Antes de desenvolver este
artigo, sobre estas inspeções, vamos explicar quem é que normalmente executa
estas inspeções.
Temos dois seguimentos de
inspeções:
Primeiro as inspeções periódicas
que todos os navios passam, e devem ser vistoriados, bem como verificados por
Oficiais da Administração do Estado de bandeira, no caso do Brasil, pela
Marinha de Guerra, através dos Oficiais das Capitanias dos Portos, ou pelas
organizações de segurança reconhecidas que são nomeados para que possam ser
emitidos certificados relevantes para estabelecer que os navios são projetados,
construídos, mantidos e gerenciados por profissionais classificados e
competentes. Dentre estas vistorias podemos citar as que estão diretamente
ligadas à Convenções como SOLAS, MARPOL, Linhas de Cargas, Tonelagem 69, COLREG
72, AFS 2001, BWM 2004, ou de acordo com os Códigos ISM, ISPS, HSAC 1994/2000,
IBC;BHC, IGC/GC, MODU, SPS 2011 72, Códigos RO, ou em outros equipamentos, etc.
Segundo seguimento são
aquelas relacionadas ao Mercado de Comércio Internacional e Petrolífero, onde
temos o Marine and Cargo Surveyor – Vistoriador Marítimo, que é
um inspetor ou consultor, em sua maioria nos portos em sua maioria
desempenhadas por Oficiais da Marinha Mercante, que além de avaliar danos e
monitorar riscos, conformidades, auxilia orientando Comandantes na condução de
determinadas fainas a bordo das embarcações, atendendo solicitações de
Armadores, Agentes Marítimos, Clubes de P&I, Importadores, Exportadores,
Terminais Portuários e Portos, entre outros, de forma que estes interessados
tomem decisões e otimizem o desempenho de suas operações marítimas.
A função do vistoriador
marítimo é realizar uma inspeção/vistoria, e emitir um relatório que registre
as condições naquele momento, e entrega ao seu cliente de forma que entenda as
condições verificadas transcrita em termos técnicos e explicativos acompanhado
de diagramas ou fotografias, que demonstram as provas. Os relatórios devem ser
entregues transcritos em alta qualidade e clareza, transparentes, imparciais e
claros para que o cliente tenha subsídios para decisões.
O Vistoriador deve possuir
dentre as suas qualificações: ter conhecimento técnico, resistência física,
observação aguçada, independência e honestidade, atenção para observar
detalhes, atento para escutar e interpretar detalhes de ocorrências, manter
confidencialidade e ter bom senso.
A condição sine-qua-non para
um bom relatório é que seja redigido com precisão e clareza, informando
detalhes de forma sucinta e eficaz, concisos e coerentes, para aquele momento
da inspeção, acostados com fotografias e gráficos que possam somar na avaliação
do cliente.
Podemos classificar as vistorias em:
1 - Hull and Machinery
(Casco e Máquinas)
1.1 – Hull Damages Survey
(Vistorias de Casco) ocorrem devido, colisão, abalroamento, encalhe etc.
(Exemplo: navio X abalroou navio Y, a vistoria será para apurar as extensões
das avarias)
1.2 – Machinery Damages Survey
(Vistoria da Máquina) ocorrem por questões de falha no motor durante o seu
funcionamento, é necessário apurar a origem e consequências. (Exemplo: o
cilindro nº 3 apresentou problemas, é feita a retirada para apurar o que
ocorreu com o cabeçote e a devida substituição)
1.3 – Pre-Purchase /
Pre-Sale Condition Survey (Vistoria de condições na pré-compra ou
pré-venda) aquelas que são realizadas para avaliar suas condições físicas e
operacionais, que normalmente vão estipular um valor de mercado para compra ou
venda. (Exemplo: navio encontrava-se à venda, um determinado armador se
interessa e solicita a vistoria para apurar as condições e fazer a proposta)
1.4 – Speed and Angle of Blow
Survey (Velocidade e ângulo de ocorrência do impacto) calculadas para
verificar as circunstâncias da ocorrência de uma colisão ou abalroamento.
