A
evolução da comunicação marítima
O
que é GMDSS?
É a sigla, que significa Global
Maritime and Safety System, no qual traduzida para o português trata-se
do “Sistema Marítimo Global de Socorro e
Segurança”.
Foi verificada a necessidade
e a oportunidade de se aproveitarem das novas tecnologias que o mercado mundial
possuía, e criar um sistema que se adequasse aos novos tempos em que já
evidenciavam os satélites artificiais de comunicação.
É o sistema de
radiocomunicações desenvolvido desde a invenção do rádio e da telegrafia, que
trouxe o maior alcance em assistência à emergência marítima.
INTRODUÇÃO
Em 8 de novembro de 1988,
numa Conferência das Partes Contratantes da Convenção SOLAS/74, sobre
radiocomunicações, foram aprovadas emendas à SOLAS/74, adotando-se o Sistema Global de Socorro e Segurança
Marítima – GMDSS, que entrou em
vigor a partir de 1º de fevereiro de 1992, tendo sido implementada em 1º de
fevereiro de 1999.
Com a implantação do sistema
GMDSS a meu entender deu-se o fim da categoria do Radiotelegrafista.
Criou-se uma nova tecnologia,
o que na verdade segundo os especialistas, veio a dar agilidade ao sistema de
comunicações, mas acredito que objetivo principal é voltado para a
responsabilidade pela comunicação via rádio de atender no menor tempo possível
às solicitações de socorro.
Desde 1 de Fevereiro de 1999, GMDSS foi obrigatória para todos
os navios que operam em alto-mar, navios de passageiros (que transportem mais
de 12 passageiros) e navios de carga de 300 (navios SOLAS) toneladas de arqueação
bruta ou mais em viagens internacionais.
A tecnologia e o
desenvolvimento dos sistemas de satélite foram implantados por diversos
objetivos, e acredito que a implantação do Sistema GMDSS foi um marco para as
comunicações marítimas.
Não podemos deixar de enfatizar
que o projeto do GMDSS com a sua tecnologia autônoma reduz o tempo de resposta
a uma chamada de socorro, logo a redução de pessoal não somente ocorreu a
bordo, mas também em terra nos Centros de Coordenação de Salvamento.
Por outro lado temos que
também enfatizar que uma das principais medidas a bordo é evitar a transmissão não intencional de falsos alertas de
socorro, e nesse caso os Aquaviários que operam o sistema de comunicação a
bordo devem possuir formação e certificação, de acordo com os padrões do STCW,
para que possam operar com segurança o sistema.
Frente a todo o crescimento
das redes de satélites e implantado o sistema GMDSS, novas tecnologia foram
surgindo em relação às comunicações de segurança e socorro, como por exemplos o
DSC – Sistema de Chamada Digital, para emitir os avisos Rádio SAR, bem como o
NAVTEX que auxilia com avisos-rádio náuticos e boletins meteorológicos (mensagens
MSI).
Outros subsistemas do GMDSS
surgiram como veremos adiante.
PRINCÍPIO
BÁSICO DO GMDSS
É um sistema de comunicações
terrestres e por satélite criado para permitir uma resposta rápida a situações
de perigo no mar a partir dos recursos em terra.
Todo navio, independente da
área que navegue, poderá efetuar comunicações essenciais à sua própria
segurança e a de outros navios, pois o sistema é constituído de moderna
tecnologia que permite transmitir e receber um sinal de socorro a grandes
distâncias isento de influências e efeitos atmosféricos como era no passado,
quando se operava com equipamentos transmissores e receptores rádio, no qual
diretamente incidia, interrompendo ou evitando uma transmissão via rádio.
OBJETIVO
DO GMDSS
É um sistema global implantado para fornecer uma busca
eficaz e resgate utilizando a tecnologia por satélite e comunicações
terrestres.
Apesar de ser um sistema não
muito recente, pois foi introduzido pela IMO em 1979, entrou em operação em
fevereiro 1992 e tornou-se obrigatório desde fevereiro 1999, o que vislumbro
que trouxe melhorias nos serviços de busca e salvamento, como a estatística tem
demonstrado.
