ATAQUES
DE PIRATAS A BORDO DE EMBARCAÇÕES
1 - INTRODUÇÃO
Recentemente fiquei sabendo
de um fechamento de carga para o Far East que não tinha cobertura contra
ataques de pirataria, o que resultou em um processo jurídico, por isso achei
importante escrever este artigo para que aqueles que trabalham com shipping
possam ter uma ideia das rotas e dos riscos de aventuras marítimas ao longo de
áreas, que ocorrem constantes ataques de piratas do mar.
A pirataria é um ato que
ofende a Comunidade Internacional, pois tem como fim o enriquecimento à custa
da apreensão da embarcação e de sua tripulação, logo constitui a mais antiga e
grave ameaça ao transporte marítimo, por isso Hugo Grotius (um dos precursores
do Direito Internacional) no século XVII, defendeu o princípio da liberdade dos
mares, mais tarde em 1958 postulado na Convenção de Genebra sobre Alto Mar, e
por fim através da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, assinada
em Montego Bay, em 1982, define a pirataria como uma “afronta à liberdade do
alto mar”.
A IMO na 26ª Sessão da
Assembleia por meio da RESOLUÇÃO A. 1025(26) instituiu o CÓDIGO SOBRE OS
PROCEDIMENTOS PARA A INVESTIGAÇÃO DE CRIMES DE PIRATARIA E ROUBO ARMADO CONTRA
NAVIOS - Code of Practice for the investigation of crimes of Piracy and Armed
Robbery against Ships, adotado a partir de 2/12/2009.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982
define PIRATARIA, como quaisquer dos seguintes atos:
ARTIGO
101 - Definição de pirataria - Constituem pirataria quaisquer dos seguintes atos:
a)
Todo ato ilícito de violência ou de detenção ou todo ato de depredação
cometidos, para fins privados, pela tripulação ou pelos passageiros de um navio
ou de uma aeronave privados, e dirigidos contra:
i)
um navio ou uma aeronave em alto mar ou pessoas ou bens a bordo dos mesmos;
ii)
um navio ou uma aeronave, pessoas ou bens em lugar não submetido à jurisdição
de algum Estado;
b)
todo ato de participação voluntária na utilização de um navio ou de uma
aeronave, quando aquele que o pratica tenha conhecimento de fatos que deem a
esse navio ou a essa aeronave o caráter de navio ou aeronave pirata;
c)
toda a ação que tenha por fim incitar ou ajudar intencionalmente a cometer um
dos atos enunciados nas alíneas a) ou b).
Ataque de Piratas a bordo
sempre teve ocorrências no Brasil, tendo como as maiores áreas de riscos e de
incidências, a barra do porto de Santos (área fundeio externo) e em navios
atracados em terminais; no Rio de Janeiro (fundeio interno da Baía de
Guanabara); e no Rio Amazonas nas regiões da foz e estreitos.
Na história do Brasil temos
incidências que distam de 1583 quando o pirata inglês Edward Fenton, invadiu a
cidade de Santos, bem como em 1591 o corsário inglês Thomas Cavendish saqueou
Santos, mais tarde em 1710, quando corsários franceses comandados pelo Capitão
de Fragata J. F. Du Clerc, efetivaram um assalto na cidade do Rio de Janeiro e
logo depois em 1711, o corsário Duguay-Troin exerceu pilhagem na cidade do Rio
de Janeiro. Verifica-se que não é de
hoje que a pirataria sempre teve alvo as duas cidades.
Em termos internacionais, até
1992 qualquer navio que fosse atacado, roubado e sequestrado no porto ou no
mar, as embarcações, seus tripulantes e seus proprietários não tinham para onde
recorrer, isto mudou com a implantação da PRC - Piracy Reporting Center
em Kuala Lumpur, na Malásia, isto através, e porque a IMB – International
Maritime Bureau sentiu que o nível estava crescente nas atividades
criminosas de ataques a embarcações, e passou a utilizar um serviço gratuito 24
horas para atender a demanda e promover a segurança no mar.
Este Centro de controle – IMB
PRC segue a definição de pirataria conforme previsto no art. 101 da Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982 – UNCLOS, e roubo à mão
armada, tal como previsto na Resolução A.1025 (26) de 2/12/2009, instituída na
26ª Sessão da Assembleia da Organização Marítima Internacional – IMO.
O IMB – International
Maritime Bureau, é uma divisão especializada da Câmara de Comércio
Internacional – ICC, criada em 1981, sem fins lucrativos, que tem como
objetivo atuar contra todos os tipos de crimes e imperícias marítimas.
Por outro lado a IMO através
da resolução A504 (XII) (5) e (9) aprovada em 20/11/1981, pede aos governos e
todas as organizações interessadas a cooperarem com a IMB, com o objetivo de
manter e desenvolver estratégias e ações de combate à pirataria.
O IMB tem memorando de
entendimento junto com a OMA – Organização Mundial das Alfandegas e tem
um estatuto de observador junto com a Interpol – OIPC.
No Brasil foi criado o Órgão
Ministerial – CONPORTOS – Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos,
Terminais e Vias Navegáveis, para certificar as instalações portuárias
contra ataques terroristas, para atender instruções da Organização Marítima
Internacional, aplicando o ISPS Code, logo após o ataque às Torres Gêmeas no
EUA. Através dos CESPORTOS - Comissões Estaduais de Segurança Pública nos
Portos, Terminais e Vias Navegáveis são compostos por representantes do:
Departamento de Polícia Federal; Capitania dos Portos; Secretaria da Receita
Federal; Administrações Portuárias; e do Governo do Estado.
