segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ESTIVAGEM DE CARGAS EM CONTAINERES


ESTIVAGEM DE CARGA

No transporte marítimo de carga, com o implemento da "unificação de carga", que nada mais é que reuni-la em um só corpo, ou seja, transformá-la em "uma unidade de embarque" convenientemente preparada para o seu transporte.
Este princípio se fundamentou em dar a forma de estivar a mercadoria em uma única embalagem que, ao mesmo tempo lhe daria uma melhor proteção contra perdas, roubos, extravios, quebras e deteriorações, emprego de uma única parcela de mão de obra, proporcionando maior facilidade no manuseio, eficiência, economia em fretes, utilização conjunta em outros modais, prescindir de uso de armazéns podendo armazenar em pátios, dispensar embalagens reforçadas, economizar material de peação e escoramento, e outros.
Em cada caso, o carregamento, distribuição, armazenamento, segurança e monitoramento da carga, é a primordial importância para a segurança do navio, seu pessoal e equipamentos, bem como a sua capacidade de obter lucro para seus proprietários. Se a carga não estiver bem estivada, pode representar uma potencial forte de perigo para os outros container e para o navio bem como representar um risco significativo para o meio ambiente, caso ocorra algum desastre com o navio. 
Hoje em dia a responsabilidade pela arrumação da carga passou a ser dos operadores portuários, armazenadores e exportadores, o comandante não tem acesso ao tipo de arrumação feita em um container.
Este trabalho com base em regras marinheiras, princípios, recomendações e orientações são para serem lembradas durante a arrumação de carga em containeres e garantir, sobre os pontos e planejamentos a serem lembrados  durante a viagem oceânica. 
Apesar do surgimento dos containeres na década de 50, até hoje ainda vemos empresas arrumando cargas, esquecendo-se dos princípios de que a carga dentro de um container está sujeito às mesmas forças e riscos de danos como se estivesse embarcada na moda carga geral (break-bulk).
Os mesmos princípios e técnicas que regem a embalagem de exportação e armazenagem de cargas dos embarques de break-bulk são válidos na preparação container para o transporte intermodal.
Não podemos esquecer que quando um navio enfrenta mar grosso, na superfície existem uma série de crista de cavados de ondas, que fazem mover o navio nos principais movimentos que são, o "balanço" que é uma oscilação transversal, e o "caturro" (arfagem) que é uma oscilação longitudinal, fora o abatimento e o caimento causados pelo efeito conjunto das ondas, das correntes de superfície e do vento.
As embalagens como caixas de papelão, caixas de madeira, engradados ou outra embalagem devem ser qualificadas para um amortecimento adequado e capazes para suportar peso de carga empilhada até a 8 pés de altura, desta forma sendo capazes de sobreviver às pressões laterais exercidas por outras cargas estivadas adjacentes e na vertical do empilhamento de peso, evitando o esmagamento devido aos ângulos de inclinação.
  
REGRAS DE ESTIVAGEM DE CARGAS

Abaixo alguns exemplos de instruções para uma boa estivagem.

A) CARGAS HOMOGÊNEAS OU IGUAIS (TAMANHO UNIFORME E PESO): CAIXAS DE MADEIRA, ENGRADADOS E PALLETS
Devem ser empilhados em camadas diretamente um sobre o outro, dentro dos limites e marcas expostas em suas embalagens.

B) CAIXAS, ENGRADADOS E PALLETS DE VÁRIOS TAMANHOS
Devem ser empilhados de forma que todos os volumes fiquem perfeitamente apoiados, e procurando nivelar-se o mais possível cada camada, para apoio da camada seguinte.
Quando não for possível devem ser utilizadas outras cargas deve ser preparado uma plataforma ou soalho com tábuas de madeira (dunagem), para apoio da camada seguinte.