FUNÇÕES
DO GMDSS
São muitas as facilidades
operativas do GMDSS, vejamos abaixo:
1) ALERTA - Transmite
alerta de socorro utilizando pelo menos duas vias de canais independentes do
navio-terra;
2) COMUNICAÇÕES COM RCC
- Recepção de alertas de socorro terra-navio através do RCC – Centro de
Controle de Coordenação das Operações de Salvamento;
3) COMUNICAÇÕES
TERRA-NAVIO - Transmissão e recepção de alertas de socorro terra-navio;
4) COMUNICAÇÕES COM SAR
- Transmissão e recepção de comunicações necessárias à coordenação das
operações SAR de busca e salvamento (navio-terra-navio);
5) COMUNICAÇÕES NA CENA
- Transmissão e recepção de radiocomunicações na cena de ação (navio-navio) com
o OSC Comando no teatro de operações;
6) LOCALIZANDO NAVIOS
- Transmissão e recepção de sinais destinados à localização de navios em perigo
em e caso naufrágio, de suas embarcações de salvamento (navio-navio);
7) OPERAÇÃO DA MSI - Transmissão
e recepção de informações de segurança marítima (MSI) (terra-navio);
8) COMUNICAÇÕES DE RÁDIO EM GERAL - Transmissão
e recepção de radiocomunicações de caráter geral (navio-terra-navio); e.
9) COMUNICAÇÃO ENTRE
NAVIOS - Transmissão e recepção de comunicações passadiço-passadiço.
CAPACITAÇÃO
E CERTIFICAÇÃO
Todo OPERADOR de GMDSS tem que estar credenciado e capacitado
para operar o Sistema GMDSS. Para isto temos que observar as seguintes
regulamentações:
Resolução
A.703(17), anexo 3, adotada em 6/11/1991 – Item 10 da Agenda que trata do tema Treinamento de Radio Operadores
do Sistema GMDSS, informa que antes de iniciar o treinamento os requisitos de
aptidão física, audição e visual devem estar dentro das recomendações
necessárias para que o operador exerça sua atividade.
O treinamento deve estar
relacionado às disposições da STCW - Convenção Internacional sobre Normas de
Formação, Certificação e Serviços de Quartos para os Marítimos, as disposições
do Regulamento das Radiocomunicações anexo à Convenção Internacional de
Telecomunicações (Regulamento de Radiocomunicações) e as disposições da
Convenção de Internacional para a Segurança da vida Humana no Mar (SOLAS).
Convenção
STCW de 1995 – Resolução 7 - Os operadores de rádio. Quatro
recomendações constam do anexo a presente resolução, são elas:
(i)
Requisitos mínimos para a certificação de
oficiais de rádio;
(ii)
Os requisitos mínimos para garantir a
proficiência e atualização de conhecimentos dos operadores de rádio;
(iii)
Orientações básicas e orientações
operacionais relativas ao serviço de escuta de rádio segurança e manutenção
para os operadores de rádio; e.
(iv)
O treinamento para operadores de rádio.
Seção
IV/2 – Questões de Formação – o profissional que vai operar com o
GMDSS precisa possuir (obrigado) um certificado de acordo com os 2 tipos
abaixo:
1 - Operador Geral (GOC),
para o pessoal designado para atividades de radiocomunicações em navios de alto
mar, que operam além do VHF, efetuando transmissões para uma estação de
cobertura da costa.
2 - Operador Restrito (ROC),
para o pessoal a bordo de navios que operam apenas em zonas marítimas situadas dentro
da cobertura do VHF (zonas costeiras).
As exigências no início
tiveram interpretações diferenciadas, onde algumas partes passaram exigir de
todos oficiais a bordo de navios que possuísse um certificado GMDSS, enquanto
outros requeriam que apenas uma ou duas pessoas a bordo deveria ter essa
qualificação.
A partir de 1 de fevereiro
de 2002 todos os marítimos com funções de serviço de quarto que são
responsáveis pela navegação em níveis operacionais e de gestão (Comandante e
oficial), e mesmo qualquer outra pessoa designada para função de
radiocomunicações funções, precisa possuir um certificado GMDSS.
Convenção
SOLAS capítulo IV – Radiocomunicações - Regra 16 - Pessoal
de Rádio discrimina que todo navio deverá ter pessoal qualificado
para realização das radiocomunicações de socorro e salvamento, sendo que devem ser
portadores dos certificados especificados no Regulamento Rádio, bem como ser
designado qualquer um deles para ter a responsabilidade principal pelas radiocomunicações
durante incidentes que envolvam socorro.
Para os navios de passageiro, deverá ter no mínimo uma pessoa
qualificada para desempenhar somente as obrigações de radiocomunicações durante
os incidentes de socorro ou perigo.
