domingo, 15 de março de 2015

EXPLOSÃO - RISCOS EM ALTO MAR, TERMINAIS DE CARGAS, REFINARIAS E ESTALEIROS (PARTE 1)

EXPLOSÃO - RISCOS EM ALTO MAR, TERMINAIS DE CARGAS, REFINARIAS E ESTALEIROS.

(1ª PARTE)

Não concordo que uma explosão, seja uma fatalidade.

Explosões não acontecem por acaso.

Durante todas as atividades desempenhadas nos ambientes onde produtos inflamáveis derivados do petróleo eram manipulados, observei que o medo sempre imperava, ou seja, nas atividades profissionais que desempenhei quando embarcado em navio ore-oil ou executando vistorias em navios petroleiros, químicos, propaneiros, plataformas de petróleo, bem como fazendo medições de produtos em Terminais, e estagiando em Refinaria. Trabalhei em espaços fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, e sempre notando que o ambiente estava carregado, onde o nariz e a respiração são nossos controles e nossas alto-defesas. Os trabalhadores tinham razão para conviver com o medo.
É indiscutível a questão da periculosidade de quem trabalha com produtos inflamáveis, a nossa legislação é clara, vejamos o que nos informa a CLT:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:       (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)
 I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;       (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. (Alterou o Capítulo V do Título II da CLT por esta Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977)
Qualquer veículo no mar está sujeito a tempestades, furacões, trepidações, terremotos, embates da água do mar, vibrações de motores, de bombas, e de tubulações, altas temperaturas, o que acaba enfraquecendo suas juntas e causando vazamentos de gases. Um carro velho depois de muitos anos de uso, as juntas do motor apresentam vazamentos, o que vem causar vazamentos de óleo, sujando garagens e estacionamentos, em navios e plataformas não é diferente, tragédias não acontece por acaso, vazamentos sempre vão ocorrer em virtude de desgastes (wear and tear) ou falhas. A monitoração estrutural deve ser uma constante faina no dia-a-dia, não ficando só restrita a planejamento programado como presenciei diversas vezes.
A maioria de falhas não é detectada visualmente.

A segurança no mar depende de uma interação de um número grande de partes envolvidas no setor de transportes e exploração de petróleo.
A manutenção de equipamentos que operam com inflamáveis devem assegurar a operação sem falhas dos componentes de elevado risco nas embarcações e demais áreas que operam com estes tipos de produtos.
Apresento este trabalho, que não tem nenhuma proposta de convencimento, nem desestimulante, nem tampouco para obter vantagens, mas fazer uma análise de algumas das ocorrências de sinistros ocorridos nos últimos anos, comentar, apresentar o que vem ocorrendo na indústria e transporte de produtos inflamáveis, e apresentar sugestões, e principalmente fazer um alerta para a importância da segurança no mar.
A narrativa dos acidentes teve como base, relatos e notícias tiradas de “sites” que trataram de matérias relacionadas ao tema, que menciono nas referências bibliográficas, e relatos somados da minha experiência vivenciando a atuando diretamente com gases inflamáveis.
Procuro ser transparente e verdadeiro, não ocultando o meu pensamento de prevencionistas e estimulador da importância da segurança.

“Operação de gás é tão seguro em uma plataforma ou navio como um voo de avião, será seguro até que haja uma explosão ou o avião caia, ou colide com algum objeto”.