A partir da criação deste
Órgão Estadual, passou-se a dar maior atenção aos crimes nas áreas de fundeio
dos portos, onde o alvo de ataques era maior no Brasil.
Em 2011 as autoridades
brasileiras frente aos constantes ataques de pirataria no Rio Amazonas, no
estado do Pará, ao norte, na área da Baía de Belém Guajará, foram criadas uma
força de segurança para atender mais rapidamente a proteção aos atos de
pirataria foi entregues oito embarcações e 50 policiais.
2 - ATAQUES EM
ÁGUAS INTERNACIONAIS
Poderíamos dizer que a
maioria dos ataques piratas ocorre no curso das viagens feitas pelos navios
petroleiros, veja o mapa abaixo (figura 1), que auxiliará e entender cada área
que será citado abaixo.
(Figura 1 – Ref. Google imagem – 4/3/2014)
No exterior em alto-mar ou
dentro de regiões consideradas águas jurisdicionais de Estado Costeiro se
encontram pontos de maior incidência das ações de piratas, são elas:
1º) No Oceano Índico é a região mais intenso de ataques
que fica estendida pela costa da Somália (figura 2 - abaixo);
(Figura 2 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
2º) Dentro do Golfo de Adem até a região do estreito de Babel
Mandeb, no acesso ao Mar Vermelho que liga o Oceano Índico ao Mediterrâneo
através do cana de Suez (Figura 3 - abaixo);
(Figura 3 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
(Figura 4 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
(Figura 5 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
5º) Norte do Oceano Índico proximidades de Bangladesch
(Índia) no Sudeste Asiático (Figura 6 – abaixo).
(Figura 6 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
6º) Região de Madagascar, no Estreito de Malaca, principal
passagem entre os oceanos Índico e Pacífico, com direção ao extremo oriente.
(Figura 7 – abaixo)
(Figura 7 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
(Figura 8 – Ref. Google
imagens – 4/3/2014)
8º) Temos também algumas áreas onde existem registros de
ataques de piratas como por exemplo:
Carlsberg Ridge (entre Maldivas e as Seychelles, no oceano Índico) Litoral norte do Peru, no Oceano
Pacífico, Mar da Arábia parte do Oceano Índico (entre Omã até a Índia), faixa
de mar das Seychelles à Tanzânia. (figura 9 – abaixo)
(Figura 9 – Ref. Google imagens – 4/3/2014)
Observação nº 1: Notar acima que todas as
regiões acima, são regiões de extrema pobreza, onde proliferam drogas e tráfico
de armas, e onde a impunidade é imensa.
3 - ATAQUES EM
TERRITÓRIO BRASILEIRO
No Brasil existem três áreas
de maior incidência de ataques contra embarcações, são elas:
1ª) Ao Norte nas regiões dos
estreitos unindo o Rio Amazonas, bem como nas proximidades da sua foz com o Rio
Pará, e ao largo da Ilha de Marajó;
2ª) Ao largo (fundeadouro
externo) e no fundeadouro interno da Baía de Guanabara no Rio de Janeiro;
3ª) Ao largo (fundeadouro
externo) e nos terminais do Porto de Santos.
Os tipos de piratas
brasileiros (saqueadores aquáticos) operam da seguinte forma:
1º) Age sozinho, age
na madrugada, utiliza embarcações pequenas a remos, são silenciosos, atacam
pescadores e marinas, onde tem como objeto o roubo de motores de popa,
equipamentos de navegação e fonia, e mercadorias diversas.
2º) Grupos mais organizado, utiliza embarcações
rápidas (motor de 40 H.P.) que atingem velocidade de até 60 Km/h, usa armas
de grosso calibre, agem nas madrugadas em áreas de fundeio e terminais
portuários, atacam navios escalando pelo costado, seus ataques quase sempre tem
o objetivo de abrir containers, são abordagens para atender encomendas de
receptadores de cargas como por exemplo peças de carros entre elas rolamentos,
produtos eletrônicos sendo o mais procurados TVs e perfumarias. Estranho mas
estes grupos já vão diretos a estes containers como se já conhecessem os tipos
de suas cargas.
3º) Grupos que atacam pescadores, barcos de recreio
e de transporte de passageiros, possuem embarcações velozes (voadeiras) agem
em estreitos e rios próximos a vegetações aquáticas como manguezais, sempre nas
proximidades de pequenas comunidades que habitam palafitas, objetivo arrecadar
dinheiro para compra de armas e drogas. Devido ao local, tem a sua fuga fácil e
de difícil abordagem pela polícia devido os locais de difícil acesso e que
precisa de conhecimentos das áreas, é um assalto estratégico.
Um dos episódios mais
ousados e violentos ocorreu em Santos, no dia 9/1/1998, quando o navio tanque
Isomeria (Figura 9 acima), de bandeira Inglesa, descarregava gás no terminal de
inflamáveis da Alamoa, sendo que neste ataque foram mortos 2 piratas, foram
feitos reféns o vigia de bordo e uma 2ª Oficial do navio, em que
lamentavelmente sofreram lesões: o vigia foi baleado na perna, a Oficial levou
um tiro no peito e um Guarda Portuário que atendia a proteção foi baleado na
perna. Foi uma operação de alto risco,
poderia ter sido uma catástrofe, não somente um simples ataque criminoso com
lesões corporais, mas que colocava em risco não somente a tripulação e polícia
portuária, mas para todos os trabalhadores do terminal e vizinhança, pois o
navio operava com descarga de gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo), bem
como o terminal estocava diversos produtos inflamáveis e perigosos (gasolina,
óleo diesel, óleo combustível e querosene) o que poderia também atingir com uma
explosão as cidades da circunvizinhança. Foi um ataque de extrema violência.