UIT
– Das Disposições gerais – Artigo 30 – Disposições gerais – Seção I –
Introdução: §1º trata
das disposições para utilização operacional do GMDSS focando o SOLAS 1974 e
menciona as frequência de radiotelefonia 156.8 (MHz) VHF Canal 16; no §2º – trata de dispositivos relativos
ao Serviço Marítimo onde discrimina que de um modo geral o navio pode
estabelecer comunicação com a estação de terra, de acordo com a sua área de
serviço, onde houve uma frequências apropriada. No título II – Dispositivos marítimos §4º falam da obrigatoriedade no
serviço móvel marítimo por satélite utilizar as frequências técnicas prescritas
para as funções estabelecidas.
Desta forma entende-se que a
UIT consagrou o sistema GMDSS.
Observação: Todos os possuidores
dos certificados devem revalida-los a cada 5 anos conforme o STCW.
Este certificado faz parte do grupo de certificados
básicos e obrigatórios para os Aquaviários que são:
• Técnicas de sobrevivência pessoal (STCW Código A-VI /
1-1)
• Prevenção e combate a incêndios (Código STCW A-VI /
1-2)
• Primeiros socorros elementares (STCW Código A-VI / 1-3)
• Segurança pessoal e responsabilidades sociais (STCW
Código A-VI / 1-4)
OPERADOR
DE GMDSS
O Operador do Sistema GMDSS
é responsável pela manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de rádio
GMDSS, bem como responsável pela comunicação de rádio durante incidentes de
socorro, inclusive para que os equipamentos como VHF com a chamada seletiva
(DSC), esteja devidamente programado para o caso de qualquer incidente ou
acidente.
Dentre as suas
responsabilidades é importante comentar também que ele deve garantir que as
Informações de Segurança Marítima (MSI), sejam recebidas devidamente pelo
receptor NAVTEX.
No caso do navio navegar em
áreas fora da cobertura NAVTEX e está dentro da cobertura de um satélite
Inmarsat, um terminal Inmarsat-C ou HF Radio ele deve verificar e assegurar que
o equipamento esteja pronto para ser usado para receber transmissões Safety
NET, inclusive verificar se o equipamento está preparado para poder fornecer um
serviço automatizado em áreas onde não há cobertura do sistema NAVTEX, mas que
por este caminho as mensagens MSI possam ser recebidas peal High Frequency (HF) com Impressão Direta
Faixa Estreita (NBDP).
COMO
FUNCIONA O SISTEMA GMDSS
O sistema baseia-se em que
os equipamentos de comunicações a serem adotados pelos navios sejam em função
da área onde pretendem operar e não da sua tonelagem como no sistema antigo.
Desta forma o Sistema divide
os oceanos em quatro Áreas Marítimas, vejamos:
1 - Área Marítima A1 (40 milhas náuticas) – área dentro da cobertura
radiotelefônica de pelo menos uma estação costeira VHF, na qual esteja
disponível um serviço de alerta DSC (Digital Selective Calling – Chamada
Seletiva Digital) de modo permanente;
2 - Área Marítima A2 (150 milhas náuticas) – a área, excluindo-se a
Área A1, dentro da cobertura radiotelefônica de pelo menos uma estação costeira
MF, na qual esteja disponível um serviço de alerta DSC de modo permanente.
3 - Área Marítima A3 – a área, excluindo-se as Áreas A1 e A2, dentro da
cobertura de um satélite geoestacionário Inmarsat, na qual esteja disponível um
serviço de alerta de modo permanente. Aproximadamente, entre 70º N e 70º S.
4 - Área Marítima A4 (região polar) – a área situada além das Áreas A1,
A2 e A3.
Podemos informar que todo
navio, independente da área em que navegue, poderá efetuar as comunicações
essenciais à sua própria segurança e à de outros navios.
No caso de uma operação SAR
a mesma será coordenada por um Centro de Coordenação de Salvamento (Rescue Coordination Center) e as buscas
serão conduzidas de acordo com os procedimentos estabelecidos nos manuais de
Busca e Salvamento para navios mercantes (MERSAR) e Manual de Busca e
Salvamento da IMO (IMOSAR).
SUBSSITEMAS
DO GMDSS
Os subsistemas do GMDSS são:
1º)
DSC (Digital Selecty e Calling) –
CHAMADA SELETIVA DIGITAL: é um extraordinário recurso que o
tripulante possui, que está baseado em tecnologia digital, que permite
transmissão e recepção de mensagens de alerta de socorro e segurança, bem como
mensagens de rotina terra-navio, navio-terra e navio-navio.
A vantagem desse subsistema
é que evita a voz e com isso evita que os canais fiquem congestionados, tendo
em vista que o equipamento é programado para transmitir com rapidez e receber
pelo display visual ou por uma impressora.
O DSC também está programado
para chamadas para grupos em uma determinada área.