O ser humano mesmo conhecendo os riscos jamais deixará de trabalhar no mar, como nunca deixará de viajar de avião. A sua necessidade de sobrevivência e status é maior, sobrepõe ao medo e à insegurança.
Eu diria que o trabalho embarcado seja em um navio petroleiro, químico, propaneiro, plataforma, ou mesmo em Terra em uma refinaria e terminal petrolífero, considero como sendo uma atividade de alto risco, e suas profissões correlatas são perigosas, os riscos são inevitáveis, estes funcionários sempre estarão lidando com gases e vapores inflamáveis. Quando ocorrem acidentes são catastróficos, ou seja, são tragédias, temos como exemplos a Alpha Piper no Mar do Norte cujo acidente ocorrido em 1988, causando 167 óbitos, com a Plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México em 2010, onde ocorreram 11 óbitos e ferimentos graves em outras 17 pessoas. Em explosões sempre ocorrem desaparecimento de tripulantes com o ocorrido com o navio petroleiro Shoko Maru, que explodiu em 2014 nas costas do Japão, onde o comandante desapareceu e 4 tripulantes ficaram gravemente feridos. O deslocamento do ar atiram pessoas a enormes distâncias, se caem no mar queimadas, são atraídas por peixes ou aves, pelo estado da coloração escura ou esbranquiçada, e com odor forte, e acabam sendo devoradas, por isso não boiam e nem sempre são resgatados. Existem diversos relatos sobre desaparecimentos de tripulantes, logo acredito que só pode ser pelo deslocamento do ar, onde são atirados a longa distância, e devorados por peixes e pássaros.
Sugiro veem o filme que se encontra no “You Tube” denominado “Destroyed in Seconds – Oil tanker Explosion”, onde podemos ver a força de uma explosão de hidrocarboneto, atirando peças gigantes do navio às enormes distâncias. Imagine uma pessoa pesando cerca de 80 kgs, qual será o arremesso?
No filme https://www.youtube.com/watch?v=R01uyOFznjo é apresentado um blow up, onde trabalhadores são atingidos.  O que é o “blow up” - é o fluxo descontrolado de hidrocarbonetos saindo de um poço de petróleo devido alguma falha no seu sistema de controle de pressão.
Na exploração do mar temos dois tipos de gás: Gás liquefeito de petróleo (GLP) - produto constituído de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano, butano), podendo apresentar-se misturados entre si. Gás Natural (GN) - Hidrocarbonetos combustíveis gasosos, essencialmente metano, normalmente distribuído pelas concessionárias (gás encanado ou canalizado de rua). É o mesmo gás utilizado em veículos, também chamado de GNV.
Mas o que é uma explosão?

Segundo a NORMAN-09/DPC – 0106 – VI, explosão é: combustão brusca provocando a deflagração de ondas de pressão de grande intensidade.
No sentido amplo, é um evento rápido durante o qual gases que são armazenados e distribuídos à alta pressão, e se liberados e misturados com oxidantes (como o oxigênio) entram em combustão, tendem a inflamar, e causar a explosão. Precisam somente de uma fonte de ignição. Também podem ocorrer as chamadas explosões sem chama, que ocorre devido à rápida evaporação do gás liquefeito, seguida de combustão e explosões.
Para o entendimento exemplifico 3 tipos de explosões: nucleares ocorrem por fusão ou reações de átomos, químicas podem ocorrer por decomposição ou reação de combinação de materiais, físicas entre outros, ocorrem com gases inflamáveis que é o objeto deste trabalho. A nuclear é a pior em consequências.
O que tenho visto na prática que apesar da indústria de petróleo e gás e da extração de gás em plataformas marítimas tem-se aperfeiçoado tecnologicamente, está crescendo o número de incidentes, e ao mesmo tempo aumentando a taxa de acidentes de trabalhos fatais, no país tivemos alguns acidentes como Plataforma Anchova em Campos – RJ - 1984 com 37 óbitos, P-36 em Campos – RJ – 2001 com 11 óbitos. Quando existem lesões quase sempre são queimaduras graves, Lesão cerebral, lesão medular e fraturas. É uma situação grave, pois devido à natureza rápida da explosão, a sobre pressão gerada a partir de uma explosão pode causar danos significativos como no caso dos exemplos citados. 

É classificada uma explosão sob duas formas:

Por deflagração quando a onda de combustão ou reação propaga a uma velocidade inferior à velocidade do som, onde a ignição de uma mistura combustível – oxidante ou nuvem de vapores suspensos num ambiente confinado, provoca um aumento rápido da pressão que pode ocorrer imediatamente antes ou depois de um incêndio; ou por detonação é quando a onda de combustão ou reação propaga a uma velocidade mais rápida do que a velocidade do som, causando uma onda de choque de alta pressão causando danos em grandes distâncias.
Lendo relatórios e notícias, o acúmulo de vapor inflamado e concentrado no convés pode ser também um perigo, adiante, apresentou alguns fatos e ocorrências de sinistros envolvendo esta particularidade de explosão.
Desastre em alto mar envolvendo navio ou plataforma pode ocorrer de forma surpreendedora como no caso ocorrido no Golfo do México em 2007, quando a plataforma elevatória Usumacinta colidiu com a Kab-101, rompendo sua árvore de produção, tudo aconteceu devido a uma frente fria que passou na região trazendo ventos de até 130 km/h e com ondas de 6-8 m. Houve colapso da torre da plataforma que colidiu, causando incêndio, em consequência 21 mortes foram registradas durante a evacuação do pessoal, sendo que um dos trabalhadores ficou desaparecido.
Temos o registro de 3 acidentes envolvendo VLCCs dentro de um período de 18 dias, no ano de 1969, são eles: navio Marpessa explodiu em sua viagem inaugural a 50 milhas a Noroeste de Dakar, e afundou, 2 tripulantes morreram; navio Mactra explodiu na Canal de Moçambique, dois mortos, e navio Haakon VII Kong explodiu na Monrovia sem perda de vidas. Os três episódios ocorreram quando ambos encontravam-se em lastro, e durante a limpeza de tanques por sistema mecânico rotativo de jato de água, ocorreram as explosões o que foi alegado ter ocorrido eletricidade estática. Era um procedimento comum na época o que levou a IMO efetuar estudos, como forma de evitar explosões, e mais tarde inserido a transformação e aplicação de limpeza para o sistema de gás inerte.
Outro episódio ocorrido em 1969 marcou e alertou para a questão de tanques vazios, foi a colisão do navio norueguês petroleiro Silja com o navio francês  Ville de Mahajanga, causando uma série de explosões, vindo o navio Silja afundar em pouco minutos, com uma morte e dezoito desaparecidos. Foi alegado que havia atmosfera explosiva nos tanques do Silja. Isto quer dizer que havia mistura de óleo ou gás com uma quantidade maior de ar (oxigênio), o que tornou propenso para a explosão. Situação esta que o sistema com gás inerte poderia ter sido evitado, mas como toda inovação leva anos para que se torne obrigatório, somente em 1980 as autoridades conseguiram que o empresariado compreendesse dessa necessidade.
Por outro lado, existe risco de desastre quando uma plataforma está sendo rebocada, como aconteceu com a Plataforma elevatória Bohai 2, em reboque entre a China e a Coréia, quando enfrentou uma tempestade com ventos 10 da escala Beaufort, ocorrendo que a mesma afundou resultando na morte de 72 pessoas de um total de 74 embarcadas. Os relatos informam que houve quebra de um equipamento que caiu sobre o convés principal, perfurando e causando inundação, causando inclinação e perda de estabilidade, levando-a a emborcar e afundar.
Os riscos ocorrem, inclusive causando uma sequência de desastres, como no caso em nosso país, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, envolvendo a Plataforma Enchova, ocorrendo o primeiro em 1984, uma explosão, seguido de explosão e incêndio, sendo que na evacuação através de embarcações salva-vidas e helicópteros, porem ocorrendo morte de 42 pessoas, devido falha no mecanismo de descida de uma embarcação, deixando na posição vertical e ocorrendo a queda de cerca de 10-20 m, morrendo 36 ocupantes, e outros 6 trabalhadores faleceram ao pularem ao mar de cerca de 30-40 m.
O segundo desastre ocorreu em 1988, e que resultou na destruição da plataforma, devido a execução de conversão do sistema do poço de petróleo para gás, sofreu uma ruptura, o mecanismo de perfuração atingiu uma das pernas da plataforma causando faíscas que inflamou o gás do blowup, causando incêndio que perdurou por 31 dias, o pessoal foi evacuado e não houve vítimas fatais. A plataforma foi posteriormente declarada perda total.
Outro desastre ocorrido em 1990 durante reboque de forma diferente do anterior ocorreu com a Plataforma Elevatória West Gamma, que ao ser atingido por uma tempestade com rajadas de ventos de 60 nós e ondas de até 12 metros, causando a perda do seu heliponto pelo embate de uma grande onda, perdendo em seguida o seu reboque, o que resultou que a mesma derivasse em direção a costa alemã. Devido a um dos botes salva-vidas ter soltado, danificando o casco da plataforma e um adernamento, havendo nesta situação a evacuação do pessoal, porem não pode ocorrer por helicóptero. A solução foi as pessoas atirarem-se ao mar e em seguida serem recuperadas por embarcações com auxílio de holofotes do helicóptero.
Com relação aos terminais no país, temos alguns sinistros: 1967 – Temadre – na Ilha de Madre de Deus, Bahia de Todos os Santos, houve incêndio de grande porte, com dezenas de mortos; 1972 – Reduc – em Duque de Caxias houve incêndio com explosão e lançamento de fragmentos, 38 mortes; 1991 – Refinaria de Manguinhos – RJ, vazamento seguido de explosão de cilindros de amônia, alguns trabalhadores feridos, entre outros. A incidência de tragédias não acontece somente no mar, qualquer sistema que opera com gases inflamáveis corre o risco de explosão.
As ocorrências dos desastres são variáveis como podemos verificar acima, os riscos são muitos, mas a explosão é ainda uma situação inevitável que acompanha o desenvolvimento da indústria do petróleo. Acidentes associados a rupturas de linhas de GLP ou GNV (hidrocarbonetos líquidos e gasosos) podem ocorrer entre outros por falha organizacional, erros humanos, e causas naturais como atividade sísmica, campos de gelo, furacões e outros, mas o seu principal risco é o vazamento de gás seguido de explosões.
Hidrocarbonetos podem explodir através da ignição, quando combinado com um oxidante (normalmente o ar atmosférico), onde a temperatura sobe até o ponto em que as moléculas do hidrocarboneto reagem espontaneamente com o oxidante resultando na combustão (evolução de luz, calor e chamas). Em consequência a explosão e um hidrocarboneto causam imediatamente e rapidamente um aumento de sobre pressão e de elevada temperatura do fogo.
A apuração das causas de uma explosão é uma avaliação complicada onde o perito ou investigador deverá lidar com parâmetros incertos que afetam uma explosão. A verdade é que sempre haverá a possibilidade de ter uma explosão quando se lida com gases ou vapores inflamáveis em qualquer situação associada à produção, transporte, armazenamento ou queima.

