GERENCIAMENTO
DE RISCOS
RESUMO
A idéia de segurança faz parte de toda atividade, seja
ela humana, profissional ou patrimonial.
Eu entendo que a vida, ou qualquer bem, se encontra em
segurança, quando estiver fora do risco eminente de perigo.
Risco é uma situação ou evento que causa ameaça à vida,
aos bens móveis, propriedades, infra-estrutura e operações, e que constitui
situações de probabilidade de ocorrências potencial no dia-a-dia do seu
negócio, o que pode causar impacto nos negócios, ou ocorrer um acidente e não
poder dar continuidade nos negócios, como exemplo uma explosão ou um incêndio
de grandes proporções.
Acidentes não acontecem por acaso, a não a ser aqueles
originados por fenômenos da natureza como um tsunami, furação, raios, terremoto
entre outros, logo qualquer sinistro pode e deve ser evitado, e para isto,
existe a Ciência do Gerenciamento de Riscos, que está diretamente ligada a
Seguros e Segurança do Trabalho.
Mas por que podemos afirmar que é uma Ciência? Porque
utiliza de equipamentos, ferramentas de avaliação, metodologia, estatísticas, e
relatórios de ocorrências, entre outros.
A prevenção de sinistros deve ser uma matéria constante a
ser praticada em qualquer empresa, temos a ISO31000 que nos auxilia na
implantação e procedimentos, onde avaliar risco e buscar ações para eliminar,
minimizar, evitar ou controlar não é fácil, necessita de um amplo conhecimento
de técnicas relacionadas ao sistema operacional de cada seguimento operacional
Gestão de sinistros é uma tarefa árdua, o tratamento de
reclamações tem que ter o foco direcionado para medidas de controle que possam
reduzir suas causas ou mesmo trazer a níveis aceitáveis.
Não trata apenas de aplicar ferramentas, e as diversas
técnicas que circulam no mercado, medidas de controle devem ser aplicadas de
acordo com o ambiente de trabalho, é a proposta para buscar um resultado que
atenda a vulnerabilidade da empresa.
Em síntese, gerenciamento de risco, é um instrumento que
é usado para avaliar os riscos , a fim de gerenciá-los adequadamente.
OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar a
importância de programas de gerenciamentos de riscos em empresas que atuam com
o Comércio Exterior e apresentar um modelo que pode aplicar em qualquer um dos
seguimentos do Comércio Exterior.
O risco que ocorre em empresas que movimentam cargas, faz
parte do cotidiano, está presente desde o momento que sai da fábrica até ser
entregue ao importador ou consignatário, passando pelo transporte terrestre,
transporte marítimo, operações de embarque e descarga em terminais portuários
nos diversos modais de transporte, armazenamento e inspeções alfandegárias e
outros seguimentos de vistoria.
Acidentes não são obras do acaso, são desafios para a
convivência humana em todas as etapas do Comércio Exterior, nos dias atuais
geram preocupações não somente para os vendedores e compradores, mas também
para os seguradores onde estão sempre buscando a redução de prêmios de seguros.
Neste trabalho estaremos apresentando somente os riscos
operacionais, ou seja, aqueles que só geram perdas que estão diretamente
ligados ao ser humano, bens e o meio ambiente.
GERENCIAMENTO
DE RISCOS É UMA CIÊNCIA
Podemos dizer que é uma Ciência porque tem a função de
proteger os seres humanos, seus recursos materiais e o meio ambiente. Os
profissionais atuam buscando identificar as ameaças que ocorrem em três
ambientes terrestre, marítimo e portuário, onde se busca identificar, analisar
e avaliar os riscos existentes e promover soluções e decidir como serão
tratados.
É um trabalho complexo, pois temos que atuar em todos os
seguimentos operacionais, buscando identificar as ameaças mais prováveis de
ocorrerem, analisar as vulnerabilidades encontradas e tomar decisões e propor
ações.