(Exemplo: navio colide com uma ponte, sendo que a vistoria é para verificar em
qual momento ocorreu a falha, e em qual foi o grau de colisão)
1.5 – Dry docking Survey
(Verificação das condições do casco) aquelas que são realizadas após algum
toque de fundo ou encalhe, para verificar as extensões das avarias de
chapeamento, leme ou hélice. (Exemplo: após o navio passar por encalhe, o
armador solicita a docagem a seco, para apurar as consequências e extensões das
avarias no leme)
1.6 – Floating condition Survey
(Verificação de flutuação) após sentamento do casco durante operação de
carregamento ou mesmo em portos de mudanças e grandes amplitudes de marés, que levam
a embarcação sentar (tocar) no fundo por falta de água/calado, é solicitada uma
vistoria para salvaguardar eventuais avarias ao casco. (Exemplo: navio durante
o carregamento senta no fundo, situação que não foi mencionada corretamente a
amplitude a maré ao comando, não informando o risco de determinado calado do
terminal, para salvaguardar interesses, o armador solicita a vistoria para
futuras consequências e apurações)
1.7 – Thickness Condition Survey (Medidas de espessura) navios com determinadas idades são
feitos levantamentos das espessuras de chapeamento do convés, cobertas, cobros,
para verificar condições para determinados embarques, dentro de critérios de
aceitação, de acordo com regras das Sociedades Classificadoras. Outros
elementos estruturais como sistema de tubulação ou tanques são aplicáveis para
navios-tanque. (Exemplo: navio com certa idade vai carregar uma carga de blocos
de granito no convés, para verificar a questão de resistência do chapeamento foi
solicitada uma medição da espessura no local da estivagem).
2 – Cargo Survey
(Vistorias de cargas)
2.1 – Pre-Loading Survey
(Vistorias de cargas antes do embarque) aquelas que são realizadas para
verificar as extensões e condições das cargas por questões de embarques.
(Exemplo: navio vai embarcar fardos de algodão, a vistoria para verificar se
estão em perfeitas condições, evitando fardos embarquem molhados)
2.2 – Outturn Survey
(Vistorias de cargas na descarga) aquelas vistorias onde são verificadas as
quantidades de cargas desembarcadas e as condições após a travessia marítima.
(Exemplo: navio vai desembarcar paletes contendo celulose, a vistoria é
executada para verificar condições na chegada)
2.3 – General Cargo
Survey (Vistorias de carga geral) aquelas onde são verificadas as condições
encontradas após uma avaria durante movimentações a bordo, no terminal, ou
durante o embarque ou descarga. (Exemplo: durante o embarque de uma bobina, o
estropo partiu, e a bobina caiu, sofrendo telescopiamento)
2.4 – Container Survey
(Vistoria de container) é para verificação de avarias ou estado de conservação
do container. (Exemplo: vistoria para avaliar pois container apresenta certas
avarias que podem comprometer a sua integridade)
2.5 – Holds Cleanliness
Condition Survey (Condições de limpeza do porão) realizada antes do
carregamento, para verificar se estão em boas condições e pronto para carregar,
sem detritos, lavado, é normalmente aplicado antes do embarque de grãos ou
cargas sensíveis (Exemplo: vistoria para levantar condições de limpeza antes do
embarque de café a granel).
