CAPÍTULO IV – ÂNGULO
HORÁRIO DE UM ASTRO, TRIÂNGULO DE POSIÇÃO E PASSAGEM MERIDIANA DO SOL.
Nos capítulos anteriores aprendeu-se sobre as coordenadas,
uso do Almanaque Náutico e determinar relações de horas, tudo o que precisamos
para dar prosseguimento ao entendimento do triângulo de posição e cálculos das
posições dos astros (efemérides). Neste capítulo continuamos expondo meu aprendizado
dos Cursos de Ciência Náutica e utilizando informações do Almanaque Náutico, edição 2014.
Apesar de visto no capítulo anterior alguns temas, vamos
revisar algumas partes e continuar, no sentido de encontrar pontos importantes
para determinar cálculos astronômicos, temos que diferenciar o DIA SOLAR do DIA
SIDERAL.
Qual a diferença principal entre o dia SOLAR e o dia SIDERAL?
Resposta: O DIA SOLAR leva em consideração o SOL enquanto que
o DIA SIDERAL as estrelas.
Durante a navegação usa-se diariamente o DIA SOLAR MÉDIO que é o intervalo médio que o Sol leva para passar
pelo meridiano local e atinge a posição máxima (passagem meridiana superior do
Sol). Isto significa esta linha vertical
define o tempo como meio dia. Desta forma consideramos que o Sol leva 360° em
relação ao movimento de rotação da Terra durante um período de 24 horas. A unidade
“hora” calcula-se dividindo 360° por 15° o que dá o valor de 24 horas, ou seja,
equivalente por convenção a um dia.
Astronomicamente na verdade não ocorre estas 24 horas. Por
que será?
O tempo que ocorre durante duas passagens sucessivas de uma
estrela (ou do ponto Vernal) pelo meridiano do lugar, denominaram DIA SIDERAL, e que resulta em 23 horas
e 56 minutos para a Terra completar um movimento de rotação (movimento em torno
de si mesmo). Desta forma temos um atraso de 4 minutos devido ao movimento de
translação.
PONTO VERNAL: é o ponto de cruzamento entre a
eclíptica do sol com o equador.
Utiliza-se o dia sideral nos cálculos de identificação e cálculos
de estrelas. Desta forma o TEMPO SIDERAL
LOCAL nos indica a ASCENÇÃO RETA.
O ÂNGULO HORÁRIO (AH)
de um astro (figura 1) é a diferença entre o TEMPO SIDERAL LOCAL e a ASCENSÃO
RETA do astro, expresso em horas. (1 hora = 15°).
Exercício 1: Quando que o
ângulo horário será igual a zero?
Resposta: quando ele estiver no meridiano do observador ou local.
Se o meridiano de referência for Greenwich é denominado ÂNGULO HORÁRIO EM GREENWICH.
Observação: o ângulo formado entre o Meridiano de Greenwich e o Meridiano local
corresponde à LONGITUDE DO LOCAL.
Ângulo Horário Local
(AHL) para os
navegadores é de suma importância conhece-lo, pois permite saber a posição de
um corpo celeste em relação à sua própria posição.
Durante o movimento de rotação da Terra, o Sol se move
através de 15° de longitude em 1 hora, como também se move através de 15
minutos de arco em 1 minuto de tempo.
Desta forma podemos dizer que o AHL é medido em termos de
tempo e, por esta razão, é conhecido como Ângulo Horário Local.
Se o ângulo
entre os meridianos Greenwich e local é igual a longitude (figura 1), teremos
as seguintes relações:
AHL = AHG (+/-) LONG
Se o
meridiano local (como na figura 1) estiver a Oeste (W) de Greenwich, teremos:
AHL = AHG – LONG (W)
Se o
meridiano local estiver a Leste (E) de Greenwich, teremos:
AHL = AHG + LONG (E)
O AHL é
medido de 0° a 360° no sentido dos ponteiros do relógio, do meridiano do
observador até o círculo horário do astro.
Exercício 2:
Plote no diagrama abaixo (figura 2) o AHL do Sol a 90°, sabendo que a longitude
é 60°W?.