Para auxiliar diretamente neste trabalho de gerenciar
riscos, a ISO31000 e o mercado nos apresentam diversas ferramentas de controle,
entre elas podemos citar:
- APR - Análise Preliminar de Riscos;
- TIC - Técnica de Incidentes Críticos;
- SR - Série de Riscos;
- HAZOPS - Estudo da Operacionalidade e Riscos;
- AE - Árvore de Causas;
- WIF - Check List - What If;
- HACCP - Análise dos Perigos e Pontos Críticos de
Controle
- AMFE - Análise de Modo de Falha e Efeitos;
- AAF - Análise de Árvore de Falhas;
- FMEA - Analise de Modo e Efeito de Falha
- FTA - Análise da Árvore de Falhas
- outros
O profissional de gerenciamento de riscos deve atuar como
estimulador das ações frente aos riscos, logo determinar os pontos vulneráveis
da empresa é fundamental para graduar os riscos e buscar soluções, portanto
para que isto ocorra, a eficácia está diretamente ligada com a cultura interna
de cada empresa, e sua integração em todos os níveis gerenciais.
TEMOS
4 FASES:
1ª) Avaliação de Riscos - mede os riscos dentro
da organização, cria a matriz que será útil para a compreensão dos critérios de
avaliação dos riscos.
2ª) Níveis de riscos - os efeitos dos riscos
são classificados de acordo com os valores identificados na matriz.
3ª) Níveis de tolerância - a tolerância é
aplicada de acordo com a graduação dos danos
4º) Efetivação do controle - ações são
propostas de acordo com os níveis de tolerância.
5º) Monitoramento - deve ser implantada uma
rotina de reavaliação periódica dos riscos.
1ª
FASE - AVALIAÇÃO DO RISCO
Risco (R) sendo uma probabilidade de ocorrência de um
sinistro, com potencial de causar danos, em decorrência de existir um perigo
com uma exposição de ameaça durante um determinado espaço de tempo, logo ele é
função da freqüência de ocorrência e a conseqüência de determinado perigo. Para
a elaboração desta avaliação é importante criar um modelo que venha atender
cada seguimento com foco nas características físicas, vulnerabilidade das
instalações, meios humanos e materiais disponíveis, cooperação e entendimento
contínuo gerencial, inclusive apoio de auditores, vistoriadores, seguradores,
autoridades, etc.
Como sugestão para este trabalho, elaborei um exemplo com
alicerce nas ferramentas, entre elas o FMEA, que pode ser aplicado em qualquer
seguimento de Comércio Exterior, vejamos:
AMEAÇA (
A ) É o perigo que ocorre durante o fluxo operacional, de acordo com
cada cenário.
1- desconhecida (ainda não ocorreu, mas existe relato que
já ocorreu em outra empresa);
2- desprezível (insignificante os danos);
3- moderada ou marginal (provoca danos leves;
4- críticos ou significativos (danos são severos);
5- catrastróficos (danos são irreparáveis)
OCORRÊNCIA (
O ) É a probabilidade de gerar um sinistro, é a vulnerabilidade.
1- extremamente remota;
2- remoto;
3- improvável;
4- provável;
5- freqüente.
CONTROLE (
C ) É a eficiência ou mitigação adotada e colocada em prática,
para evitar conseqüências.
5- irá impedir a ocorrência;
4- impede a ocorrência na maioria das vezes;
3- pode ou não impedir a ocorrência;
2- pouca chance de impedir a ocorrência;
1- não impede a ocorrência ou não há controle.
Aplicando a fórmula OCORRÊNCIA x AMEAÇA - CONTROLE encontramos
o EFEITO
EFEITO (
E )
É a gravidade do risco, é a graduação conseguida
através do cruzamento dos Anexos através da Matriz de Risco (Tabela abaixo).
-4 a 0 - sem lesão ou perda patrimonial ou ambiental
0 a 6 - incapacidade temporária (15 dias por conta do
empregador), perda patrimonial ou desastre ecológico insignificativo.