2.6 – Container
Cleanliness Condition Survey (Condições de limpeza do container) para
verificar as condições de limpeza antes do estufamento da carga, inclusive
citando ultimas cargas transportadas. (Exemplo: após termino de descarga, ou
antes, do estufamento verificar se não ficaram resíduos de prévias cargas)
2.7 – Project Cargo
Survey (Vistorias de cargas de projetos) normalmente são partes de plantas
ou mesmo fábricas ou qualquer outra estrutura desmontada, verificando controle
antes do embarque ou descarga, seja quanto a numeração/ordem das peças, ou
avarias das mesmas. (Exemplo: vistoria para acompanhar embarques de geradores
para determinada fábrica)
2.8 – Heavy Lift Survey
(Vistorias de cargas pesadas) muitas vezes são necessárias estas vistorias para
acompanhamento e instrução sobre as condições de içamento, arrumação a bordo,
inclusive condições da cábrea ou guindaste que vai movimentar o equipamento
pesado. (Exemplo: vistoria para acompanhamento do embarque de um iate de 50
tons no convés)
2.9 – Sealing and
Unsealing Survey (Checagem da Lacração e Deslacração) para verificar as
condições do lacre, sua numeração se está de acordo com o conhecimento e ou
B/L. (Exemplo: por se tratar de uma carga de grande valor, foi feita a vistoria
para apurar se o lacre fornecido pelo armador é o mesmo que consta nos
documentos de carga)
2.10 – Tallyng Survey
(Checagem de Quantidades Embarcadas) nas operações de carga ou descarga será
feita a contagem das unidades embarcadas, e se estão de acordo com o manifesto
e ou B/L. (Exemplo: foi realizada uma contagem da carga de pallets
descarregadas por questões de dúvidas ou algum outro motivo)
2.11 – Lashing Cargo
Survey (Condição da peação da carga) para verificar se a carga está em
condições de acordo com as praticas marinheiras e em segurança para a aventura
marítima. (Exemplo: foi embarcado um transformador de 90 tons no convés sobre a
tampa da escotilha, foi feita a peação, e verificado pela vistoria as condições
de amarração e proteção)
2.12 – Draft Survey
(Obtenção de quantidade de carga através do cálculo do calado) é pelo cálculo
do calado que vai determinar a quantidade de carga embarcada ou descarregada,
através de leituras de calado para obter um calado médio, que vai ser o suporte
para obter as quantidades de lastro, combustível, óleo Diesel, bem como a
constante (peso morto) e peso leve da embarcação. Estes valores serão deduzidos
do deslocamento, para a obtenção da carga a bordo. Cálculo para ser confrontado
com o peso da carga obtida pela balança do terminal ou porto. (Exemplo: durante
o carregamento de milho foi solicitado o draft para confrontar com as
quantidades informadas pelo terminal, para verificar se houveram diferenças além
daquelas permitidas em contrato)
2.13 – Stowage Survey
(Vistoria de Estivagem) é a vistoria para verificar se foram aplicadas as
regras dentro da máxima permissão de carga por m² (maximum permissible load –
carga máxima permitida), se foram adotadas as resistências permissivas de
remonte da carga, ou seja, se a quantidade de peso ou força sobre qualquer
estrutura seja chapeamento ou carga poderá suportar sem sofrer danos, ou mesmo
evitar colapsos, deformações ou mesmo causar riscos à embarcação.
2.14 – Collecting Samples
(Coleta de amostras) é uma vistoria onde são coletadas amostras da carga que
embarca para verificar qualidades e alguma identificação de insetos, pragas
etc. e armazenamento em frascos para serem encaminhados para análise em
laboratório, fazendo a devida lacração e no final emitindo um laudo
especificando porões onde foram embarcados e os lacres usados, sendo que fotos
devem ser tiradas, normalmente uma amostra é entregue a bordo contra recibo.
(Exemplo: durante a operação de trigo a granel amostras foram coletadas de 3 em
3 horas, armazenadas em frasco de plástico e devidamente lacradas, sendo um set
de amostra entregue a bordo).