Exercício 3: Plote no diagrama abaixo o AHL do Sol a 90° e o AHL da Lua a 250° (figura 3), sabendo que a longitude é de 90°W?
- Determinar o posicionamento da LUA = AHG + LONG (W) + AHL Lua = 0°+90°+250°=340°
Como o AHL da Lua está compreendido entre 180° e 360° => t¹ = 360° - 340° = 20°
- Determinar o posicionamento do SOL = AHG + LONG (W) + AHL Sol = 0° + 90° + 90° = 180º
Como AHL do Sol está compreendido entre 0° e 180° => t¹ = AHL = 90°
REGRAS: Se o
AHL do ASTRO estiver entre 0° e 180° é igual ao ÂNGULO NO POLO => AHL =t¹
AHL do astro estiver entre 180° e 360° o ÂNGULO NO POLO será => t¹= 360° - AHL
MERIDIANO DO OBSERVADOR ou MERIDIANO LOCAL: é o círculo máximo que passa pelo navegador na sua posição no mar.
MERIDIANO DE GREENWICH: é o círculo máximo que corta a cidade de Greenwich que por convenção é o meridiano zero ponto de partida da contagem da longitude para Leste ou Oeste.
MERIDIANO DO ASTRO: é o círculo máximo do astro observado.
Exercício 4 – Qual a diferença entre o ÂNGULO HORÁRIO e a ASCENSÃO RETA?
Resposta: ambos são medidos ao longo do equador celeste, entretanto enquanto o ângulo horário é medido e contado para Oeste (W) a ascensão reta é para Leste (E).
Temos algumas definições importantes, a saber:
Grande círculo ou
círculo máximo:
é o arco de circunferência que forma na superfície esférica (celeste) de 0° a
360° e que divide em dois hemisférios
Arco de grande
círculo ou de círculo máximo: é um trecho desse grande círculo e que vai formar os lados
do triângulo esférico que nos auxiliarão a determinar posições dos astros.
Efemérides: são informações sobre localização
dos astros obtidas no Almanaque Náutico.
Triângulo esférico
ou triângulo de posição do astro: é a figura de três lados formada pela interseção de três
grandes círculos.
Quando observamos um astro, estaremos obtendo pontos
astronômicos que formarão um triângulo esférico (PAZ), cujos vértices são o
POLO (P), ASTRO (A) e ZÊNITE (Z) cujos
arcos de grandes círculos (quadro 1) formam os lados do
triângulo (figura 4), são eles:
ÂNGULO NO POLO:
formado entre o meridiano superior do observador e o círculo horário do astro.
(t¹)
Na figura
4 – formando o triângulo PAZ definimos:
Ângulo no polo (t¹) - ou seja, ângulo formado de 0° a 180° para Leste ou
Oeste a partir do meridiano superior do observador.
Se o astro estiver a
LESTE será: t¹ = 360° - AHL;
Se o astro estiver a
OESTE: t¹ = AHL
Exercício 5: Quais as diferenças entre o ângulo
no polo e o ângulo horário em Greenwich?
Resposta: a) O t¹
é contado de 0° a 180°, enquanto que o AHG
é contado de 0° a 360°.
b) o t¹ é contado
a partir do meridiano superior para Leste ou para Oeste, enquanto que o AHG é contado a partir do Meridiano de
Greenwich sempre para Oeste.
Definições dos
pontos astronômicos (figura 5):
Altura do astro (a):
é a medida angular formada no plano vertical do astro, entre o horizonte
e o astro, corrigida pela distância do observador em relação ao nível do mar,
altura do seu olho, e elementos fornecidos pelo Almanaque Náutico, sendo que o
ângulo varia de 0° a 90°.
Distância Zenital (dz):
é o complemento da
altura. dz
= 90° - a
Latitude (Lat):
latitude do lugar onde está o
observador, ou seja, é a distância angular formada entre o equador e o paralelo
do observador, medida de 0° a 90°.