As estações deverão escolher
uma das cinco para retransmitir o alerta. Todas as frequências em HF para
socorro devem ser monitoradas. Na faixa de MF/HF o equipamento realiza a varredura
automática de frequência. Como se verifica acima o DSC opera nas frequências MF,
HF e VHF como a seguir:
VHF DSC CH 70:
156.525 MHz
VHF DSC CH 16 R/T:
156.800 MHZ
HF R/T, Telex, DSC:
4,6,8,12,16 MHz
2º)
INMARSAT C – A comunicação via satélite é oferecida pelo sistema Inmarsat
que é líder em comunicações globais (com exceção dos polos) móveis via satélite
atende serviços e cobertura para as comunicações operacionais de navegação e serviços
de segurança, e permitindo contato constante dos navios e vice versa com a sede
de seus armadores, clientes, familiares de tripulantes, autoridades e portos,
etc.
Atendimento rápido via
Internet, inclusive o sistema permite de terra monitorar remotamente
equipamentos, com banda larga com dados de voz simultânea, dando acesso a
informações meteorológicas em tempo real e atualizações do sistema ECDIS de
cartas eletrônicas.
Atende o sistema de telefone
a distância com mensagens de texto SMS, e-mail e internet, inclusive envio de
informações, textos e fotografias, é fácil de ser operado, tendo acesso com a
Internet a qualquer momento, de qualquer local.
Quanto a comunicações de
segurança o Inmarsat forma o núcleo do sistema GMDSS, ajudando a salvar vidas
no mar independente das condições de tempo e de onde eles estão localizados.
desempenhando um papel crucial na segurança marítima.
Com um simples toque de um
botão, os navios com o sistema GMDSS são capazes de enviar um alerta de chamada
de emergência para as estações terrenas costeiras e para os navios nas
imediações utilizando o Inmarsat C ou Fleet 77. Um toque de um botão vermelho
de alarme de discagem localizado no painel ou discando '505' coloca você em
contato direto com as autoridades de resgate interrompendo todas as chamadas
não emergenciais.
Atende as emergências
médicas a bordo, permitindo a embarcação entrar em contato com médicos especialistas
em terra via telefone, e-mail e fax para ajudar a diagnosticar o problema e
decidir sobre o melhor tratamento para o paciente até chegar a porto de recurso.
Possui também soluções de telemedicina em terra podendo fornecer diagnósticos
remotamente dos pacientes a bordo, exibindo imagens de vídeo ao vivo e acesso
aos seus registros médicos online.
A Inmarsat possui e opera
satélites em órbita geoestacionária há 35.786 km acima da Terra, controlados a
partir da sede da Inmarsat em Londres através de estações terra localizadas em
todo o mundo. Sua rede é formada pelos
satélites Inmarsat-5 e da Global Xpress - formando a rede denominada “Xpress”
pelos satélites I-5 F1,F2,F3 e o Alphasat I-4 , além dos da série Inmarsart-3 que
são em um total de cinco satélites. Cada I-3 opera com sistema de transponder
de navegação projetado para melhorar a precisão, disponibilidade e integridade
do sistema de navegação por satélite GPS e GLONASS.
3º)
COSPAS-SARSAT - O Programa Internacional Cospas-Sarsat é
um sistema de busca e salvamento por satélite (SAR), uma ferramenta que os
navios e aeronaves podem utilizar para a localização de navios que passam por
situações de emergências (perigo). O sistema é composto por um consórcio de representantes
dos seguintes países: Canadá, França, Rússia e EUA. O sistema fornece dados
alerta de socorro precisos, oportunas e confiáveis e de localização para ajudar
a procurar e salvar pessoas.
O sistema Cospas-Sarsat
inclui dois tipos de satélites: Satélites em baixa altitude Earth Orbit (LEO)
que formam o Sistema LEOSAR, e Satélites em órbita geoestacionária Terra (GEO),
que formam o sistema GeoSAR. No futuro o sistema Cospas-Sarsat irá incluir um
novo tipo de satélite na órbita de média altitude da Terra (MEO) que irá formar
o sistema MEOSAR.
Para que haja o salvamento
os navios devem estar providos com o “Cospas-Sarsat 406 MHz Beacon”, que trata
de uma radiobalisa indicadora de posição em emergência, cuja sigla é EPIRB, que
operam na faixa de socorro frequência de 406 MHz, entretanto operam também na
frequência de 121.5 MHz para orientar uma aeronave SAR, denominado Transmissor
Localizador de Emergência (ELT). Conjuntamente
com os satélites tem em cerca de 200 países instalações terrestres que
monitoram a rede. Existe também o localizador pessoal conhecido como Personal Locator Beacon - PLB
Estas radio-balizas são
submetidas a testes rigorosos pelo sistema Cospas-Sarsat para garantir a sua
operação com segurança, sob condições extremas no mar. Para o seu funcionamento
basta acionar um botão ou por ativação automática em contato com a água.