6 a 12 - incapacidade temporária (acima de 15 dias
afastados por conta do MPS, perda patrimonial ou desastre ecológico
significativo mas neutralizado.
12 a 18 - incapacidade permanente, desastre ecológico
significativo com destruição de parte do ecossistema.
24 - óbito, grande perda patrimonial, destruição de
grande área do ecossistema.
Para chegarmos à graduação do risco, é necessário fazer o
cruzamento entre Ocorrência x Controle x Efeito, que conseguimos através de uma
Matriz de Risco, conforme abaixo.
MATRIZ DE RISCO
|
||||||||||
OCORRÊNCIA
(Probabilidade / Estatística)
|
AMEAÇA
(Perigo / Vulnerabilidade)
|
CONTROLE
(Eficiência / Mitigação)
|
||||||||
5
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
4
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
3
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
2
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
1
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
5
|
4
|
3
|
2
|
1
|
2ª
FASE - IDENTIFICAR OS NÍVEIS DE RISCO
O trabalho com base no modelo de Matriz apresentado acima
deve ser focado para uma melhor visão dos riscos englobando em categorias de
impacto, avaliando a graduação e mudanças prováveis para a priorização a ser
defendida.
Esta fase deve ser com base em conhecimento técnico, ou
seja, seja capaz de boa elaboração de estatísticas e levantamento de ocorrência
de sinistros que ocorrem em outras empresas, onde o profissional de
gerenciamento possa apresentar opiniões qualificadas e dentro da realidade do
mundo Securitário e suas devidas indenizações.
Para cada cenário é estimada a ameaça associada ao risco,
para tal deve ser levado em consideração dados dignos de crédito, pois para
estabelecer uma medida (valor) para o impacto onde sugiro trabalhar com valores
segurados
EFEITO
(Impacto)
|
GRADUAÇÃO
|
DANO
(Conseqüência)
|
NÍVEIS DE TOLERÂNCIA
(Priorização)
|
SEM LESÃO, AVARIA OU IMPACTO AMBIENTAL
|
-4 a 0
|
NÃO EXISTE ANOMALIA
|
ACEITÁVEL - DEVE SER CONSIDERADO - MANTER EM
MONITORAMENTO
|
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA < 15 DIAS - PERDA
PATRIMONIAL OU DESASTRE ECOLÓGICO
|
1 a 6
|
1 A 100 MIL REAIS
|
TOLERÁVEL - DEVE SER INCLUÍDO EM PROGRAMAS DE REDUÇÃO
(OU ADEQUAÇÃO) A VALORES ACEITÁVEIS
|
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA > 15 DIAS - AFASTAMENTO POR
CONTA DO INSS) PERDA PATRIMONIAL
|
7 a 12
|
100 MIL A 1 MILHÃO DE REAIS
|
INCLUIR EM PROGRAMAS CORRETIVOS A NÍVEIS DESEJÁVEIS
|
INCAPACIDADE PERMANENTE, DESASTRE ECOLÓGICO
SIGNIFICATIVO COM DESTRUIÇÃO DE PARTE DO ECOSSISTEMA
|
13 a 18
|
1 A 10 MILHÕES DE REAIS
|
INCLUIR EM PROGRAMA PREFERENCIAL A NÍVEIS CORRETIVOS
|
ÓBITO, GRANDE PERDA PATRIMONIAL, DESTRUIÇÃO DO
ECOSSISTEMA
|
24
|
ACIMA DE 10 MILHÕES DE REAIS
|
EMERGENCIAL, INACEITÁVEL - INCLUIR EM PROGRAMA IMEDIATO
|
3ª
FASE - EFETIVAÇÃO DO CONTROLE (PLANO DE AÇÃO)
Cada ação deve ser planejada utilizando linhas de
condutas com base em técnicas, e como exemplo o modelo que apresento abaixo:
1
|
Ação a ser tomada para minimizar, adequar a níveis
aceitáveis, evitar os riscos
|
|
2
|
Quem será o responsável pela ação
|
|
3
|
Local ou equipamento onde será tomada a ação
|
|
4
|
Prazo para execução da ação
|
|
5
|
Contra proposta do gestor para ação a ser tomada
|
|
6
|
Prazo para execução de nova ação implantada pelo gestor
|
|
7
|
Cumprimento da ação
|
É importante que após a elaboração e aprovação do plano
pelo gestor da área responsável, a ação deve ser divulgada em quadro de aviso,
reuniões de segurança etc., no sentido de buscar um maior envolvimento de todos
os colaboradores em cada faina operacional
4ª
FASE - MONITORAMENTO
Nesta fase as ações devem ser acompanhadas e reavaliadas
os riscos.
