NO MAR OU RIO OU LAGOA
6.9 - FUMAÇA DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
7.0 - OUTROS

7 - OPERAÇÃO A BORDO
7.1 - COLAPSO CONTAINER OU CARGA FALHA MECÂNICA TWISTLOCKER DO SPREADER
7.2 - COLAPSO CONTAINER OU CARGA FALHA SENSOR DO SPREADER
7.3 - COLISÃO DE CARGAS DEVIDO FALHA HUMANA OU EQUIPAMENTO
7.4 - COLISÃO CONTRA TAMPAS DE ESCOTILHAS OU CÉLULAS DE CARGA
7.5 - AVARIAS CARGAS DEVIDO DESCENTRALIZAÇÃO DE PESOS
7.6 - AVARIAS DE CARGA OPERANDO COM VISIBILIDADE RESTRITA OU FALTA DE ILUMINAÇÃO
7.7 - QUEDA DE CARGA DEVIDO RUPTURA DE ESTROPO
7.8 - AVARIAS DE CARGA CONDUÇÃO DE EQUIPAMENTO COM VELOCIDADE INADEQUADA
7.9 - AVARIAS OPERANDO EM SETOR CEGO SEM USO DE SINALEIRO
7.10 - RASGOS OU FUROS TETO CONTAINER DEVIDO TWISTLOCKER DE OUTRAS UNIDADES
7.11 - COLAPSO OU QUEDA DE CONTAINER ATINGINDO TRABALHADOR OU TRIPULANTE
7.12 - COLISÃO DE CARGA COM GUINDASTE DE BORDO OU SUPERESTRUTURA
7.13 - OUTROS

CAUSAS DE ACIDENTES
Todo acidente ocorre devido uma seqüência de eventos por falhas no sistema, equipamentos ou humanas.  Esta falha tem sua denominação em Causas Raiz que são ocorrências de falhas do sistema operacional, e podem incluir desde a deficiência no controle de procedimentos do sistema de segurança, sistema administrativo falta ou falha de treinamento, manutenção em falta ou inadequada dos equipamentos que manipulam cargas, falhas humanas,  até fadigas por excesso de trabalho ou dobra (hora extra) ou doenças ocupacionais.
Estas causas raiz são difíceis de identificar ao contrário da causa imediatas (a seguir) pois exigem uma profunda análise do sinistro, porque elas que dão as explicações para as ocorrências de Fatores Pessoais, ou seja, ao estado emocional que condiciona o comportamento do trabalhador, como por exemplo: incapacidade para operar o equipamento, desconhecimento de normas e procedimentos, negligência, imperícia, imprudência, stress e desmotivação, etc. e também dos Fatores de Trabalho, ou seja, conjunto de programas sem planejamento adequado, como por exemplo: falta ou falha de supervisão, não cumprimento de normas operacionais de fabricantes de equipamentos, não utilização de equipamentos e peças de materiais dentro das especificações dos fabricantes, não aplicadas manutenções preditiva, corretiva e preventiva, detectiva, etc.
Por outro lado temos as Causas Imediatas que são aquelas mais fáceis de serem identificadas, pois estão relacionadas às práticas inseguras ou erro humano, como por exemplo equívoco no acionamento de um equipamento, transgressão de regras e procedimentos, lapso ou falta de atenção por não observar faixas de segurança, limitações de velocidade de equipamento, etc. bem como as de operar em condições inseguras como por exemplo operar em espaço apertado na pilha ou no trajeto, falta de visibilidade do porão, equipamento defeituoso causando acelerações ou desacelerações, sistema de travamento de spreader com locker destravando, etc.

RELATÓRIOS DE CAUSAS
Após a ocorrência de qualquer sinistro, devem-se reunir os colaboradores, encarregados, supervisores, e operadores, caso aja acidentado (caso seja possível) do setor envolvido no local do acidente solicitar de todos um breve relato dos fatos envolvidos, tirar fotos, filmar (se possível), isolar a área, etc.
Com base nas declarações colhidas dos envolvidos como mencionado acima deve ser elaborado um Brainstorming (tempestades de idéias), levantando todas as possíveis causas que gerou o sinistro, e montar a seguir o Diagrama de Yshikawa ou Espinha de Peixe (exemplo abaixo), onde serão agrupados os relatos.