Colatitude (cl):
é o complemento da latitude. cl
= 90° - LAT
Declinação (Dec): é a
distância angular formada entre o equador e o círculo horário do astro, com
base no horário da observação obtida pelo Almanaque Náutico e longitude do
local onde situa o observador.
Distância polar (dp): é o complemento da declinação. dp = 90° - Dec
O que vamos calcular na verdade é
um problema de matemática envolvendo uma resolução trigonométrica, envolvendo
medidas angulares. Vejamos esta relação trigonométrica.
No triângulo esférico PAZ
(figura 6) temos a chamada
fórmula dos 4 elementos (quadro 2), em que três lados do
triângulo esférico são associados a um dos seus ângulos:
Temos na figura 7 acima:
ATENÇÃO: Em qualquer momento um astro na sua trajetória (com exceção
na passagem meridiana) forma com o Polo (P), Astro (A) e o Zênite um triângulo
esférico.
Comparando as figuras 07 e a 08 vemos que o arco
círculo máximo do observador cruza com o do astro.
Observação: Nota-se nas três fórmulas acima que
os lados do triângulo e os seus ângulos são medidas angulares.
Se o astro estiver a Oeste o Azimute é medido de 0° a 180°
Se o astro estive a Leste o Azimute é medido de 180° a 360°
Neste
trabalho por ser prático vamos trabalhar usando somente o Almanaque Náutico,
sextante e cronômetro, para resolver o triângulo de posição acima.
Azimute (Az): é a medida angular ao longo do
horizonte, contado do polo elevado (do Norte ou Sul geográfico) no sentido
horário (sentido ponteiros do relógio) até o circulo horário do astro, de 0° a
360°.
Exercício 6: Qual a altura do sol exatamente
observado no horizonte do observador?
Resposta: a altura é nula (a=0°)
Exercício 7: Qual o azimute do Sol na passagem
meridiana superior do Sol?
Resposta: o azimute é zero (az=0°)
CÁLCULO DA PASSAGEM
MERIDIANA:
É um dos mais importantes cálculos da navegação astronômica,
o navegador estando em movimento no mar, verificará que o astro vai descrevendo
a sua trajetória (se for o Sol de Leste para Oeste), até passar pelo seu Zênite
(zênite do observador é quando o Azimute do Sol alcança 000° no hemisfério que
esteja situado e 180° no hemisfério que não esteja visível).
Pela tabela teremos a conversão
de: 2 horas e 52 min + 2 min 50 seg = 2 hrs 54 min 50 seg
b) Entrando no A.N. para o dia 29 de setembro obtemos o
INSTANTE DA PASSAGEM MERIDIANA na página 193.
Pela tabela temos 11 horas e 50 minutos.
c) Conhecida a HMLpmd vamos transformá-la em HMG:
HML = 11 horas
50 minutos
LONG = 02
horas 54 minutos 50 segundos
_______________________________________
HMG = 14
horas 44 minutos 50 segundos
d) Calculando
o fuso horário:
Divide-se a LONG 43° 42.5’ W por
15°, teremos = 43.71° / 15° = 2.9 h
=> 3 hs
HMG = 14
horas 44 minutos 50 segundos
FUSO = 03
(-) Longitude é Oeste (W)
_______________________________
HLpmd
= 11 horas 44 minutos e 50
segundos
Observação: Deve sempre se preocupar com a hora legal, visto
que o local pode estar em horário de verão, neste caso consultar o HORÁRIO
LEGAL na posição que se encontra.
Visto estas informações vamos
fazer o seguinte exercício.
8) EXERCÍCIOS
PASSAGEM MERIDIANA:
1º) Um Iate navegava procedente de Paranaguá com destino a
Cape Town. No dia 22/08/2014 qual foi a HORA LEGAL prevista para o Sol culminar
na posição estimada LAT: 40° 25.7’ S e LONG: 020° 33.8’ W?
Qual a latitude meridiana encontrada? Sabendo que o observador estava no
convés da popa em cerca de 3 m do nível do mar e ele media cerca de 1,70 m. A
altura observada do limbo superior do astro no sextante era de 41° 40’ e o
equipamento apresentava um erro de -0.8. A temperatura ambiente era de 5° C e barômetro acusava 1006.