Como
funciona o sistema: O sistema é composto de Radiobalisa
Distress (ELT para uso na aviação, EPIRB para uso marítimo e PLBs para uso
pessoal), que transmitem o sinal em situações de emergência, depois de
transmitido o sinal por um destes equipamentos, os satélites que estão em
órbitas geoestacionárias ao redor da terra e girando em baixa altitude detectam
o sinal transmitido; e retransmitem para estações terrenas denominadas de LUTS
que recebem e processam o sinal para então gerar os alertas de socorro. As LUTS
transmitem o sinal de alerta para os Centros de Controle de Missão (CCMs) que
encaminham para os Centros de Coordenação (CCRs), especializados no resgate, ou
para Pontos de Contatos (SPOCs) ou outra CCMs.
4º)
Radiobalisa Indicadoras de Posição de Emergências - EPIRB - Transponder (SART).
São usadas em caso de
perigo, frente a uma situação de emergência, para transmitir um sinal de alerta
e socorro, e alertar e solicitar auxílio de uma unidade SAR – Unidades de Busca
e Salvamento.
Essa transmissão é feita na
frequência de socorro de 406 MHz, via satélites e direcionadas para estações
terrestres, para um centro mais próximo para coordenar o salvamento.
Por elas terem um sistema de
GPS embutido possuem uma precisão de mais ou menos 50 metros.
5º)
MF NAVTEX – é um serviço de radiofusão e recepção automática
destinada a divulgar as informações sobre Segurança Marítima, as conhecidas MSI
– Informações de Segurança Marítima. Estas transmissões são realizadas através
da telegrafia, ou seja, por radioteleimpressão em banda estreita (NBDP – Narrow Band Direct Printing), o que quer
dizer impressão direta em banda estreita com cobertura mundial, sendo que são
compostas por avisos-rádio náuticos, boletins meteorológicos e outras
informações de segurança marítima, como abaixo. Opera na frequência de 518 KHz.
O aparelho receptor deve ser
programado para selecionar as estações cujas transmissões e tipos de mensagens
interessam para a área que se navega. O sistema está provido com tipos diferenciados
de mensagens, o que facilita e propicia à embarcação programar o que deverá
receber, vejamos as mais utilizadas:
O
texto é iniciado pelo código B1, B2, B3, B4 onde:
B1
– Letra de identificação da Estação
B2
– Letra identificadora do tipo de mensagem
B3
e B4 – Numeração das mensagens de 01 a 99 de cada assunto (B2)
A
seguir vem o texto de cada tipo de mensagem, conforme abaixo:
A
– Avisos à Navegação
B
– Avisos de Tempestade
D
– Informação SAR
E
– Previsões meteorológicas
F
– Serviços de Pilotagem
H
– LORAN
J
– SATNAV
K
– Outras ajudas electrónicas
L
– Avisos à Navegação
Z
– Inexistência de serviço
Termina
a mensagem com NNNN, que significa “fim da mensagem”.
Como exemplo as mensagens do
Tipo D – são informações SAR (Busca e Salvamento), avisos de ataques de
piratas, tsunamis e outros fenômenos naturais.
Os transmissores atingem
receptores em média no alcance de até 400 milhas náuticas.
6º)
EGC – (Enhance Gropup Calling) - Chamada
de Grupo Melhorada (Concentrada) é uma parte do sistema
GMDSS utilizado para a transmissão de informações de segurança marítima (MSI)
em áreas onde o serviço NAVTEX não está disponível. Estas mensagens podem ser,
por exemplo, avisos à navegação, avisos meteorológicos, previsões
meteorológicas e de mensagens de busca e salvamento. O serviço EGC usa o
sistema Inmarsat C para transmitir essas mensagens. O serviço é programado para
a transmissão de mensagens a um grupo de navios ou aos navios em uma área
especificada através dos satélites da Inmarsat.
Para a recepção de mensagens
EGC será usado um terminal Inmarsat C, onde uma impressora ligada a este
terminal vai imprimir as mensagens recebidas. Essas mensagens também serão
armazenadas em um arquivo e pode ser exibido na tela do terminal. Há dois
serviços básicos oferecidos pelo sistema EGC: Safety NET e Fleet Net.