3 – Contract
of Affreigtment (Contrato de afretamento)
3.1 – On Hire / Off Hire
(Calculo do estado geral da embarcação na entrega e reentrega) esta vistoria é
para levantar as condições gerais da embarcação, seu maquinário, equipamentos
de movimentação de cargas, entre outros, que possam ser solicitados pelos
Afretadores, bem como as quantidades de óleo pesado, Diesel, lubrificantes,
entre outros. É uma vistoria para prevenir futuras disputas e mitigar riscos
que possam ocorrer dentro das condições contratuais, pois é o momento para
obter eventuais problemas e defeitos ocultos. (Exemplo: navio possuindo 20 anos
vai ser afretado pela empresa “X”, logo é realizada uma vistoria permitida pelo
armador Y, para apurar suas condições)
3.2 – Bunker Survey
(Cálculo de combustível) é vistoria realizada antes e após o abastecimento das
embarcações para verificar quantidades fornecidas. No final do afretamento é
realizada a pesquisa para apurar as quantidades restantes a bordo (Remained on
board). (Exemplo: abastecimento do navio no porto foi tomada as medições e
calculadas as quantidades).
4 – Specialist
Survey (Vistorias especiais) são vistorias a serem executadas
por solicitações das partes interessadas na aventura marítima.
4.1 – Trip and Tow Survey
(Vistorias para efetuar reboque) esta vistoria é realizada antes de ser
realizado o reboque, onde são verificadas as condições do rebocador (tug) e seu
equipamentos (towing gear), se o rebocador está credenciado e certificado para
tal envergadura de serviço, se a tripulação está dentro das normas STCW, no
final emitido Certificado de condições. (Exemplo: navio perdeu o leme, e
necessita de ser rebocado, precisa de um certificado para iniciar a operação
que o rebocador irá realizar de alto mar, cerca de 30 milhas até o porto de
Recife, verificando se equipamentos de reboque e tripulação encontram-se em
condições)
4.2 – Seaworthiness
Condition (Condição de Navegabilidade) é uma vistoria de garantia
solicitada para verificar se a embarcação está devidamente equipada, tripulada
e em condições de navegar sem riscos, normalmente são para as empresas de
seguro emitir apólice, aplicável para também Clubes de P&I, seja para
efeitos de contratos de afretamento e condições de transporte por via marítima
de determinadas cargas ou mesmo de navegar em regiões de constantes
tempestades. (Exemplo: vistoria para fechamento de contrato de afretamento,
quando o afretador precisa fechar seguro e salvaguardar eventuais sinistros, na
aventura marítima de Vitória ao Japão)
4.3 - Hatchcover Survey
(Vistoria das tampas de escotilhas) é realizada para ver as condições de
vedação das tampas de escotilhas, estado das borrachas de compressão, drenos,
etc., normalmente feito com jato de água sobre a superfície para verificar a
estanqueidade. (Exemplo: navio vai carregar fardos de algodão, e precisa ter a
certeza que o porão esteja estanque sem risco de molhadura, e evitar combustão espontânea,
consequente incêndio)
4.4 – Claims Analyses
(Análises de Sinistros) análise de sinistros que ocorrem e precisam ser
apurados para efeitos de valores de prêmios de seguros, prática que normalmente
ocorrem no caso de incêndio, colisão, abalroamento, encalhe, pirataria, ameaças
cibernéticas, greves, furacões, tsunami, inundações e epidemias, pois quando
ocorrem causam riscos na cadeia de abastecimento marítimo global, navios ficam
parados por muito tempo, gerando atrasos, danos físicos, roubos, etc. (Exemplo:
após colisão no píer do cais do terminal X foi apresentado um valor Y para
cobrir prejuízos dos danos causados, inclusive paralização pelo período de 5
meses, no caso o vistoriador vai acompanhar a apuração dos navios e analisar os
custos dos reparos apresentados)
4.5 – Tanker Vetting
Inspection (Inspeção de verificação de navio-tanque) são solicitações de
empresas petrolíferas e químicas no sentido de avaliar a segurança e adequação
para determinado tipo de transporte de produtos, no qual trata de uma inspeção
criteriosa do navio e de seus equipamentos, histórico e condições operacionais
do navio, bem como se a tripulação está apta no desempenho da manutenção da
segurança e desempenho do navio, prontos a abordar qualquer situação de
emergência. (Exemplo: empresa afretadora fechou contrato de transporte de soda
cáustica, solicita vistoria para apurar se o navio encontra-se dentro da
condições de segurança de acordo com instruções da IMO, para este transporte).