Em toda operação envolvendo manipulação e transporte de
cargas (mercadorias) sempre existirão riscos, abaixo uma tabela de alguns
riscos que podem servir de base para um gerenciamento de riscos:
CATEGORIAS
DE RISCOS
1 - FÁBRICA OU INDÚSTRIA
1.1 - EMBALAGEM FRACA
1.2 - EMBALAGEM INAPROPRIADA
1.3 - ARMAZENAMENTO SEM PEAÇÃO OU ESCORAMENTO
1.4 - FALHA OU FALTA DE LACRES
1.5 - FALHA NO MONITORAMENTO DE TEMPERATURA
1.6 - MOLHADA POR CHUVA
1.7 - MOLHADA POR NEVE
1.8 - CONTAMINADA POR PRODUTO QUÍMICO
1.9 - CONTAMINADA POR OUTROS PRODUTOS NÃO QUÍMICOS
1.10 - CONTAMINADA POR CHEIRO / ODOR,
1.11 - AVARIA DEVIDO FALHA DURANTE A MANIPULAÇÃO POR
EQUIPAMENTO
1.12 - AVARIA DEVIDO FALHA NA ESTIVAGEM EM PILHA NO
ARMAZEM
1.12 - AVARIA DEVIDO FALHA NA RETIRADA DA PILHA NO
ARMAZEM
1.13 - FALHA NO CONTROLE E CONFERÊNCIA DE EMBARQUE
1.15 - FURTO OU ROUBO
1.14 - OUTROS
2 - TRANSPORTES RODOVIÁRIO OU FERROVIÁRIO
2.1 - AVARIA NO EMBARQUE
2.2 - ROUBO OU FURTO
2.3 - MOLHADURA POR ÁGUA, CHUVA OU NEVE
2.4 - CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS PRÉVIOS DE CARGA
2.5 - CONTAMINAÇÃO POR ODOR OU CHEIRO
2.6 - TOMBAMENTO DEVIDO NÃO OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DE
TRÂNSITO
2.7 - TOMBAMENTO DEVIDO FALHA MECÂNICA
2.8 - TOMBAMENTO DEVIDO FALHA HUMANA EM CONDUZIR O
VEÍCULO
2.9 - AVARIA POR FALTA OU FALHA DE PEAÇÃO OU ESCORAMENTO
2.10 - FALTA OU FALHA NO MONITORAMENTO DE TEMPERATURA
2.11 - AVARIA POR FREADA FRUSCA CAUSANDO INÉRCIA DA CARGA
2.12 - AVARIA POR NÃO OBSERVAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES E
CAUTELAS DE ESTIVAGEM
2.13 - AVARIA POR NÃO OBSERVAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DE
MANIPULAÇÃO
2.14 - COLISÃO COM OUTROS VEÍCULOS DEVIDO DESORGANIZAÇÃO
DE FLUXO.
2.15 - COLISÕES EM CANCELAS, TRAVESSIAS DE OUTROS
VEÍCULOS
2.16 - TOMBAMENTO POR NÃO USAR TRAVAMENTO (LOCKERS)
2.17 - ATROPELAMENTOS
2.18 - COLISÃO COM PASSARELAS, TÚNEIS, FIAÇÃO, ETC.