Safety Net - Serviço
do sistema de segurança NET é um serviço oferecido principalmente para a
divulgação de segurança marítima como alertas de socorro, previsões
meteorológicas e aviso à navegação costeira. Este serviço utiliza uma área
geográfica pré-definida (limites) para direcionar mensagens aos navios.
Fleet NET –
Serviço de Comunicação Comercial - é um serviço que permite que os provedores
de informação terrestres possam enviar mensagens para grupos de assinantes
pré-definido. Serviço de sistema é um serviço prestado para informações
operacionais. Este serviço emprega um grupo fechado (único) de usuários e
propiciando fornecer uma transmissão segura de mensagens a partir do transmissor
de informação terrestre para os receptores de serviços desejados.
Ambos os serviços acima de
rede – Safety e Fleet – são formados
por técnicas de endereçamento flexíveis para permitir a recepção de mensagens a
partir de uma variedade de provedores de serviços em função das necessidades
específicas de cada usuário.
7º)
MF / HF Radiotelephony (R / T): são
concebidos para atender os navios que navegam nas áreas A2, A3 e A4, ou seja,
operam em longas distâncias das estações de terra.
MF (média frequência) são
as localizadas abaixo da HF.
MF DSC: 2187.5 KHz
MF R/T: 2182 KHz
HF (alta frequência) são
as radiofrequências entre 2 e 30 MHz através da Ionosfera. Rádio HF nunca vai
substituir a telefonia fixa e móvel como a primeira opção de comunicação para o
público em geral, mas para as organizações envolvidas na emergência é uma
ferramenta de comunicação insubstituível, pois atendem longas distâncias,
principalmente regiões remotas do mundo desenvolvido e em países em
desenvolvimento. Exigem transmissores e antenas modestas, não necessitando de
uma grande infraestrutura (é constituído de um transmissor, correspondentes de
rede e uma antena), sendo utilizado para comunicação de voz, podendo seus
terminais ser conectados à Internet.
Operam na conhecida banda
decameter (os comprimentos de onda variam de um a dez decameters) de dez a cem
metros.
8ª)
VHF Radiotelephony (30-300 MHz) –
são conhecidas como ideais para comunicação de curta distância terrestre. Ao
contrário de altas frequências (HF), a ionosfera não costuma refletir rádio VHF
e as transmissões são restritas à área local, não interferindo com as
transmissões de milhares de quilômetros de distância, bem como são menos
afetada por ruído atmosférico e por interferência de equipamentos elétricos de
baixa frequência. As chamadas são realizadas no canal 16 (156,8 MHz) e o
tráfego operacional é realizado nos outros canais, conforme instruções dos
Órgãos de Comunicação.
9ª)
HF banda estreita impressão direta (NBDP - Narrow
Band Direct Printing):
Equipamento que substituiu o
antigo Telex foi projetado para ser usado para comunicações na sequência de um
alerta de socorro DSC, e inclusive para a transmissão do MSI no Mar Área A4 (as
regiões polares norte de 70 ° N e ao sul de 70 ° S). Com o uso da Internet este sistema tem pouco
uso comercial.
O equipamento NBDP faz a impressão
de todas as mensagens das comunicações, principalmente daquelas que esteja
envolvendo uma situação de perigo e alguma embarcação necessite de ajuda.
Impressão direta de banda
estreita (NBDP) é um sistema que permite que mensagens enviadas através do
rádio possam ser impressas. Existem algumas publicações onde ele é chamado de
telex, por ser um sistema utilizado em comunicações entre escritórios em terra
e navio, mas não deixa de ser um equipamento que é necessário ter conhecimento
de como operar com o seu teclado.
Uma das desvantagens do uso
de NBDP para comunicações é que é um teclado onde requer operadores
especializados. Uma vantagem é que não há uma cópia impressa escrito de todas
as comunicações, você discrimina o tipo de mensagem que será impressa, pois
utiliza de teleimpressores, como uma máquina de escrever elétrica, ou modernamente
utilizando um terminal de computador. A mensagem é formatada no programa de
processamento de texto e, em seguida, transferida para a linha de transmissão e
impressão.
OUTROS
EQUIPAMENTOS QUE ESTÃO RELACIONADOS AO GMDSS
SART
-
é um transponder à prova d’água, com sistema de bateria que o torna autossuficiente
para uso de emergência no mar.
Estes dispositivos podem ser
tanto um radar-SART, ou um GPS AIS-SART (sistema de identificação automática
SART).
Toda embarcação com menos de 500 toneladas de arqueação
bruta deverá possuir uma unidade, se for superior a 500 tons deverá
possuir 2 SARTs.