A IMO – Organização Marítima Internacional, em 1998, após esta
tragédia do ataque no cais da Alamoa, frente aos registros anuais de cerca de
15 ataques a embarcações, classificou o porto de Santos como inseguro, o que forçou
as autoridades brasileiras a criarem um órgão que pudesse combater os crimes de
pirataria, daí surgindo a NEPON - Núcleo Especial de Polícia Marítima,
delegacia especializada da Polícia Federal.
O alvo dos criminosos é
sempre navios carregados de containers, mas segundo fontes das autoridades para
ser considerado um “ato de pirataria” tem que haver além do furto, a violência
física. Eu pessoalmente discordo desta posição, a violência de ficar sob a mira
de uma arma para mim já basta para ser uma violência física.
Outras ações criminosas
ocorrem esporadicamente no Casqueiro e em rios nas proximidades do Rio
Casqueiro em Cubatão, nos arredores de Santos e Guarujá, onde pescadores, donos
de marinas e garagens náuticas sofrem ataques roubando ou furtando peças de
barcos.
Alguns ataques mostram que
muitas vezes os piratas não têm informações sobre cargas, como no caso do navio
HS Chopin, ocorrido no dia 7/11/2007, quando oito piratas subiram a bordo e
violaram 30 containers que continham produtos químicos, granito polido, rolos
de fios, uma empilhadeira, peças de metal e de rolamentos de motor, tudo isso
levou a crer que foram abertos aleatoriamente os containers. Não se tratava de
uma quadrilha especializada que tinha instruções dos conteúdos dos containers.
Houve nos anos de 1990 um
decréscimo nos ataques, mas a partir de 2003 os barcos de recreios e de pesca
passaram ser alvos dos piratas em busca de equipamentos como GPS, radares e
VHF, equipamentos fáceis de venda no mercado negro.
Foi observado que com a
aplicação de patrulhamento aquático da Polícia Militar houve uma redução nas
ocorrências, o que demonstra que a aplicação de forças coibidoras sempre será
uma ajuda na prevenção e combate aos atos de pirataria.
Os ataques de piratas
(conhecidos como ratos d’água) são cada vez mais comuns nos rios da Amazônia. São
grupos organizados e fortemente armados, eles agem em bando e invadem barcos de
passageiros, e até de pescadores. Estes ataques quase sempre ocorrem durante a
noite, sem policiamento suficiente para cobrir toda a extensa área, os donos
das embarcações estão contratando seguranças armados como solução. Os locais de
maiores incidência estão a foz do Rio Amazonas e na margem esquerda sendo um
dos pontos em frente à comunidade de Bonsucesso, mas também atacam no Rio Negro
próximo de comunidades que moram em palafitas, no Rio Solimões e Madeira que
possuem trechos de menor largura e que dificulta a manobrabilidade das
embarcações.
Existe a Companhia Fluvial
da PM que tem um pequeno efetivo e poucas bases em todo o estado, o que facilita
as abordagens pela grande extensão do Rio Amazonas e seus afluentes.
No ano de 2001, no Amapá, o
navegador e ecologista neozelandês Peter Blake, foi morto a tiros durante
ataque a seu veleiro, que teve repercussão internacional. Foi uma abordagem
através de botes de piratas conhecidos como “ratos d’água”, bando armado
especializado em ataques de pirataria.
4 - INCIDÊNCIA DE
ATAQUES DE PIRATAS
Segundo o site Ocean
Protection Services, com base no relatório anual do International
Maritime Bureau emitido em 15 de janeiro, houve uma diminuição no número de
ataques de piratas, em 2013 foram 15 incidentes relatados na Costa da Somália,
em 2012 foram 75 casos e em 2011 foram 237 casos. Segundo a IMO a maior razão
da queda dos ataques em todo o mundo, é que as regiões passaram a ser
monitoradas pelas forças navais internacionais, equipes de segurança foram
criadas para dar suporte na segurança das embarcações. (Figuras 10 e 11 –
abaixo)
Devido atuação de navios de
guerra Iranianos na região do Golfo de Aden que liga o Oceano Índico ao Canal
de Suez, devido ser um corredor de exportação de petróleo, tem sido importante
a atuação da Marinha Iraniana no sentido de abortar ações contra navios que
navegam na região, relatos de 147 navios segundo o site Ocean Protection
Services.
(Figuras 10 e 11 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
O risco, medo e pânico são
constantes nas embarcações brasileiras (superpetroleiros) que navegam na região
da Somália, onde a incidência de ataques é maior, ataques ocorrem até 300
milhas da costa, usam barcos velozes apoiados com armamento pesado e automático
de última geração e granadas de efeito moral.
Deixa muitas suspeitas o
comprometimento destes países fronteiriços das áreas dos ataques, pois no caso
do navio Sirius, um superpetroleiro saudita foi sequestrado por piratas que
logo depois foi conduzido e fundeado próximo de Mogadíscio na capital da
Somália.
Tem o caso do navio Kerala (Figura
12) que em 31/01/2014 foi sequestrado na costa de Angola, sendo apreendido pela
Nigéria. Foi alegado que navio estava sob operação suspeita, sendo interceptado
pela marinha nigeriana, entretanto armador alegou que piratas subiram a bordo e
roubou uma quantidade significativa de petróleo, devido contradições existiram
investigações para apurar as causas deste incidente.
(Figura12 - Ref.