2.19 - TRAFEGAR FORA DA FAIXA DE SEGURANÇA
2.20 - CARGA MOLHADA DEVIDO CHUVA SEM PROTEÇÃO DE
LONAMENTO
2.21 - CARGA MOLHADA DEVIDO ALAGAMENTO DE PÁTIO
2.22 - CARGA MOLHADA DEVIDO RASGO NO CONTAINER
2.20 - OUTROS
3 - ÁREA DE ARMAZENAMENTO DE TERMINAL PORTUÁRIO
3.1 - COLISÃO DE CAMINHÃO COM EQUIPAMENTOS (EMPILHADEIRA,
STACKER, TRANSTAINER, PORTAINER.
3.2 - COLISÃO DE EQUIPAMENTOS (ACIMA) COM CAMIHÃO.
3.3 - QUEDA DE CARGA DA PILHA DEVIDO FALHA HUMANA OU DE
EQUIPAMENTO
3.4 - TOMBAMENTO DURANTE TRANSLADAR SOBRE PILHA DEVIDO
FALHA HUMANA
3.5 - COLISÃO SEGUIDO DE TOMBAMENTO DA PILHA DEVIDO FALHA
HUMANA
3.6 - TOMBAMENTO DEVIDO IMPACTO EM PILHA DESALINHADA OU
COM ESPAÇOS VAZIOS
3.7 - IÇAMENTO DE CARGA JUNTO COM CAMINHÃO POR FALHA
DESTRAVAMENTO LOCKER
3.8 - TOMBAMENTO CARGA DO CAMINHÃO DEVIDO FALHA HUMANA OU
DE EQUIPAMENTO
3.9 - TOMBAMENTO CARGA DO CAMINHÃO DEVIDO DESALINHAMENTO
DE PISO
3.10 - COLISÃO CAMINHÃO COM CARGAS ARMAZENADAS FALHA
HUMANA
3.11 - COLISÃO EQUIPAMENTOS (ACIMA) COM CARGAS
ARMAZENADAS
3.12 - COLISÃO CAMINHÕES OU EQUIPAMENTOS COM VEÍCULOS
ESTACIONADOS COSTADO
3.13 - COLISÃO DE CAMINHÕES OU EQUIPAMENTOS COM TAMPAS
PORÕES NO CAIS
3.14 - AVARIA DE CARGA DEVIDA FALHA OU FALTA DE ENERGIA
NA OPERAÇÃO DE REEFER
3.15 - AVARIA DE CARGA DEVIDA FALHA NO MONITORAMENTO DE
REEFER
3.16 - QUEDA OU TOMBAMENTO DE CARGA POR FALHA NO ENGATE
NO GATO DE IÇAMENTO
3.17 - AVARIA DE CARGA DEVIDA USO INAPROPRIADO DE FITAS
OU CABOS AÇO NA PEAÇÃO
3.18 - FALHA EM PESAGEM
3.19 - FALHAS NA VISTORIA DE RECEBIMENTO DA CARGA
3.20 - OUTROS
4 - ARMAZÉM
4.1 - QUEDA DE CARGA DO GARFO DA EMPILHADEIRA FALHA
HUMANA
4.2 - QUEDA DE CARGA DO GARFO DA EMPILHADEIRA
DESALINHAMENTO PISO
4.3 - QUEDA DE CARGA DO HACK FALHA HUMANA
4.4 - QUEDA DE CARGA DO CAMINHÃO FALHA HUMANA
4.5 - COLISÃO DE EMPILHADEIRA COM CAMINHÃO FALHA HUMANA
4.6 - COLISÃO EMPILHADEIRA COM CARGA FALHA HUMANA
4.7 - COLISÃO EMPILHADEIRA COM HACK FALHA HUMANA
4.8 - DESMORONAMENTO DE CARGA DO HACK
4.9 - DESMORONAMENTO DE PILHA DENTRO DO CONTAINER
4.10 - AVARIA DEVIDO USO INADEQUADO DE EQUIPAMENTO DE
MANIPULAÇÃO DE CARGA
4.11 - FALTA DE CONTAGEM DE CARGA
4.12 - FALTA DE NOTIFICAÇÃO DE ACRÉSCIMOS
4.13 - FALTA NA QUANTIDADE DECLARADA
4.14 - ENCONTRADOS VOLUMES DIFERENTES DO MANIFESTADO
4.15 - VOLUMES ENCONTRADOS RASGADOS COM FALTA DE CONTEÚDO
4.16 - VOLUMES ENCONTRADOS MANCHADOS POR PRODUTOS
QUÍMICOS
4.17 - INCÊNDIO DEVIDO IGNIÇÃO EXPONTÂNEA
4.18 - INCÊNDIO FALHA OU CURTO CIRCUITO CABEAMENTO