Considerações
iniciais:
a) O Sol estará no meridiano do
observador ao meio dia local.
b) O Almanaque Náutico fornece o tempo
médio local do Meridiano de Greenwich.
c) Devemos estimar a nossa posição para
a hora da passagem meridiana pelo nosso local.
d) Fazemos a conversão da hora legal
(hora do relógio de bordo) para HMG.
e) Entra no Almanaque Náutico com a HMG
para o dia para obter os valores do AHG e Dec do Sol.
f) Corrigir AHG e Dec através de
interpolações.
g) Conhecidos o AHG e a nossa LONG
estimada calculamos o AHL, e desta forma saberemos o t¹, que poderá ser Leste
ou Oeste.
Vejamos estas informações:
1º Passo: Identificar no Almanaque Náutico a HORA DA PASSAGEM MERIDIANA no dia
22/08/2014:
A informação se encontra na pagina amarela 166 do A.N. (quadro
4).
Na página 166, localizado junto ao rodapé vamos encontrar a
passagem meridiana igual a 12 h e 03 min.
2º Passo: Transformar LONGITUDE estimada para o meio dia local, em TEMPO (hora):
LONG= 20° 33.8 W
Temos 2 opções entrando na tabela CONVERSÃO DE ARCO EM TEMPO
que fica localizada na 1ª página amarelas no final do Almanaque Náutico
e teremos:
Para 20° = 01 h 20 m (na primeira coluna de 0° a 59°)
Para 33.8 m = 33’ 48” (33’ + 0.8 x 60”) = 2 m 14 s (nota-se
que está próximo de 00’ 50”)
Temos então o tempo convertido de:
01 h 20 m
00 h 02 m 14 s (quadro 5)
01 h 22 m 14 s
Ou fazendo o cálculo
teremos: 20° 33.8’: 15° = 20.5633°: 15° = 1.3709 = 1 h +( .3709 x 60) = 1 h
22.2533 m = 1h 22m + (.2533 x 60s) = 1 h 22m 15s
A diferença é mínima e desprezível, uma questão de
aproximação numérica no cálculo aplicada casas decimais.
3º Passo: Calcular o FUSO HORÁRIO do observador:
Sabendo que a Longitude é 20° 33.8’, divide por 15° encontra
1.37, como (0.37) é menor do que (0.5) considera o fuso ( -1) hora.
4º Passo: Conhecidas a hora do instante da
passagem meridiana em Greenwich (A.N.) e a Longitude transformada em tempo,
vamos achar a HMLpmd (hora média local da passagem meridiana):
ATENÇÃO: o
Almanaque Náutico para cada dia tem a hora do TU (HMG).
A 1ª tabela das páginas amarelas do
Almanaque Náutico destina-se à conversão de arco em tempo; sua principal
aplicação é na conversão da longitude, cujo valor em horas, minutos e segundos
é utilizado na fórmula que relaciona a HML com a HMG ou TU:
Portanto TU = HML +/- LONG, sendo positivo
para longitude W e negativo para longitude E.
Com base neste TU vamos obter no A.N. tabulados o AHG e a Dec,( do
Sol) e ARV e Dec (das estrelas) e as
devidas correções “v” e “d”.
Observação: O A.N. fornece a HML – Hora média local da passagem
meridiana. Ver a pagina 166.
Vamos então calcular a HORA LOCAL DA PASSAGEM MERIDIANA pelo
Meridiano do observador:
1º Caso: DIA SOL VERDADEIRO COERENTE COM DIA SOLAR MÉDIO => Considerando a Terra como uma
circunferência perfeita.