Google Imagens – 4/3/2014)
Segundo uma nota do Departamento
Marítimo Internacional (IMB, no original), no dia 25, que colocava o MT
Kerala já ao largo da Nigéria.
"Rapidamente, três
navios de patrulha partiram em busca do MT Kerala. Dois outros navios, o MT
Itri e um barco de reboque (manobrador de navios de grande porte), estavam
alegadamente nas proximidades do Kerala transferindo produtos de um barco para
o outro (ship to ship), em clara violação das regulações nigerianas",
refere à nota (tradução).
Houve crítica das
autoridades nigerianas sobre o comportamento da tripulação e dos piratas,
outras fontes informaram que o contato com o navio foi perdido no dia 18, por
outro lado um porta-voz da Marinha Angolana houve simulação de sequestro em
conluio com um rebocador já referenciado em outras ações de sequestro ao largo
do Gabão.
Segundo um oficial angolano
que explicou, "tudo aconteceu quando o rebocador Gare, que é réplica de outro
com o mesmo nome e que havia participado em ações de pirataria no Gabão no ano
passado e que está desativado na Nigéria, se aproximou do Kerala, entrou em
comunicação com este e de seguida o petroleiro levantou âncora e rumaram os
dois para a Nigéria".
"Portanto tudo não
passou de uma simulação de sequestro da parte da tripulação e do seu
agente", frisou o capitão Augusto Alfredo, reafirmando que "não há
qualquer ação de pirataria nas águas nacionais" angolanas.
Com estes episódios
suspeitos acabam comprometendo as políticas prevencionistas dos ataques de
piratas.
5 - CASOS RECENTES
DE PIRATARIA
24/10/2013 – C-Retriever
(figuras 13 e 14 abaixo), bandeira Americana – supply boat (barco de abastecimento de
plataformas de petróleo - sequestrados dois americanos – o Capitão e o Chefe de
Máquinas na NIGÉRIA próximo do estado da Bayelsa).
(Figuras 13 e 14 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
16/12/2013 – M/T Althea
(figuras 15 e 16 abaixo), de Piraeus, Sequestrados o Capitão (ucraniano) e Chefe de
Máquinas (grego), navio se encontrava a 35 milhas náuticas ao largo da costa da
região do Delta do Niger, quando foi abordado.
(Figuras 15 e 16 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
6 - CASO DE
PIRATAS QUE FOI TEMA DO FILME CAPITAIN PHILLIPS
O navio Maersk Alabama encontrava-se
em viagem a cerca de 30 milhas da costa da Somália, partindo do porto de
Salalah em Omã destinava a Mombasa no Quênia (Figuras 17 e 18 abaixo), quando foi
interceptado e alvejado por quatro piratas no dia 8/4/2009, usando pistolas e
fuzis AK-47.
O comandante foi sequestrado
e colocado dentro de um barco salva-vidas coberto, ficando sob mira de arma de três
piratas, visto que um pirata ferido se entregou logo na chegada do destroier,
para tratamento de ferimento, conduzido para bordo ficando detido.
Havia sido feito um pedido de
socorro pelo navio e o Destroier Bainbridge, negociadores de reféns orientados
pelo FBI e helicópteros foram deslocados para a região, onde houve impasse de cinco
dias nas negociações.
(Figuras 17 e 18 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
Autoridades americanas
comprovando que o Comandante encontrava-se em perigo iminente autorizaram o
contra-ataque aos piratas.
Foram momentos de risco, com
vários navios de guerra a uma curta distância do barco salva-vidas, as
negociações não estavam sendo concretizado, o comandante arriscou a sua vida
pulou no mar, mas foi rapidamente recapturado, houve disparos dos piratas
contra um pequeno barco que havia se aproximado do destroier Bainbridge.
Na baleeira começou a ficarem
sem comida, água e combustível, os piratas concordaram em receber água e
alimentos, bem como serem rebocados.
Uma das estratégias seria
conduzir a baleeira rebocada com cerca de 200 metros de cabo, o que foi encurtado
em 100 metros para aproximar o alvo para a atuação dos Snipers (atiradores de
elite) deslocados para o destroier para atuarem, operação que foi deflagrada
com êxito, ocorrida ao anoitecer os franco-atiradores usaram instrumentos de
visão noturna, onde deferiram três tiros certeiros atingindo os piratas. Os
atiradores aguardavam o momento seguro que ocorreu quando viram a cabeça e os
ombros de dois dos piratas emergentes da porta traseira do barco salva-vidas e
através da janela da escotilha da frente viram o terceiro pirata, apontando sua
AK-47 na parte de trás do capitão Phillips, foi o momento crucial para deflagrar
o contra-ataque fatal contra os piratas.
7 - MEDIDAS E
PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL
Com o ocorrido no atentado
terrorista das Torres Gêmeas em Nova York, as Nações Unidas através da IMO –
Organização Marítima Internacional (International Maritime Organization), iniciou um programa de proteção através da
criação de Planos de segurança de Navios através do ISPS Code - International Ship e Port Security Code .
Com a implantação do ISPS
Code, através de medidas e procedimentos de segurança, veio responder ao
aumento da ameaça de ataques (pirataria e sequestro) a bordo de navios, pois são
aplicadas a embarcações com mais de 500 toneladas que estejam envolvidas no comércio
internacional, os navios de passageiros e embarcações de passageiros de alta
velocidade, unidades de perfuração offshore e instalações portuárias.
Um ataque terrorista ou de
pirataria representam uma ameaça potencial para embarcações, pois elas podem ser
usadas para atuar no contrabando de armas ou realizar ataques, fazer reféns,
causar problemas ambientais ou econômicos se a carga tiver uma utilização que
não seja apropriada.