4.19 - EXPLOSÃO DE CARGA
4.20 - DEFORMAÇÃO DE CARGA POR EXTRAPOLÇAO DE LIMITAÇÕES
DE PESO
4.21 - FURTO OU ROUBO
4.22 - AVARIAS DEVIDO MANUSEIO INADEQUADO NÃO OBSERVANDO
MARCAS EMBALAGENS
4.23 - AVARIAS DEVIDO EXCEDER A CAPACIDADE DECLARADA NO
APARELHO
4.24 - OUTROS
5 - MANOBRA DE ATRACAÇÃO OU DURANTE ATRACAÇÃO
5.1 - COLISÃO NAVIO CONTRA PIER FALHA HUMANA OU
EQUIPAMENTO
5.2 - COLISÃO NAVIO CONTRA PORTAINER FALHA HUMANA OU
EQUIPAMENTO
5.3 - ACIDENTE TRABALHO BOLADA DE RETINIDA
5.4 - ACIDENTE TRABALHO CHICOTADA DE CABO PARTIDO
5.5 - COLISÃO COM OUTRA EMBARCAÇÃO ATRACADA
5.6 - MOVIMENTO NAVIO CAUSANDO AVARIA ESCADA PORTALO OU
PORTAINER
5.7 - C0LISÃO VEÍCULOS OU EQUIPAMENTOS CONTRA CAIXA
CONTENDO TWISLOCKER
5.8 - OUTROS
6 - IMPACTO AO MEIO AMBIENTE
6.1 - VAZAMENTO DEVIDO ROMPIMENTO DE MANGOTE DE
ABASTECIMENTO
6.2 - VAZAMENTO DE CONTAINER TANQUE
6.3 - VAZAMENTO DEVIDO COLISÃO DE CAMINHÃO CONTRA
CONTAINER TANQUE
6.4 - VAZAMENTO DEVIDO COLISÃO DE EQUIPAMENTOS CONTRA
CONTAINER TANQUE
6.5 - VAZAMENTO PRODUTOS QUIMICOS DEVIDO COLAPSO DE
CONTAINER DA PILHA
6.6 - FURO OU RASGO CAUSANDO DERRAME DE TAMBORES DURANTE
MANUSEIO
6.7 - VAZAMENTO DE ÓLEO DE EMPILHADEIRAS
6.8 - QUEDA DE DETRITOS POLUENTES NO MAR OU RIO OU LAGOA
6.9 - FUMAÇA DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO
7.0 - OUTROS
7 - OPERAÇÃO A BORDO
7.1 - COLAPSO CONTAINER OU CARGA FALHA MECÂNICA
TWISTLOCKER DO SPREADER
7.2 - COLAPSO CONTAINER OU CARGA FALHA SENSOR DO SPREADER
7.3 - COLISÃO DE CARGAS DEVIDO FALHA HUMANA OU
EQUIPAMENTO
7.4 - COLISÃO CONTRA TAMPAS DE ESCOTILHAS OU CÉLULAS DE
CARGA
7.5 - AVARIAS CARGAS DEVIDO DESCENTRALIZAÇÃO DE PESOS
7.6 - AVARIAS DE CARGA OPERANDO COM VISIBILIDADE RESTRITA
OU FALTA DE ILUMINAÇÃO
7.7 - QUEDA DE CARGA DEVIDO RUPTURA DE ESTROPO
7.8 - AVARIAS DE CARGA CONDUÇÃO DE EQUIPAMENTO COM
VELOCIDADE INADEQUADA
7.9 - AVARIAS OPERANDO EM SETOR CEGO SEM USO DE SINALEIRO
7.10 - RASGOS OU FUROS TETO CONTAINER DEVIDO TWISTLOCKER
DE OUTRAS UNIDADES
7.11 - COLAPSO OU QUEDA DE CONTAINER ATINGINDO
TRABALHADOR OU TRIPULANTE
7.12 - COLISÃO DE CARGA COM GUINDASTE DE BORDO OU
SUPERESTRUTURA
7.13 - OUTROS
CAUSAS
DE ACIDENTES
Todo acidente ocorre devido uma seqüência de eventos por
falhas no sistema, equipamentos ou humanas. Esta falha tem sua
denominação em Causas Raiz que são ocorrências de falhas do sistema
operacional, e podem incluir desde a deficiência no controle de procedimentos
do sistema de segurança, sistema administrativo falta ou falha de treinamento,