RADAR-SART é
usado para localizar uma embarcação de sobrevivência ou a embarcação sinistrada
com a criação de uma série de pontos na tela do radar do navio que vai promover
o salvamento. A SART só terá recepção do sinal se for um Radar de Band X que
opera na banda 9 (3 centímetros de comprimento de onda) radar.
Nos outros tipos de Radar
que operam na banda S (10 cm) ou outro radar não receberá o sinal.
O radar-SART poderá receber
o sinal dentro de uma faixa de aproximadamente 8 milhas náuticas (15 km). O
sinal aparece na tela do radar em forma de pontos.
AIS
– Sistema de Identificação Automática - apesar de não ser
um subsistema do GMDSS, estão a cada dia mais perto de ser incorporada, aonde
nova tecnologia vão surgindo e o sistema vem se aperfeiçoando.
AIS-SART, é
um Transponder, ou seja, um equipamento de Busca e Salvamento operado por um
sistema que trabalha em conjunto com Radar Marítimo de banda X. Poderíamos
pensar que algumas desvantagens poderiam ocorrer porque os radares de banda X
que operam na faixa de 9 GHz o alcance é limitado e o desempenho pode ser
afetado pela chuva e superfície terrestre, mas sendo uma versão do AIS com
receptor GPS e operando na banda do VHF o AIS-SART tem a vantagem por
proporcionar que não haja interferência de chuva ou de terrenos circunvizinhos.
TIPOS
DE ESTAÇÕES DE GMDSS
1ª) Estações de Embarcações – Ships Station (SS)
2ª) Estações Costeiras – Maritime Coastal Station (MCS)
3ª) Estações Portuárias - Harbour Control Station (HCS) –
ou (VTS – Vessel Traffic Service)
4ª) Estações Aeronáuticas - Air Craft Station (ACS)
5ª) Centro de Coordenação de Busca (RCC) – Rescue Coordination Center [
MMSI
E A MENSAGEM DE SOCORRO
MMSI é a sigla de “Maritime Mobile Service Identity”, que é
o número emitido pela ANATEL – autoridade competente em nosso território para
tratar de assuntos de comunicações no transporte marítimo. É um número único
composto de 9 dígitos, que tem a função como um número de telefone, que deve
ser programado pelo Fabricante do equipamento ou Operador de GMDSS, no VHF DSC
ou no MF/HF/DSC para que no caso de transmissão de um alerta de socorro permita
que seja transmitido automaticamente, desta forma informando a identidade da
embarcação que esteja passando por um incidente ou acidente.
O
ALERTA DE SOCORRO
Após o alerta inicial de
socorro e reconhecimento pela estação de terra, comunicações posteriores são
feitas por radiotelefonia ou impressão direta em faixa estreita (NBDP) como
indicado na mensagem de socorro, sendo que as transmissões de voz não são
permitidas nos canais DSC.
Esta transmissão pelo
VHF-DSC canal 70, deve constar o MMSI, para que seja transmitido em caso de
assistência imediata, bem como também outra informação importante é que a
posição do navio esteja prontamente atualizada pelo sistema GPS que deve ser
manualmente inserido e corrigido se for o caso pelo Operador de GMDSS.
As atualizações de posição e
hora UTC devem estar sempre atualizadas no DSC, sendo que equipamento VHF
existe um botão de cor encarnado (vermelho) que ao ser necessário em caso de
perigo ser ativado pressionando este único botão com pressão sobre ele de
aproximadamente 5 segundos.
Os equipamentos de VHF DSC
por serem equipamentos que atendem a rede mundial de segurança estipularam as
seguintes situações cuja natureza considera-se como de atendimento de socorro: Fogo
/ Explosão, Inundação (alagamento) de compartimento, Colisão (embarcação-objeto
fixo ou duas embarcações ou objetos móveis), Encalhe, Adernamento, Afundamento,
Abandono, à deriva, homem ao mar, ataque de piratas ou terrorismo.
Após a transmissão do alerta
a estação transmissora deve ficar em alerta para escutar se houve
reconhecimento imediato, caso não seja, deve repetir automaticamente a
transmissão, reprogramando o equipamento para uma nova mensagem de socorro.
Recebida a mensagem por uma
estação de terra ou unidade SAR a transmissão passa a ser realizada no canal
VHF canal 16. Qualquer embarcação que receba a mensagem de socorro pode
retransmitir para terra ou unidade SAR.