Compete a cada instalação
acima citada determinar que sejam criadas medidas de segurança, fazer
avaliações de ameaças e vulnerabilidade de suas instalações, e por fim criar
planos para mitigar riscos.
Para que isto ocorra é
importante que as suas tripulações e funcionários estejam familiarizados com os
planos e procedimentos de segurança, e para tal é importante traçar metodologia
para os treinamentos e garantir a aplicação das normas das convenções
internacionais e legislação governamental.
A Convenção Internacional
para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS) especifica que embarcações serão obrigados a
possuir um Certificado Internacional de Proteção do Navio, semelhante ao
adotado para os terminais de carga, e que estarão sujeitos a inspeções pelos
órgãos competentes nos portos.
Este plano se destina a
impedir atos ilegais contra um navio e sua tripulação, e deve identificar as
responsabilidades do Comandante, o Oficial de Segurança do navio e o Oficial de
Segurança da companhia de navegação.
A empresa deve ter um Company
Security Officer - CSO ; cada navio é obrigado a ter um “Oficial de Segurança do Navio”, Ship
Security Officer - SSO. Todo navio tem que adotar Plano de Segurança, e
cada navio deve estar equipado com equipamento específico. O Plano de Segurança
deve especificar os métodos e procedimentos para os três níveis de segurança,
controlando e monitorando o acesso e as atividades de pessoas e cargas.
Um dos objetivos do Plano é identificar
os níveis de segurança necessários a prevenir, impedir ou coibir o ato de
pirataria a bordo, o que gerou três níveis de segurança, são eles:
Nível de segurança 1: o
nível para o qual medidas de segurança mínimas adequadas deve ser mantida em
todos os momentos.
Nível de segurança 2: o
nível para o qual serão mantidas as medidas de segurança adicionais adequadas ,
por um período de tempo , como resultado de aumento do risco de um incidente de
segurança do transporte.
Nível de segurança 3: o
nível para o qual serão mantidas as medidas de segurança suplementares
especiais por um período limitado de tempo quando um incidente de segurança do
transporte é provável ou iminente , embora possa não ser possível identificar o
alvo .
Impedir um ataque de
piratas, confesso que se torna algo impossível, somente possível impedirem se
não passar pelas áreas de risco, o que torna inviável no comércio exterior e
navegação internacional, todos sabemos que o malfeitor, criminoso, terrorista,
ou qualquer pessoa de índole contrária aos bons costumes, sempre está mais
preparada e aparelhada que a tripulação de um navio, logo o perigo é iminente,
se atravessar ou fundear numa área de risco.
O alvo maior são as
embarcações comerciais, seguidas de barcos de recreio e de pesca.
O que se pode planejar e
instruir os trabalhadores do mar é quanto criar dificuldades (retardamento) para
o acesso dos piratas a bordo de embarcações, quanto aos iates e pequenas
embarcações de pesca a meu é impossível.
Forças navais (militares) têm
estudado elaboradas e recomendadas práticas prevencionistas, o que pode fazer
uma diferença significativa em caso de um ataque.
Temos visto ao longo da
história que muitas vezes o ataque causa reféns e são aplicados quase sempre
ações de violência e maus tratos contra os tripulantes, às vezes o tempo de
duração de um sequestro é longo, existe a negociação que acaba tornando
duradouro até que se paga o valor pela liberação. Vão estar envolvidos
armadores, seguradores, autoridades e familiares de tripulante, é uma árdua
batalha nas negociações.
Desta forma podemos dizer
que PIRATARIA e SEQUESTRO DE NAVIO tem o mesmo significado, pois inclui todos
os atos de violência contra os navios, sua tripulação e carga, o que
normalmente é executado através de um assalto à mão armada e tentativa de
assumir o controle e comando do navio.
A meu ver não se pode
aplicar as medidas de proteção de um modo geral, deve ser sim aplicada a cada
tipo de embarcação dentro de um PLANO DE SEGURANÇA a ser adotado, buscando a
melhor prática de gestão do comando.
De acordo com as instruções
da IMO toda embarcação deve prover de um Plano de Proteção do Navio – SSP
bem como possuir o Certificado Internacional de Segurança do Navio – ISSC,
com intuito de garantir a segurança aos níveis marítimos de segurança – MARSEC,
de acordo com o ISPS Code e instruções do CSO – Comandante ou pelas
Autoridades competentes do Estado do Porto ou da Bandeira.
Os detalhes dos três níveis
de segurança MARSEC devem ser publicados para conhecimentos de todos do navio,
juntamente com o nível em que o navio está a operar.
8 - O QUE FAZER
PARA MINIMIZAR UM ATAQUE
Para tentar minimizar os ataques na região do Mar Índico,
foi instalado uma força militar no Golfo de Adem, o que reduziu
significativamente a incidência, porém não acabou, bem como transferiu a
pirataria para o Mar Arábico e o Norte do Oceano Índico.