manutenção em falta ou inadequada dos equipamentos que manipulam cargas, falhas
humanas, até fadigas por excesso de trabalho ou dobra (hora extra) ou
doenças ocupacionais.
Estas causas raiz são difíceis de identificar ao
contrário da causa imediatas (a seguir) pois exigem uma profunda análise do
sinistro, porque elas que dão as explicações para as ocorrências de Fatores
Pessoais, ou seja, ao estado emocional que condiciona o comportamento do
trabalhador, como por exemplo: incapacidade para operar o equipamento,
desconhecimento de normas e procedimentos, negligência, imperícia, imprudência,
stress e desmotivação, etc. e também dos Fatores de Trabalho, ou seja,
conjunto de programas sem planejamento adequado, como por exemplo: falta ou
falha de supervisão, não cumprimento de normas operacionais de fabricantes de
equipamentos, não utilização de equipamentos e peças de materiais dentro das
especificações dos fabricantes, não aplicadas manutenções preditiva, corretiva
e preventiva, detectiva, etc.
Por outro lado temos as Causas Imediatas que
são aquelas mais fáceis de serem identificadas, pois estão relacionadas às
práticas inseguras ou erro humano, como por exemplo equívoco no acionamento de
um equipamento, transgressão de regras e procedimentos, lapso ou falta de
atenção por não observar faixas de segurança, limitações de velocidade de
equipamento, etc. bem como as de operar em condições inseguras como por exemplo
operar em espaço apertado na pilha ou no trajeto, falta de visibilidade do
porão, equipamento defeituoso causando acelerações ou desacelerações, sistema
de travamento de spreader com locker destravando, etc.
RELATÓRIOS
DE CAUSAS
Após a ocorrência de qualquer sinistro, devem-se reunir
os colaboradores, encarregados, supervisores, e operadores, caso aja acidentado
(caso seja possível) do setor envolvido no local do acidente solicitar de todos
um breve relato dos fatos envolvidos, tirar fotos, filmar (se possível), isolar
a área, etc.
Com base nas declarações colhidas dos envolvidos como
mencionado acima deve ser elaborado um Brainstorming (tempestades de idéias),
levantando todas as possíveis causas que gerou o sinistro, e montar a seguir o
Diagrama de Yshikawa ou Espinha de Peixe (exemplo abaixo), onde serão agrupados
os relatos.
Operador - são as atitudes observadas e comentadas
pelos envolvidos tais como: procedimento inadequado, pressa, imprudência,
negligencia, imperícia, cansaço, ato inseguro, etc.