4.6 – Superintendency /
Owners’ Representation (Representação como superintendente do armador) em
algum momento imprevisível, no caso de um sinistro, ou outro acontecimento, muitas
vezes requer a presença de um representante do armador para atuar em seu nome,
e dirimir duvidas ou tomar providências urgentes, ou seja, seja um defensor
naquele momento, garantindo interesses do armador, seja na mitigação de algum
dano ou qualquer outro fato que necessite de uma resposta rápida e eficiente,
sempre buscando um resultado satisfatório. (Exemplo: após atracação no porto de
Santos, foi descoberto um clandestino a bordo, foram comunicadas as autoridades
portuárias locais, sendo retirado de bordo o clandestino pela Polícia Federal,
e o armador solicitou a presença de um vistoriador para acompanhar o caso).
4.7 – General Average
(Avaria Grossa) vistorias do navio e cargas após sinistros de grande proporção,
fins avaliar as causas e quantificação das perdas ocorridas, normalmente são
vistorias conjuntas, onde existem diversos interesses em uma aventura marítima
comum. (Exemplo: navio carregado com fardos de algodão, pega fogo, e a
tentativa de extinguir o fogo não dá solução, então o comandante alaga o porão,
para evitar que o fogo alastre para outros porões, nesse caso todas as cargas
contribuirão, pois foi uma contribuição para o bem de todos).
4.8 – Crew Member
Accident (Acidente ocorrido com tripulante) por questões de salvaguardar
interesses é uma vistoria de um acidente de trabalho, que ocorre a bordo em
circunstâncias de uma operação, e nesse caso é para fazer apuração do incidente,
levantar dados de testemunhas, investigação se houve alguma falha ocorrida, se
houve algo que contribuiu e se houve socorro, para onde foi encaminhado,
extensão dos ferimentos, e outros fatos importantes que possam buscar uma
conclusão e evitar reincidência. (Exemplo: durante a operação de atracação um
dos cabos de amarração que se encontrava com uma das pernas partidas, acabou partindo,
atingindo o marinheiro no tórax, sofrendo escoriações e devido fortes dores foi
conduzido para o Hospital X para diagnóstico e tratamento.)
4.9 – Customs Inspection
(Vistoria aduaneira) ocorrem de cargas desembarcarem com avarias ou outra
anormalidade, bem como após algum sinistro nas operações, portanto é uma
perícia solicitada por uma das partes, seja pela fiscalização aduaneira ou
representante legal do importador, com a finalidade de apurar a condição da
mercadoria, e apurar o crédito tributário do consignatário e averiguar qualquer
irregularidade, onde o Perito será um dos participantes juntamente com o Fiscal
Aduaneiro e outras partes interessadas. (Exemplo: o container reefer contendo
atum chegou ao porto do Rio de Janeiro apresentando vazamento de líquido com
forte odor, foi solicitada a vistoria pelo embarcador / consignatário para
apurar as causas apresentadas e instrução perante processo junto à Receita
Federal).
5.0 – Outras vistorias
poderão ocorrer por solicitação de qualquer parte interessada na aventura
marítima.
CONCLUSÃO: Em
todas estas investigações técnicas há a necessidade do profissional ter conhecimento
e experiência, além do compromisso de fornecer resultados precisos, e descobrir
a verdade, para ser relatado ao seu contratante, evitando ambiguidades ou
incertezas.
Referências: Anotações pessoais do Autor, ex-Marine and Cargo Surveyor
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