“Abaixo vou transcrever um episódio que ocorreu comigo quando singrava
os mares, ocorreu em 1973, quando navegava em um navio ore-oil e no Oceano
Índico, na altura do Golfo de Adem, durante meu serviço de quarto de 00h00min
as 04h00min identifiquei um alvo no radar que se movia em direção ao navio que
eu pilotava, quando se aproximou de Seis milhas, o tempo estava encoberto uma
névoa característica da região que dificultava a visibilidade ocorria, devido à
aproximação alterei o rumo fins evitar a colisão e chamei no canal 16 do VHF a
embarcação que se aproximava, não obtive resposta. A embarcação continuava em
rumo de colisão, ao chegar a três milhas alterei novamente o rumo chamando
novamente pelo rádio e nada acontecia, o risco era iminente de colisão. A
solução que encontrei foi passar do piloto automático para o governo manual e
seguir na frente do alvo, foi quando apareceu muito próximo do costado (cerca
de 50 metros) um destroier dos EUA que com holofotes potentes iluminou todo o
convés, e foi quando o oficial americano se identificou, dizendo que estava em
operação de reconhecimento e que eu poderia voltar para a minha navegação. Foi
um fato bastante marcante na minha vida profissional, que neste trabalho
poderia classificar como uma aparente abordagem similar a um ato de pirataria.”
Podemos considerar que em
certas regiões brasileiras o risco é alto, pois são áreas abrigadas, com águas calmas
de mar ou rio.
O importante é sempre estar
consciente dos perigos, ataques de piratas tem excedido as expectativas,
segurança armada está associada à matança de pessoas o que eu não vejo como
solução.
Atirar para os céus fachos luminosos
de socorro, atirar algum líquido que contenha alguma substância fética, pode aumentar
a ira e haver uma resposta cruel, pois piratas atacam armados.
Ter uma escolta armada, um
planejamento de fuga, comunicação constante entre navios, câmeras, binóculos e
radar para observações, pode ser sim opções de segurança. Cerca de arame
energizados com 440 v conjugado com borrifos que formam uma nuvem energizada
pode ser o maior inibidor. (figuras 19 e 20 abaixo)
(Figuras 19 e 20 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
Estão sendo impressas cartas náuticas apresentando áreas
de ataques de piratas e rotas (figura 21 abaixo) sugeridas para evitar o ataque,
vejam abaixo.
(Figura 21 - Ref. Google Imagens – 4/3/2014)
9 - PROCEDIMENTOS
PARA EVITAR ATAQUES NA REGIÃO DA SOMÁLIA
Os observadores e analistas
informam que a única resposta para evitar um ataque é ter uma brigada armada
para responder quando aproximar uma embarcação com piratas, mas nem sempre isto
é possível, serviços de alertas e solicitação de ajuda perante as forças navais
podem também ajudar no combate à pirataria.
Quando não houver esta
resposta, as embarcações devem evitar navegar próximo da costa da Somália (mais
que 100 milhas náuticas), entretanto existem relatos de ataques de navios que
foram atacados a 450 milhas náuticas a Leste da Somália.
Manter o monitoramento de
comunicação pelo VHF, e regularmente realizar exercícios com a tripulação
preparando mangueiras de incêndio com borrifos ao longo da borda falsa
borrifando o costado, manter atualizada lista de centros de segurança de forças
tarefas em terra e solicitar ajuda de forças militares, usar a velocidade
máxima, soar o alarme, apitar, soltar foguetes de sinalização, etc. são
procedimentos que devem estar no Plano de Segurança de cada navio que navega na
região da Somália.
O Comitê de segurança Marítima – MSC
autorizou e orienta provisoriamente sobre o emprego de “Agentes Particulares de Segurança Armados” para atuarem a bordo de
navios (PCASP - Private Maritime Security Companies) que navegam nas
áreas de alto risco de ataques de piratas, (Recomendações provisórias MSC. 1/Circ.
1405/1406), respeitando a jurisdição do Estado de bandeira e legislação e
regulamentos dos Estados Costeiros, de forma a garantir e proteger o navio e
sua tripulação.
O uso de PCASP pode prevenir e reprimir a pirataria
e o roubo armado contra navios.
A MSC elaborou Diretrizes para ajudar na
investigação dos crimes de pirataria e dos assaltos à mão armada contra navios,
que se destinam a ser usados em
conjunto com resolução A.1025 (26) Código de Conduta para a Investigação dos
Crimes de pirataria e Armed Roubo contra navios. As orientações
destinam-se a ajudar ao investigador no sentido de coletar provas, incluindo as
provas forenses, para apoiar a apresentação de relatórios escritos que possam
contribuir para a posterior identificação, detenção e julgamento dos piratas
que mantiveram algum navio e sua tripulação cativa. Formatos para
declarações da tripulação e registro de evidências estão incluídos, bem como
orientações sobre a coleta de sangue, roupas e armas que possam vir a
identificar os piratas.
A preocupação das Nações Unidas é preocupante, o
número de atos de pirataria relatados à Organização que ocorreu em 2010 foi de
489 casos, 406 em 2009, o que leva a crer que apesar de todas as medidas de
segurança aumentou em cerca de 20%, sendo que as áreas mais afetadas são:
África Oriental, Oceano Índico, seguido pelo Extremo Oriente e, em particular,
o Mar do Sul da China, África Ocidental, América do Sul e Caribe. Existem
casos de mortes de membros da tripulação como também tripulantes ficaram feridos,
bem como existe embarcação desaparecida.
10 - CONTATOS PARA
SOLICITAÇÃO DE SOCORRO
Relatórios de incidentes sobre pirataria e assaltos à mão
armada que ocorrem em qualquer lugar do mundo devem ser reportados para o
Centro de Relatórios IMB Pirataria, Kuala Lumpur, Malásia.