HML pmd =
12 h 03 m
LONG (W)= 01 h 22 m 14 s [soma-se pela fórmula
porque LONG é Oeste (W)]
HMGpmd= 13 h 25 m 14 s
Fuso= 01
(-) (a longitude é Oeste logo será negativo)
HL pmd= 12 h 25 m 14
s
DIFERENÇA DE TEMPO
ENTRE O SOL E O RELÓGIO (não aplicação da equação do tempo)
Neste exemplo acima considerou-se a rotação da Terra,
conforme visto em capítulo anterior em um DIA SOLAR (24 horas), ela gira 360°,
sendo 15° a cada hora (360º : 24 horas), ou 0.25° por minuto, o que equivale
dizer que cada GIRO é UNIFORME, cada 1° de LONGITUDE a OESTE DE GREENWICH
significa 4 minutos de ATRASO, e para LESTE DE GREENWICH significa um
ADIANTAMENTO de 4 minutos.
Neste caso considera-se que o SOL VERDADEIRO acompanha a
trajetória do tempo que nos apresenta os nossos cronômetros e relógios a bordo,
ou seja, o TEMPO CIVIL, isto quer dizer que o tempo civil está ligado e
razoável com o TEMPO SOLAR MÉDIO.
TEMPO SOLAR MÉDIO: é o tempo da trajetória que segue
um astro fictício chamado sol médio, em seu movimento constante sobre o equador
durante 24 horas.
2º Caso – DIA SOLAR VERDADEIRO INCOERENTE COM DIA SOLAR MÉDIO => Não considerando a Terra como uma
circunferência perfeita.
Neste caso usa-se a EQUAÇÃO
DO TEMPO que é o intervalo entre o TEMPO
SOLAR VERDADEIRO e o TEMPO SOLAR MÉDIO,
sendo que no gráfico abaixo ela será POSITIVA máxima e aproximada a 16 minutos no mês de OUTUBRO e negativa máxima aproximada a 14 minutos no mês de FEVEREIRO.
Neste caso vamos utilizar a HORA VERDADEIRA e a EQUAÇÃO DO TEMPO fornecida pelo Almanaque Náutico, então acharmos a HORA LEGAL DA PASSAGEM MERIDIANA.
ET = HVL – HML .... HML = HVL - ET
No quadro 6 podemos observar
que o Sol cruza o meridiano superior do lugar do observador e registra-se como
sendo MEIO DIA VERDADEIRO no local,
neste caso HORA VERDADEIRA LOCAL será
12 HORAS.
Neste cálculo porto teremos que
transformar este tempo verdadeiro de 12 horas (HVL=12 horas) em tempo civil (HORA LEGAL), e para isto no quadro 6
encontramos a EQUAÇÃO DO TEMPO, que
foi neste dia 02 minutos e 54 segundos.
Nota-se no gráfico abaixo que o
sinal será positivo.
Observação: A Equação do tempo
varia de sinais de acordo com o mês do ano, vejamos o gráfico abaixo:
OBSERVAÇÃO: O segundo cálculo é mais
preciso.
HORA VERDADEIRA LOCAL (HVL): 12 horas 00
min 00 seg
EQUAÇÃO DO TEMPO (ET): 00 hs 02 m 54
s (+) (sinal do gráfico)
HORA MÉDIA LOCAL pmd: 12 hs 02 m 54
s
Neste seguimento vamos calcular
então a HORA LEGAL, e para isto, temos que transformar nossa LONGITUDE em
TEMPO:
LONG = 20° 33.8’: 15° = 20.5633°: 15° = 1.3709 = 1 h +( .3709
x 60) = 1 h 22.2533 m = 1h 22m + (.2533 x 60s) = 1 h 22m 15s
HORA MÉDIA LOCAL pmd: 12
hs 02m 54s
LONG W: 01 h 22m 14s (+)
HORA MÉDIA EM GREENWICH: 13
hs 25m 08s
FUSO HORÁRIO (W): (-) 01 h
HORA LEGAL: 12
hs 25m 08s
No exemplo acima leva-se em consideração que há uma
inclinação axial da órbita da Terra em torno do sol, isto diferenciado por
23,44° de inclinação entre o plano da Eclítica do sol em relação ao plano do
equador. (visto em capítulo anterior). Há também a questão da excentricidade da
órbita da Terra, que é de cerca de 0,0167, o que nos informa que a Terra não é
uma circunferência perfeita.