Material - são as particularidades de falhas
encontradas ou modificações ocorridas.
Método - é a metodologia do processo e procedimentos
adotados na operação que deu origem ao sinistro.
Equipamento - toda a ocorrência verificada in loco
ou em laboratório.
COMENTÁRIOS
É interessante observar que numa análise de causas podem
aparecer novos riscos que possam também causar acidentes, desta forma devem ser
incluídos na avaliação de risco.
Todo sinistro deve ser interpretado como oportunidade
coletiva de aprendizagem organizacional através da investigação de suas causas,
que são uma multiplicidade de variáveis que podem ser ambientais, humanas, de
processos ou equipamentos.
Em toda operação com cargas em qualquer dos seguimentos
de Comércio Exterior, temos três zonas sistêmicas que são: Zona segura,
aquela no qual o trabalho é executado com segurança, onde esta zona fica
circundada pela zona de perigo onde existe o risco e ainda não
ocorreu o sinistro, mas encontra-se sob condições que aumentam os riscos e por
fim a zona de perda de controle, no qual os acidentes ocorrem pelo
rompimento das fronteiras da segurança.
CONCLUSÃO
Este trabalho é um referencial inicial, eu diria uma
ferramenta seqüencial para estabelecimento de um modelo de gerenciamento de
riscos a ser implantado em qualquer dos seguimentos e áreas abrangentes do
Comércio Exterior.
É imprescindível que as barreiras para avaliação de
riscos sejam quebradas na empresas, pois a minha experiência demonstra que se
aplicadas estas técnicas , efetuadas analises causais de acidentes, promoverem
ações que venham inibir as perturbações do sistema os resultados são fantásticos,
haverá diminuição em indenizações, diminuição dos danos e não ocorrência de
perdas patrimoniais.
Para que tudo isto ocorra deverá ser conduzido qualquer
análise de risco de forma abrangente, imparcial e que contemple as opiniões de
todos os envolvidos direta ou indiretamente na investigação do acidente, dando
sempre prioridade para os mais complexos que necessitam de intervenções
rápidas. Este é o meu ponto de vista.
REFERÊNCIAS
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Fmea from Theory to Execution, 2ª Edição, http://books.google.com.br
Vander Guerrero; Prof. Henrique Rozenfeld, FTA
- Faut Tree Analysis, http://www.numa.org.br
Engs. Carlos Haddad de Melo, João Marcus Sampaio Gueiros
de Melo, D.Sc Cláudia do Rosário Vaz Morgado, Avaliação de Riscos para
Priorização do Plano de Segurança, 2002
Carlos Augusto Vaz de Souza, Carlos Machado de Freitas,
Análise de Causas de Acidentes e Ocorrências Anormais, relacionados ao
Trabalho, em uma Refinaria de Petróleo, htpp://www.scielo.br, 2003
Ildeberto Muniz de Almeida, Trajetória da Análise de
Acidentes: o Paradigma Tradicional e os Primórdios da Ampliação da Análise, http://www.scielo.br, 2006
Bureau de Perícias, Acidentes de Trânsito: Comissão
Aprova Perícia Obrigatória em Acidente sem Vítima, São Paulo, 2007.
Department for Transport, Rail Incident Involving a
Container Train at Basingstore Station 19 December 2008, Report August 2009.
Carlos Nhacule, Todo Acidente Tem Uma Causa, http://emose.co.mz, 2008.
Tipos de Manutenção, http://www.dee.ufrn.br
Análise de Acidente, Um trabalho de Equipe, http://www.unesp.br
Marine Accidente Investigation Branch, Incident Report
Form, 2005.
Projeto de Gerenciamento de Riscos em Terminais
Portuários e Armazéns, Autor, 2008.
excelente material, meu amigo. meus parabéns!
ResponderExcluirExcelente Material, Mestre Aurélio ajudou muito no meu trabalho e conhecimento. Desejo sucesso. Obrigado.
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