Tel: +60 3 2078 5763 Fax: + 60 3 2078 5769. E-mail:
imbkl@icc-ccs.org / piracy@icc-ccs.org
Do Centro 24 Horas Anti Pirataria Helpline é: + 60 3 2031
0014
Em caso de ataque devem ser informados e solicitar ajuda:
UKMTO: Tel: +971 50 552
3215, Fax: +971 4 306 5710, Email: UKMTO@eim.ae
MSCHOA: Tel: +44 (0) 1923
958545, Fax: +44 (0) 1923 958520, Email: postmaster@mschoa.org
IMB PRC:
Tel: +60 3 2031 0014, Fax: +60 3 2078 5769, Email: piracy@icc-ccs.org / imbkl@icc-ccs.org
11 - CENTROS
DE SEGURANÇA E GRUPOS ANTITERRORISMOS
Na região do Golfo tem a
cobertura da Maritime Liaison Office – MARLO, na Bahrain.
Temos a Royal Navy do
Reino Unido que apoia o uso seguro e legal de alto-mar, oferecendo
segurança marítima contra terrorismo, pirataria, criminosos ou insurgentes. A
Marinha Real funciona no âmbito da NATO - North Atlantic Treaty Organisation, realizando patrulhas de segurança no Mediterrâneo, parceiro da
EU e da OTAN para defender os ataques na costa da África. A NATO é conhecida
como Força Naval Permanente do Atlântico, é um esquadrão multinacional,
composto de destroieres,
cruzadores e fragatas de marinhas de vários países da OTAN. A Força opera
e efetua treinamentos em grupo, proporcionando a verificação do dia-a-dia dos
procedimentos atuais da OTAN em relação às defesas marítimas, aplicando táticas
com eficácia. Entre a sua cobertura está incluso as rotas de navegação que
conduzem ao canal de Suez a caminho da Europa, e do tráfego local a partir do
Mar Negro, Oriente Médio e Norte da África. Navios de guerra fornecem uma
presença reconfortante, ostensiva na área, sempre sobre o olhar atento para as
atividades terroristas e de pirataria. Os navios permanecem em estado
elevado de alerta e prontos para lidar com qualquer ameaça imprevisto que se
materializa. Dentre esta força naval verifica-se a presença de navios da Bélgica,
Alemanha, Grécia, Itália, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. É de
suma importância manter informado o MSC sobre atos de pirataria para que
mantenham a sua atenção para determinadas áreas de mapeamento, onde poderão
fornecer para autoridades relatórios. É importante que se mantenham sempre
pesquisando e atualizando dados do Centro, como telefones de alerta e
emergência.
O combate à pirataria na
região do Chipre da África tem como responsável o Comando da Força Naval – EUNAVFOR,
que tem como Portugal o controle das operações.
Dentre os grupos antiterrorismo espalhados pelo globo
terrestre temos como exemplos:
SAS – Special Air Services –
Serviço Aéreo Especial da Grã-Bretanha – é um líder de estratégia de técnicas e
uso de equipamentos inovadores.
DELTA FORCE – 1ST SFOD-D – 1st
Special Forces Operational Detachment, principal força contra terrorismo e de
operações especiais dos EUA conhecidas como grupo de Aplicações de Combate,
possui o mesmo padrão da força britânica.
ARTC – Forças Especiais da
Austrália
GIGN – Grupo Antiterrorismo
Francês
GSG9 – Grenzchutzgruppe – Oficiais
da Polícia Federal para as Fronteiras, na Alemanha.
ROKMC – Corpo de Fuzileiros
Navais da República da Coréia, apelidados Ghost Busters (Caçadores de
Fantasmas)
A SAS, Delta Force e GSG9 tem relatos que atuaram em
combate na pirataria na Somália.
No Brasil temos administrado pelo ComOpNav – Comando de Operações Navais que é o órgão responsável pelo emprego das operações que visam o controle e supervisão das operações de controle naval e civil do tráfego marítimo, nas áreas de interesses estratégicos e de responsabilidade brasileira.
GRUMEC – Grupamento de Mergulhadores de Combate é
uma unidade de elite das Forças Especiais da Marinha do Brasil, grupo altamente
qualificado para atuar com doutrina semelhante aos dos US Navy Seals e a
do Special Boats Service da Grã-Bretanha. Atua em conjunto com a Força
de Submarinos ou saltando de paraquedas ou desembarcando de helicópteros
(figuras 22, 23 e 24), para atingir o alvo. Tem como função infiltrar sem ser percebida
em áreas litorâneas e ribeirinhas e executar tarefas de reconhecimento, sabotagem
e destruição de alvos, como também em guerra não convencional, o que a
caracteriza ter como doutrina forças especiais, o que pode atender inclusive
casos de pirataria e defesa do Pré-Sal. É a unidade designada pelo ComOpNav
para retomada de plataformas de petróleo, navios e ao combate à pirataria
naval, operações de contra terrorismo e abordagens não cooperativas de navios
hostis, este grupo está capacitado para fazer abordagens navegando por baixo
d’água operando com modernos minis submarinos (espécie de jet ski sub aquático –
figura 25) americanos da Stidd System, equipamentos estes que navegam até 8
nós ou 15 km / hora. Entre as ações dos
mergulhadores de combate da Marinha temos: destruir ou danificar objetivos de
interesse em ambiente aquático, e capturar ou resgatar pessoal e material,
obter informações e produzir efeitos psicológicos, entre outras atividades.
(Figuras 22,23 e 24 - Ref.
Google Imagens – 4/3/2014)
GERR-MEC - Grupo Especial de Retomada e Resgate,
unidade de Forças Especiais da marinha do Brasil (figuras acima) que está
preparado para atuar no mar, sejam em navio, instalações ou plataforma de
petróleo. Utilizam a tática conhecida como VBSS - Vessel Boarding Search and Seizure
e treinam regularmente em conjunto com os Comandos Anfíbios.