Não existe a possibilidade de explosão sem a liberação de gás.

O que ocorre é que o aumento rápido da pressão é que define a explosão. O gás precisa ser inflamado. Uma explosão é uma cadeia de eventos, sendo que podemos dizer que a fuga de gás (vazamento) está em segundo plano, é preciso verificar o que deu origem a esta fuga o que eu diria que seria a causa raiz, com a fuga vem a ignição que pode ser causada por diversas fontes como, por exemplo; bombas, compressores, geradores, quadros elétricos e uso de equipamentos pelo pessoal, etc. Como consequência pode-se avaliar a explosão e suas consequências com o tamanho do vazamento, a força da ignição e outros parâmetros como direção da nuvem de gás e de vapor inflamável, ventilação (vento) e o layout do compartimento (geometria) e a inundação por vapores inflamáveis (ocupação do compartimento).
As causas raiz, são as mais difíceis de identificar e exigem uma investigação e análise, delas derivam fatores pessoais e fatores do trabalho.
Por outro lado devem ser sempre avaliadas as falhas que contribuíram para que ocorresse a explosão, como por exemplo: planejamento inadequado, pessoal inadequadamente treinado, falha na comunicação de mudança de projetos, não aplicação de medidas de prevenção como “liberação para trabalhos a quente”, o não cumprimento de procedimentos pelo empregado no desempenho de suas tarefas, utilização incorreta de equipamentos, desatenção nas regras de segurança, falta de espaço para o trabalho, falta de visibilidade, iluminação, etc.
As tragédias (catástrofes) derivadas de explosões, apesar das semelhanças, existem diferenças fundamentais, seja aquelas cuja causa raiz seja a natureza ou pelo infortúnio e as provocadas pelo homem, abaixo exemplifico de acordo com meu critério próprio.

Vejo que estas causas de explosão podem ocorrer sob 6 focos:

1º) Falha da organização tem sua força na alimentação de erros sistêmicos, operacionais ou técnicos, vejamos alguns exemplo: deficiência de equipamentos e instalações, idade elevada, não cumprimento de normas dos órgãos governamentais, redes e equipamentos com ferrugem e corrosão, condições de trabalho inseguras, instalação inadequada – falha de “lay-out”, falhas e inadequação de projeto-construção-montagem, desgaste pelo tempo de uso, trepidações, equipamentos obsoletos, presença de gases e vapores, falta de drenagem e limpeza de tanques e tubulação, detectores de gases inoperantes, faltas de detectores de gases, falha da supervisão na execução de trabalhos seguros, planejamento inadequado no período de reparos, falha na identificação dos riscos, pessoal inadequadamente treinado, pessoal sem treinamento adequado, falha na comunicação de projetos ou mudanças do projeto, falta de parada da produção após verificação de vazamento de gás, falta de cultura de segurança a bordo, erro na tomada de decisão dos gestores, armazenamento de gases inadequadamente, falha de manutenção, falha de planejamento de trabalho e tarefas, falta de equipamentos medidores de gás, falhas de instrumentos e componentes de instrumentação, falha do automatismo (controle a distância) de acionamento de bombas-motores-geradores, procedimentos insuficientes relacionados a manutenção e operação, etc.
2º) Falha ou erro do ser humano: engloba uma taxa alta de risco, e para tanto é preciso desenvolver estudos e análises investigativas dos fatores que contribuem para as ocorrências das tragédias. Vejamos alguns exemplos: um aperto errado de um flange, uma ligação de tubulação errada, um corte ou uma solda de tubulação sem executar o “gás free”, uma ligação errada de fiação causando uma faísca, uma queda de ferramenta causando uma centelha, um corte a quente, um esmerilhamento, não emissão de permissão de trabalho a quente, etc.; contribuído pela sonolência, cansaço, estresse, preocupações, doenças, etc. Ocorrem por descuido ou imprudência, falta de formação adequada, desconhecimento do local do trabalho e riscos, falta de comunicação, não cumprimento dos procedimentos de segurança, atrasos na manutenção de equipamentos, falta de reparação, etc.
3º) Fenômenos da natureza: é a mãe-natureza no seu direito de cuidar dos ventos, marés, das variações atmosféricas, e das influências dos astros, que nos ditames da meteorologia nos pressiona com as tempestades, furacões, tornados, ciclones, inundações, todos sinônimos de vento e mar forte. Quase sempre não dá chance para evitar uma tragédia, lembremos o terrível Tsunami que arrasou o ocidente. Podemos também dizer sobre terremotos, que são falhas tectônicas, que podem ser causadores de tragédias atingindo embarcações atracadas, em estaleiros, portos, etc. Recentemente li que o Japão encontra-se em estado de atenção, pois está sujeito a passar por outro Tsunami, devido movimentação de placas.
4º) Fenômenos elétricos: processos físicos causadores de faíscas e descarga elétrica, entre eles o raio (descarga elétrica que ocorre na atmosfera) e a eletricidade estática (acúmulo de cargas elétricas na superfície de algum objeto ou material) criada quando os materiais são separados ou friccionados.
5º) Sabotagem ou terrorismo: O uso de explosivos é o mais popular, fabricado dos mais diversos agentes químicos produzidos, roubados ou comprados, podendo ser usado em locais e circunstâncias como se vê no dia-a-dia como explosão de caixas eletrônicas, e no caso dos seguimentos transporte e exploração de petróleo, não podemos descartar a sua aplicação, pois estes locais são vulneráveis a ataques, são alvos sensíveis ou simbólicos, e específicos para causar uma repercussão mundial, trazer para a mídia o enfraquecimento do sistema, são operações com conexão de causas religiosas e objetivos políticos.
Não podemos esquecer que perante um grupo de alvos escolhidos, sempre haverá um com maior probabilidade de ser atacado por grupos extremistas, ou seja, aquele mais vulnerável, onde menos recursos serão necessários para a efetivação da tragédia. Não podemos esquecer que guardas armados são proibidos pelas nossas legislações de terem a bordo, logo a probabilidade de ameaças será maior, desta forma devemos desprezar o fatalismo e nos preocupar com o impacto de uma ocorrência desta natureza. A sabotagem também no mundo competitivo sempre terá aplicação, apesar de ser crime contra uma organização de trabalho impedindo ou embaraçando o curso normal, eu não descarto como causa a ser investigada quando ocorre uma explosão.
6º) Inércia governamental: a indústria de petróleo tem como em sua maioria navios de bandeira de conveniência, grandes frotas operando ao redor dos mares, e são a maioria na hora de votar em aplicações de normas internacionais, tem países que nunca ratificaram protocolos, por outro lado órgãos governamentais fiscalizadores não efetuam vistorias com frequência como deveria ocorrer.  Incertas a bordo, são importantes em oportunas para flagrar as irregularidades, o elemento surpresa é a melhor ferramenta.

Navios transportando produtos inflamáveis deveriam ser operados após passarem por regras que envolvesse “critérios de aceitação”, ou seja, critérios considerando idade (menos de 15 anos, 15 e 19 anos, e acima de 20 anos) e condições técnicas com o caso de casco simples e casco duplo. Não conheço este tipo de desempenho e análise sendo aplicada em nosso país.

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