Visto estes exemplos o que chegamos a conclusão que o tempo
solar aparente (tempo solar verdadeiro) gira (evolui) de forma uniforme, desta
forma o mais correto seria aplicar a equação do tempo, ou seja, o 2º caso é o
mais correto. Por outro lado nas duas situações vimos que há uma diferença
mínima de 6 segundos (um piscar de olhos) que numa observação é impossível de
se verificar.
Em provas e concursos devemos tomar cuidado que para uma
resposta correta deve-se levar em conta para entrada no A.N. a HMG que nos dois
casos diferem, sendo a do 2º caso a correta.
5º Passo – Com o horário da passagem
meridiana calculada vamos entrar no A.N. e obter a declinação do Sol para este
momento:
Entrando na pagina
166 do A.N. com a HMG (TU) para o dia 22/08/2014 as 13 horas 25m 14 s
temos:
Para 13:00 horas = 11°
41.5’
Para 13 h 25 m 14 s = X
?
Para 1400 horas = 11°
40.7’
Independe de fazer o cálculo do intervalo em 1 hora que seria
de 0.8’, o A.N. nos informa como correção “d” no rodapé da página, desta forma
se em 1 hora há a diferença de 0.8 em 25 m e 14 s teremos, então que fazer uma
INTERPOLAÇÃO:
( 0.8 / 60 ) = (x / 25m 14 s) => (0.8 / 60) = ( X / 25,23) => X = (0.8 X
25.23) / 60 => X = 0.3’
Declinação Sol (dec para 13 horas) = 11° 41.5’
Fator Interpolação = (-) 00° 00.3’ (O Sol está
perdendo altura)
Declinação Sol (dec)
para 13 h 25 m 14 s = 11° 41.2’
N
6º Passo: Corrigir a altura observada será
aplicar as correções estudadas no capítulo anterior, vejamos:
Altura instrumental (sextante)= 41° 40’
Erro instrumental (-) 00° 00.8’
Altura observada do sol = 41º
39.2’
Para calcularmos a correção da depressão temos que achar a
altura do olho do observador ao nível do mar, portanto se o observador se
encontrava numa altura de 3,0 m e tinha 1,70 m, logo o seu olho estará a 4,70 m
do nível no mar. Com esta informação entramos na tabela A2 do A.N, e
encontramos o valor de -3.9’
Altura observada do Sol = 41°
39.2’
Correção depressão = 00° 03.9’
Altura aparente do sol = 41°
35.3’
A correção para a refração é zero, a tabela demonstra que até
50° de altura aparente há correções, acima estão isentas.
Altura aparente do sol = 41°
35.3’
Correção para refração = 00° 00.0’
Altura aparente =
41° 35.3’
Devido a obliquidade dos raios solares sobre a superfície
da Terra durante o dia, apresentam
inclinações diferentes o que alteram os valores de refração.
Aplica-se então a correção para SEMI DIÂMETRO, para obtermos este dado voltamos na tabela A2 do
A.N. para o mês de agosto e limbo
superior, obtemos:
Numa observação o que se procura fazer é fazer o cálculo de
forma a obter o CENTRO DE MASSA do
astro, ou seja, o seu centro geométrico de sua distribuição de massa, o que no
caso do Sol, Lua, Estrelas e Planetas, localiza-se no centro destes
astros. Este conceito leva em
consideração que a forma geométrica e a densidade deste astro.
7º Passo: De posse da altura verdadeira vamos
calcular o seu complemento que é a DISTÂNCIA
ZENITAL que será um dos dados para ser obter a latitude na passagem
meridiana.
Altura verdadeira = 41°
18.2’
Complemento = 89° 60.0’
Distância zenital = 48°
41.8’
8° Passo: E finalmente vamos calcular a
latitude meridiana:
LATITUDE MD = DISTÂNCIA
ZENITAL (+ / -) DECLINAÇÃO +> LMED =
dz - dec
LATITUDE Meridiana = 48°
41.8’ - 11º 41.2’ N = 37º
00.6’ S
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