COMANDO DE OPERAÇÕES NAVAIS – SALVAMAR BRASIL (MRCC
Brazil)
Tel: +55 (21) 2104-6056 & 2104-6863 & 2253-8824 –
Fax: +55 (21) 2104-6038
CONTOLE NAVA DO TRÁFEGO MARÍTIMO – COMCONTRAM
Tel. +55 (21) 2104-6353 – telex (21) 36931 & 30933 –
fax +55 (21) 2104-6341 – email: controle@cotram.mar.mil.br
12 - CONCLUSÃO
Um balanço feito pela NATO
conhecida como Força Naval no Oceano Atlântico, com relação ao combate à
pirataria, para se ter uma dimensão do que ocorre no globo terrestre, só no ano de 2009 foram registados 410 ataques
de piratas em todo o mundo, dos quais resultaram 47 navios sequestrados e cerca
de 800 pessoas tornadas reféns. Desse número, 178 ataques ocorreram na Somália,
local onde foram sequestrados 45 navios e 760 tripulantes foram tornados
reféns.
Constantemente vemos
reivindicações ao Governo Federal solicitando aumento de efetivo e mais
equipamentos o que não tem sido um constante atendimento.
Os ataques de piratas são cada vez mais comuns nos rios
da Amazônia. Eles agem em bando e invadem barcos de passageiros e até de
pescadores. Um dos casos marcantes ocorreu quando dez homens fortemente armados
invadiram um barco com 160 pessoas a bordo e promoveram saques naqueles pobres
habitantes.
As ações dos criminosos são facilitadas pela falta de estrutura da polícia. A
Companhia Fluvial da PM tem poucas bases em todo o estado. Para piorar, há sempre
lanchas quebradas, e barcos novos quando recebidos, ficam parados porque não há
força policial suficiente para fazer o patrulhamento.
No porto de Santos ficou sem
ataques de piratas um longo período, entretanto com um número não adequado de
agentes da Polícia Federal no porto de Santos (85 km a sudeste de São Paulo) e
sem equipamentos de combate como lanchas velozes, pode ter sido um dos motivos
para o reaparecimento dos ataques de piratas.
Com base nestes históricos o
que se avalia que o país tem uma longa extensão de rios, canais e uma grande
quantidade de portos em regiões onde passam por fortes problemas sociais, o que
aumenta a criminalidade, logo facilitando o aumento de piratas, que sentem
soltos para praticar atos criminosos, ou seja, não havendo vigilância e
coibição, não há riscos de prisões, logo haverá facilidade!
As empresas devem sempre
ficar alertas para a questão dos seguros, quando navega-se em regiões explicadas
acima como áreas de risco.
13 - BIBLIOGRAFIA
E CONSULTA A NOTÍCIAS DA MÍDIA
http://segurancaportuariaemfoco.blogspot.com.br
– Navio Isomeria – Pirataria no Porto de Santos.
http://gcaptain.com/ -
Pirates Release Crew of MT Althea
http://www.oceanprotectionservices.com/
- India’s
bid to reverse expanded high risk area gets a boost as pirate attacks drop
e Iran:
Navy thwarts pirate attacks on Iranian trade vessel in red sea
http://www.royalnavy.mod.uk/
- Protecting Our Nation’s Interests
http://www.imo.org/ -
Interim guidance on use of privately contracted armed security personnel on
board ships agreed by IMO Maritime Safety meeting
http://www.icc-ccs.org/
- ICC – International Chamber of Commerce - Commercial Crime Services
http://www.portalnaval.com.br/
- Porto de Santos volta a ser alvo de piratas
http://noticias.bol.uol.com.br/
- Piratas voltam a atacar pescadores em rio da Baixada Santista
http://www.jn.pt/ -
Fragata portuguesa combate ataque pirata
http://www.estadao.com.br/
- PF investiga ataque pirata em navio em Santos
http://novosite.fassina.com.br -
Ataques piratas ameaçam o porto
http://www.camarasantos.sp.gov.br/
- Vereador defende maior efetivo contra ataques piratas
http://www.jornaldaorla.com.br/
- Ataques a navios em Santos revivem temor de pirataria
http://www.brasil247.com/ -
Federais denunciam piratas na Amazônia
http://www.cnn.com/ -
Polícia ID 2 americanos encontrados mortos em Maersk Alabama & navio
Capitão Phillips.
http://www.nytimes.com/
- In Rescue of Captain, Navy Kills 3 Pirates
http://www1.folha.uol.com.br/
- Homem-peixe teme piratas do Amazonas
http://dialogo-americas.com/
- Brasil cria uma força antipirataria após os ataques no Rio Amazonas
http://jornaldamargarida.blogspot.com.br/
- Piratas atacam nos rios da Amazônia & Rio da Amazônia marcados pela
violência de piratas
http://seasecutity.org/ -
Flag States and onboard categorisation of Privately Contracted Armed Security
Personnel (PCASP)
http://www.imo.org/ -
Piracy and armed robbery against ships
http://mar.mil.br/ -
Concontram – BMP4 – Best Management Practices for Protection against Somalia
Based Piracy.
http://www.naval.com.br
– LAAD 2013: elite da Marinha ganha minissubmarionos para operações especiais
& Grupo Especial de Retomada e Resgate.
Comandante Aurélio, venho aqui parabenizá-lo pelo blog.Comecei lendo a postagem sobre contratos de fretamento/afretamento marítimo, acabou que fiquei horas lendo as demais postagens haha.Excelente trabalho, obrigado!
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