Regras básicas: Volumes que contém produtos líquidos e que podem vazar deverão ser colocados no fundo do container, caixas que contém gêneros que precisam de ventilação devem ser estivadas nas camadas mais altas.
Todos os espaços vazios (quebra de espaço) deverão ser enchidos com embalagens mais robustas, evitando desmoronamento do bloco de estivagem.
A distribuição deve ser proporcional aos sentidos evitando descentralização de pesos.

Orientações: Observar sempre as instruções dos fabricantes que vem marcadas ou escritas nas embalagens, referente ao lado que devem ficar (símbolo um cálice com a boca para cima).
Se estas embalagens acima descritas forem reforçadas com ripas e cintas metálicas, o certo seria ripa com ripa, não havendo condições dar o desconto do deslocamento de uma ripa (se for uma ripa), de duas se forem 2 ripas.

C) MÁQUINAS OU OUTROS ITENS PESADOS COMO BOBINAS, CARRETÉIS E ROLOS
Distribua o peso por posicionamento adequado e utilizando de cunhas, berços de madeira para impedir o movimento lateral e frente-e-ré, e para prevenir o movimento vertical utilizem de peação (cintas metálicas, de nylon ou polipropileno, ou cabo de aço).
Quando se tratar de carga que movimenta (rola), o melhor é colocar com o eixo no sentido transversal, devido o movimento do caturro ser menos violento que o do balanço, quando não for possível recomenda-se completar os espaços vazios com plataforma de madeira evitando que deformem a antepara do container.  
Regras básicas: estas cargas dependendo do formato devem além de serem peadas, também escoradas com cabos ou cintas.
Orientações: Não podemos esquecer que existem limites de peso, para tal devem sempre consultar a placa CSC que estipula a carga máxima para cada container, excessos podem deformar ou quebrar o fundo do container (limites estes com base na Convenção de 1972).
A distribuição deve ser proporcional para evitar descentralização de pesos, o centro de gravidade da carga tem de ser próximo do centro de gravidade do container, senão a carga pode correr, existe o risco das mais pesadas avariarem os mais leves.

D) SACOS, SACAS E FARDOS
Existem três formas básicas de estivar sacos:
"Saco a saco", quando a mercadoria necessita bastante de ventilação
  





"Meio saco a meio saco", quando a mercadoria não necessita de ventilação, o que neste sistema aproveita melhor o espaço do que o primeiro caso. 


 "Estivagem amarrada ou em cruz" (crosstier), quando há necessidade de impedir o movimento dos sacos, este método é o mais usado, o que também impedem que as pilhas se desfaçam, ou quando a mercadoria é de natureza muito móvel, como exemplo a soja.



Regras básicas: Usar uma camada de tábuas (dunagem) suficientes sobre piso do contêiner para evitar molhadura por condensação, cargas limpas usar papel para forração. Quando fardos com outras cargas, usar separações com divisórias entre as fileiras para evitar atrito e fricção entre as bandas de metal ou cintas.
Sacos molhados, manchados podem contaminar os demais, sacos rasgados causam perda de produto a proporção que forem sendo manipulados, neste caso devem ser costurados se forem de aniagem (fibras) ou passados fitas se forem embalagens de papel ou plástico.
Orientações: Se forem mercadorias de consumo humano um boa forração de madeira,  papelão ou sarrapilheira deve ser utilizada. Não esquecer de compatibilidade, evitando odores quando for produtos diversos, o que pode haver contaminação.
As filas devem ser iniciadas de antepara para antepara laterais do container em direção à linha do centro. Não usar ganchos que rasgam ou furam os sacos.

E) TAMBORES METÁLICOS , BOMBONAS E BARRICAS DE FIBRA
Devem ser estivados em pé, bem juntos, formando um bloco compacto.
Regras básicas: Estivada a primeira camada, deve ser utilizada uma separação com forração de tábua ou compensado, o que alem de evitar o atrito entre eles causando rasgos, também distribui a pressão uniforme.

Orientações: quando ocorrer de estivagem de caixas, ou pallets com tambores, evitar que a quina da madeira fique diretamente encostada na parede do tambor que pode causar rasgo ou furo.

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