Não podemos esquecer que
quando a embarcação que se destina a dar o atendimento ao pedido de socorro
estiver comunicando com a embarcação, um controle deve ser feito pelas outras
embarcações nas proximidades, ou seja, deve ser mantido o silêncio, o que
internacionalmente é SEELONCE MAYDAY,
que quer dizer que somente a embarcação em perigo e a autoridade possam se
comunicar. SEELONCE FEENEE significa
que o período de silêncio não é mais necessário e voltam a operar normalmente
no canal 16.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS DO GMDSS
O sistema GMDSS permite que
um navio em perigo possa enviar um alerta usando vários sistemas de rádio.
Estes sistemas são projetados de tal forma que o alerta atue com uma probabilidade
muito elevada de ser recebido por qualquer das autoridades de resgate em terra
na costa e ou em outras embarcações que estejam navegando na área.
Equipamentos instalados a
bordo do sistema GMDSS devem ser adequados dentro das normas internacionais e
ter funções simples de operar, bem como de serem projetados para operação
autônoma e automática.
Alertas de socorro deve ser
capaz de serem ativados da ponte de controle da embarcação (passadiço) e por
operador credenciado e capacitado.
As embarcações devem ser
providas de EPIRB que devem ser instaladas próximo à ponte de comando com
dispositivo automático para serem lançadas em caso de afundamento da
embarcação.
Todos os navios SOLAS e os
regulamentos estabelecem para cada área de navegação um conjunto de
equipamentos, sendo que um conjunto mínimo de equipamentos é obrigado a
possuírem.
VHF instalado e capaz de
transmitir DSC no canal 70 e radiotelefonia nos canais 16,13 e 6.
SART se menos de 500
toneladas de arqueação bruta, 2 Sarts se mais de 500 toneladas de arqueação
bruta.
Dois transceptores VHF
portáteis para uso em embarcações de sobrevivência se menos de 500 toneladas de
arqueação bruta, três se mais de 500 toneladas de arqueação bruta.
Um receptor NAVTEX, se o
navio efetue viagens em qualquer área onde um serviço NAVTEX é fornecido.
Um receptor Inmarsat EGC, se
o navio efetue viagens em qualquer área de cobertura onde os serviços Inmarsat
MSI não são fornecidos pelo NAVTEX ou HF NBDP.
EPIRB operando em 406 MHz ou
1.6 GHz
CONCLUSÃO
Não podemos comparar com o
sistema antigo de telegrafia, é sem sombra de dúvidas que o GMDSS trouxe uma
espetacular melhoria nos sistemas de comunicação e salvamento marítimo, pois
proporciona tecnologia de comunicação instantânea e automática, que permite
salvar vidas em curto espaço de tempo, independente de condições atmosféricas
locais que possam interferir nas comunicações.
Se analisarmos a fundo o
sistema o que vislumbro que a quantidade de estações terrenas em muitas áreas
do globo não é em número suficiente para captar alertas transmitidos por DSC e
radiotelefonia, mas quiçá no futuro o sentido “Global” venha proporcionar uma
maior cobertura.
Muitas publicações, muitos
artigos são encontrados na Internet, a maioria na língua inglesa, o que para
muitos fica impossibilitada a compreensão, porem acredito que este artigo possa
dar uma visão geral sobre o sistema GMDSS.
BIBLIOGRAFIA
http://www.anatel.gov.br/ - Legislação – Agência Nacional
de Telecomunicações - Sistema Global de Socorro e Segurança Marítima – GMDSS
(Global Maritime Distress and Safety System)
http://www.codanradio.com/ - WHY HF RADIO?
https://www.cospas-sarsat.int/ - Cospas-Sarsat System
http://www.egmdss.com/
- EGC - DISTRESS alert
http://www.hidrografico.pt/ - Avisos à
Navegação – NAVTEX
http://www.inmarsat.com/ - Our satellites
http://www.ito-inc.com/ - Radio HF/VHF/UHF
http://www.stormforcemarine.com/ - GMDSS
for non-commercial vessels – site Storm Force Marine Ltd.
Curso Especial de Operador de Fonia – DPC – 1ª Edição –
Rio de Janeiro
Lista de Auxílio Rádio – Comunicações de Perigo e
Segurança – Capítulo 7 – 12ª Edição – Niterói – Rio de Janeiro.
Boa tarde Sr Aurelio, muito bacana o seu Blog e com informações bem completas e interessantes.
ResponderExcluirTrabalho com comunicação satelital, vendemos e ativamos toda a linha de FBB, inmarsat c, vsat... sou de Itajaí-SC e estamos querendo entrar no mercado com a parte de emissao de certificados, homologações de GMDSS, programações, etc.
Gostaria de ter mais informações sobre essa area.
Meu email é guilherme.mello@onixtec.com.br.
Fico no aguardo de um retorno.
muito obrigado.
http://www.advenio.com.ar/
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