     

                                   

Operador - são as atitudes observadas e comentadas pelos envolvidos tais como: procedimento inadequado, pressa, imprudência, negligencia, imperícia, cansaço, ato inseguro, etc.
Material - são as particularidades de falhas encontradas ou modificações ocorridas.
Método - é a metodologia do processo e procedimentos adotados na operação que deu origem ao sinistro.
Equipamento - toda a ocorrência verificada in loco ou em laboratório.

COMENTÁRIOS
É interessante observar que numa análise de causas podem aparecer novos riscos que possam também causar acidentes, desta forma devem ser incluídos na avaliação de risco.
Todo sinistro deve ser interpretado como oportunidade coletiva de aprendizagem organizacional através da investigação de suas causas, que são uma multiplicidade de variáveis que podem ser ambientais, humanas, de processos ou equipamentos.
Em toda operação com cargas em qualquer dos seguimentos de Comércio Exterior, temos três zonas sistêmicas que são: Zona segura, aquela no qual o trabalho é executado com segurança, onde esta zona fica circundada pela zona de perigo onde existe o risco e ainda não ocorreu o sinistro, mas encontra-se sob condições que aumentam os riscos e por fim a zona de perda de controle, no qual os acidentes ocorrem pelo rompimento das fronteiras da segurança.


 


 CONCLUSÃO
Este trabalho é um referencial inicial, eu diria uma ferramenta seqüencial para estabelecimento de um modelo de gerenciamento de riscos a ser implantado em qualquer dos seguimentos e áreas abrangentes do Comércio Exterior.
É imprescindível que as barreiras para avaliação de riscos sejam quebradas na empresas, pois a minha experiência demonstra que se aplicadas estas técnicas , efetuadas analises causais de acidentes, promoverem ações que venham inibir as perturbações do sistema os resultados são fantásticos, haverá diminuição em indenizações, diminuição dos danos e não ocorrência de perdas patrimoniais.
Para que tudo isto ocorra deverá ser conduzido qualquer análise de risco de forma abrangente, imparcial e que contemple as opiniões de todos os envolvidos direta ou indiretamente na investigação do acidente, dando sempre prioridade para os mais complexos que necessitam de intervenções rápidas.  Este é o meu ponto de vista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E FONTES DE PESQUISA
D. H. Stamatis, Failure Mode and Effect Analysis: Fmea from Theory to Execution, 2ª Edição, http://books.google.com.br
Vander Guerrero; Prof. Henrique Rozenfeld,  FTA - Faut Tree Analysis, http://www.numa.org.br
Engs. Carlos Haddad de Melo, João Marcus Sampaio Gueiros de Melo, D.Sc Cláudia do Rosário Vaz Morgado, Avaliação de Riscos para Priorização do Plano de Segurança, 2002
Carlos Augusto Vaz de Souza, Carlos Machado de Freitas, Análise de Causas de Acidentes e Ocorrências Anormais, relacionados ao Trabalho, em uma Refinaria de Petróleo, htpp://www.scielo.br, 2003
Ildeberto Muniz de Almeida, Trajetória da Análise de Acidentes: o Paradigma Tradicional e os Primórdios da Ampliação da Análise, http://www.scielo.br, 2006
Bureau de Perícias, Acidentes de Trânsito: Comissão Aprova Perícia Obrigatória em Acidente sem Vítima, São Paulo, 2007.
Department for Transport, Rail Incident Involving a Container Train at Basingstore Station 19 December 2008, Report August 2009.
Carlos Nhacule, Todo Acidente Tem Uma Causa, http://emose.co.mz, 2008.
Tipos de Manutenção, http://www.dee.ufrn.br
Análise de Acidente, Um trabalho de Equipe, http://www.unesp.br
Marine Accidente Investigation Branch, Incident Report Form, 2005.
Projeto de Gerenciamento de Riscos em Terminais Portuários e Armazéns, Autor, 2008.


2 comentários:

  1. excelente material, meu amigo. meus parabéns!

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  2. Excelente Material, Mestre Aurélio ajudou muito no meu trabalho e conhecimento. Desejo sucesso. Obrigado.

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